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Mídia

Brasil é um dos três países onde a confiança na mídia mais caiu

Graças às fake news e às notícias "distorcidas", pela primeira vez a mídia aparece como a menos confiável entre as instituições

O apresentador do Jornal Nacional, William Bonner. Foto: reprodução
Da Redação
01 de abril de 2018, 20h36

Nunca se confiou tão pouco na imprensa: o Brasil, a Índia e os Estados Unidos são os três países do mundo onde a confiança na mídia mais caiu, de acordo com o estudo global Edelman Trust Barometer 2018, divulgado no último dia 28 de março. Pela primeira vez, a mídia aparece como a instituição menos confiável em relação às outras (governo, empresas e ONGs) em 22 dos 28 países pesquisados. A explicação para a queda são as notícias “distorcidas” e as fake news.

A confiança na mídia nos três países caiu cinco pontos e chegou a 43%. A redução da confiança nas plataformas digitais (mecanismos de busca e redes sociais) está entre as responsáveis pelo cenário e entre os brasileiros também caiu cinco pontos, chegando a 64%. Entre os brasileiros, os números são vergonhosos para os donos de meios de comunicação: nada menos que 67% acreditam que os veículos apoiam uma ideologia em vez de informar. Ou seja, a ideia de que são “imparciais” já não engana quase ninguém.

Nada menos que 67% dos brasileiros acreditam que os veículos apoiam uma ideologia em vez de informar. Ou seja, a ideia de que são imparciais já não engana quase ninguém

Quase metade dos entrevistados afirmou não saber em quais empresas de mídia confiar. Para 74% dos brasileiros, jornais, rádios, emissoras de TV e internet estão mais preocupados em atrair uma grande audiência do que em noticiar. Outros 71% acreditam que os meios de comunicação sacrificam a exatidão para darem uma notícia em primeira mão. De forma preocupante, 58% dos brasileiros não sabem diferenciar uma notícia verdadeira de uma mentirosa; 68% não sabem em quais políticos confiar e 48% não sabem em quais companhias ou marcas confiar. E mais: 75% têm medo que as fake news sejam usadas como armas.

O engajamento no consumo de notícias de grandes veículos também foi avaliado. Segundo o documento, 39% estão desengajados e consomem notícias menos de uma vez por semana. Outros 23% consomem cerca de uma ou duas vezes por semana. Já 38% leem notícias uma ou mais vezes por semana e compartilham ou postam esses conteúdos várias vezes por mês.

Quando o assunto é o porta-voz mais confiável, houve um crescimento da fé em especialistas e um declínio na credibilidade entre pares (amigos e familiares) globalmente. No Brasil, a confiança em relação aos jornalistas aumentou 12 pontos e foi para 47%.

De forma preocupante, 58% dos brasileiros não sabem diferenciar uma notícia verdadeira de uma mentirosa; 75% têm medo que as fake news sejam usadas como armas

A credibilidade da pessoa comum despencou 8 pontos e foi para 70%. No entanto, na opinião dos entrevistados, continua sendo o porta-voz mais confiável. O que se pode concluir disso é que as pessoas priorizam ouvir, ler e compartilhar pontos de vistas semelhantes aos seus. Trocando em miúdos, confiam mais em suas “bolhas” do que em informações que venham de fora.

O Edelman Trust Barometer entrevistou mais de 33 mil pessoas de 28 países entre os dias 28 de outubro e 20 de novembro de 2017.

Com informações do Portal  Imprensa


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João Junior em 04/04/2018 - 00h23 comentou:

Talvez não seja tão desanimador como parece. Talvez a história esteja sendo melhor compreendida e, afinal, a estética capitalista esteja começando a perder força. O lado ruim é que o fascismo, mesmo assim, avança e isso faz supor o contrário, de que a mídia esteja mesmo conseguindo canalizar a opinião política para a extrema direita, já que o fascismo depende da mídia de massas, e isso é que é realmente preocupante, ainda que a população esteja mais consciente da manipulação da informação.

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