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Defensores Públicos rebatem afirmação de Bolsonaro de que racismo “é coisa rara”

Associação diz que presidente presta um desserviço à luta histórica contra a discriminação racial e as desigualdades no país

Ato em São Paulo contra o racismo em 2016. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Da Redação
09 de maio de 2019, 12h52

“Afirmar que o racismo é raro no Brasil é desconhecer o preconceito enfrentado por mais da metade da população negra brasileira, que luta todos os dias por seus direitos e contra o retrocesso”, disse o presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais do Brasil (Anadef), Igor Roque.

O posicionamento da entidade é uma resposta às declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, que afirmou durante entrevista a Luciana Gimenez, da RedeTV!, que o racismo “é uma coisa rara no País” e que “já encheu o saco”. Em seu afã de bajular Bolsonaro, a apresentadora concordou: “É, isso não cola mais”.

Curioso é que quem faz a afirmação de que os casos de racismo “são raros” é o mesmo político condenado pela Justiça por ofender os quilombolas, referindo-se a eles como se fossem animais, pesados “em arrobas”, e dizendo que “nem para procriar servem mais”.

Para a Associação, que representa mais de 600 defensores e defensoras federais no Brasil, a afirmação de Bolsonaro vai contra a luta histórica no combate ao racismo e ignora importantes dados e estatísticas. Em 2017, a Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios (Pnad) apresentou o alto índice de desigualdade na renda média do trabalho: 1.570 reais para negros, 1.606 reais para pardos e 2.814 reais para brancos. O desemprego também é um fator de desigualdade: a PNAD do 3º trimestre de 2018 registrou um desemprego mais alto entre pardos (13,8%) e pretos (14,6%) do que na média da população (11,9%).

“Declarações como essas enfraquecem os diversos movimentos negros que lutam por menos opressão em nosso País. Ainda há muita discriminação no mercado de trabalho, na distribuição de renda, na educação. Há um abismo social que o representante de uma nação não pode ignorar”, destaca o presidente da Anadef.

Recentemente, a Defensoria Pública da União (DPU) lançou a campanha Interfaces do Racismo, para conscientizar a sociedade e reforçar a mensagem de que o racismo não é só um comportamento, mas um processo histórico e político. Para saber mais, acesse aqui.

Com informações da Anadef

 


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Maria em 10/05/2019 - 18h24 comentou:

Cynara, querida, a minha mãe tem baixa visão ( com aproximadamente 70 anos ela apresentou degeneração da mácula da retina ). Hoje ela tem 80 anos e não consegue mais ler ou fazer trabalhos manuais como bordados que ela sempre gostou. Já tentei algumas atividades ( pintura em telas grandes, tricô com os dedos, celulares com teclas com som… ) mas ela não se adaptou. Na casa dela tudo é meio adaptado: relógio gigante, telefones com números grandes… Ela gosta muito de inglês e fica dançando e cantando com os netos ( músicas nacionais e em inglês ). Ela ajudou a criar os filhos da minha irmã e hoje o neto com 28 anos que mora com ela fica admirado com a avó cantando músicas antigas e dança com ela quando está em casa.
Ela assiste TV em tela grande e eu dou algumas dicas de filmes, programas de entrevistas…
Ela sempre foi Lulista.
– Mãe, não veja o JN!
Ela adora Malhação!
– A Globo está reprisando uma novela com a Regina Duarte?! Mãe, não dá ibope, não assista!
😊
Na semana passada a minha mãe me ligou:
– Sabe quem foi no Sílvio Santos?
– O Bolsoasno. A senhora viu?
– Não! Pah, mudei de canal!
Ontem ela me ligou:
– Sabe quem foi na Luciana Gimenez?
– O Bolsoasno. E aí?
– Pah, mudei de canal!
😄
Ou seja, tadinha da minha mãe! Não se pode nem ver TV nesse país!

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