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7 perguntas da esquerda para o PT sobre a prisão de Delcídio (e uma para o Supremo)

A esquerda brasileira, ao contrário do que a direita pretende fazer os ingênuos acreditarem, não é (só) o PT. A esquerda é muito maior do que o PT. A esquerda vai além de partidos, é uma forma de ver o mundo. Nunca acabará. Parte da esquerda apóia pontualmente o governo do PT, é verdade, mas […]

(Foto: Moreira Mariz/agência Senado)
Cynara Menezes
29 de novembro de 2015, 15h11
(Foto: Moreira Mariz/agência Senado)

(O senador Delcídio Amaral. Foto: Moreira Mariz/agência Senado)

A esquerda brasileira, ao contrário do que a direita pretende fazer os ingênuos acreditarem, não é (só) o PT. A esquerda é muito maior do que o PT. A esquerda vai além de partidos, é uma forma de ver o mundo. Nunca acabará.

Parte da esquerda apóia pontualmente o governo do PT, é verdade, mas tem esquerdista que nem isso, que faz oposição sistemática ao governo. Embora aloprados enxerguem uma “revolução socialista” em curso, infelizmente o partido cada vez mais se distancia da esquerda. E o governo Dilma Rousseff tem deixado clara sua opção pela centro-direita. Uma decepção, porque muita gente de esquerda que votou em Dilma em 2014 tinha feito uma aposta: esperava uma guinada à esquerda que não veio.

Pois enquanto a direita ri, a esquerda mais e mais se entristece com as notícias que não param de surgir envolvendo políticos do PT. A prisão do senador Delcídio Amaral me parece a gota d’água – pelo menos até agora; sabe-se lá se não virá coisa pior. Os diálogos que vieram à tona entre Delcídio, o filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e seu advogado são chocantes. Como aceitar que um senador trame para atrapalhar uma investigação em curso?

Do episódio, ficam algumas perguntas que a esquerda (não o “PIG”) tem a fazer:

1. Delcídio agiu por conta própria? O PT soltou nota negando-se a prestar solidariedade ao senador, mas não está claro até agora o que moveu Delcídio. Em respeito a seus eleitores, o partido precisa ser mais incisivo.

2. Se Delcídio agiu por conta própria, por que a maioria dos senadores petistas votou contra sua prisão? Fica parecendo que eles devem alguma coisa a ele.

3. Se Delcídio agiu por conta própria, certamente foi para defender a si próprio e ao banqueiro André Esteves. Mas se não agiu por conta própria, a quem ele pretendia defender?

4. Se Delcídio agiu por conta própria, por que não foi imediatamente expulso do partido?

5. O que teme o PT para não expulsar Delcídio?

6. Por que Delcídio disse que foi Dilma quem indicou Nestor Cerveró para a Petrobras, se nas gravações percebe-se que ele é amigo de longa data da família Cerveró e inclusive viu seu filho e neta crescerem?

7. Por que Lula não se posiciona diretamente sobre o episódio para evitar que os jornais atribuam frases a ele?

8. E quanto ao Supremo? O Brasil tem, após a prisão de Delcídio, mais segurança quanto à lisura dos ministros nas decisões ou menos? Todo mundo sempre ouviu falar do peso dos “embargos auriculares”, as conversas ao pé do ouvido dos ministros feita por políticos e advogados interessados nas decisões. As falas de Delcídio corroboram a existência desta influência. Como o país pode confiar em juízes da máxima corte que decidem a partir das relações que têm com as partes?

 

 


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