E se fosse na Venezuela? Membros do governo catalão são presos na Espanha
A Guarda Civil espanhola confiscou milhões de cédulas de votação e prendeu altos cargos do governo que defendem a independência da Catalunha. Sites criados pelas autoridades foram tirados do ar
A Guarda Civil espanhola deteve 14 pessoas hoje, entre elas vários altos cargos do governo regional da Catalunha, em uma operação para impedir a realização do referendo de independência do dia 1º de outubro, suspenso pelo Tribunal Constitucional.
De acordo com a agência EFE, entre os detidos se encontram o número dois da Secretaria de Economia, Josep Maria Jové, o secretário de Fazenda, Lluís Salvadó, além de responsáveis pelas pastas de Telecomunicações e Assuntos Sociais.
Carles Puigdemont, presidente da Generalitat, o governo catalão, acusa o governo espanhol de tirar poderes autonômicos e de aplicar um “estado de exceção”. “O governo da Catalunha foi objeto de uma agressão coordenada pelas forças policiais do governo espanhol com o objetivo de que os catalães não possam se expressar em liberdade e em paz no dia 1 de outubro e com a intenção de afastar o governo que saiu das urnas”, disse, em nota institucional.
O governo espanhol ultrapassou a linha vermelha que o separava dos regimes repressivos
Segundo Puigdemont, a operação feita pela polícia espanhola é ilegal, “totalitária” e “atenta contra o Estado de direito e a carta de direitos fundamentais da União Europeia”, algo “inaceitável na democracia”. “O governo espanhol ultrapassou a linha vermelha que o separava dos regimes repressivos e se converteu em uma vergonha democrática”, afirmou.
A ação da guarda civil envolveu a realização de buscas em 22 órgãos públicos catalães, entre eles as secretarias de Economia, Relações Exteriores e Trabalho e Assuntos Sociais, e em empresas. Cidadãos protestaram em frente aos órgãos públicos da Catalunha contra a ação da Guarda Civil.
A ação envolveu a realização de buscas em 22 órgãos públicos catalães, entre eles as secretarias de Economia, Relações Exteriores e Trabalho e Assuntos Sociais, e em empresas
O referendo foi suspenso cautelarmente pelo Tribunal Constitucional pela falta de aprofundamento em relação à sua adequação ou não ao marco jurídico espanhol. A Catalunha tem uma população de 7,5 milhões de habitantes. Em uma tentativa de consulta similar, que aconteceu em novembro de 2014, sem valor legal, participaram quase 2,3 milhões de pessoas.
A realização do referendo foi aprovada pelo próprio Parlamento catalão. Imaginem se algo parecido ocorresse na Venezuela: o governo central mandasse prender autoridades e tirasse sites do ar. Qual seria a reação do jornal El Pais?
Com informações da Agência Brasil
Apoie o site
Se você não tem uma conta no PayPal, não há necessidade de se inscrever para assinar, você pode usar apenas qualquer cartão de crédito ou débito
Ou você pode ser um patrocinador com uma única contribuição:
Para quem prefere fazer depósito em conta:
Cynara Moreira MenezesCaixa Econômica Federal
Agência: 3310
Conta: 000591852026-7
PIX: [email protected]
Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião da Socialista Morena. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.
Andre Flores em 21/09/2017 - 14h41 comentou:
E se Sao Paulo fizesse um plebiscito independente, hoje, para saber se os paulistas querem se separar do resto do Brasil? O resultado das urnas e’ obvio, mas voce acha que o governo federal acataria tal decisão?
Rogério Tomaz Jr. em 21/09/2017 - 23h52 comentou:
Prezado, a Catalunha existe enquanto entidade autônoma desde o século XI, enquanto a Espanha só nasceu no final do século XV. Sem falar nos condados de Barcelona, Girona e outros, cujas origens remetem ao século VIII. São Paulo só existe desde 1821, mais de três séculos depois do nascimento do Brasil. Não desafie a lógica por não ter estudado História. A comparação não tem o menor sentido. Seria como o Texas fazer um plebiscito para se tornar independente dos EUA. Entendeu agora?
Andre Flores em 21/09/2017 - 14h46 comentou:
O artigo menciona o uso de outro idioma: Espanha, Italia, Alemanha….sao colchas de retalhos de vários dialetos que remetem à idade media. Na Italia existe a Lega Nord, de direita, que reivindica a independência do Piemonte etc. Vao ficar querendo….
Andre flores em 22/09/2017 - 19h03 comentou:
Sr. Rogerio,
Voce nao deve ter prestado atenção, mas fiz menção a outros países como a Italia e a Alemanha: so na Italia há o Piemonte, Toscana, Lombardia, o Veneto, …. e assim por diante. O mesmo vale para a Alemanha, com a Turingia, Bavaria, Pomerania etc… Nenhum deles poderia fazer um plebiscito para se tornar independente, entendeu agora?
Rodrigo em 21/09/2017 - 21h36 comentou:
Isso é ditadura! Só os lambe saco vira-latas não entendem!
Andre Flores em 22/09/2017 - 09h43 comentou:
Há uma cláusula pétrea da Constituição Federal que diz que a República brasileira é “formada pela união indissolúvel” dos estados e municípios – o que torna inconstitucional qualquer intenção de criar um novo país. O que, na sua cabeça, é ditadura?
Andre flores em 22/09/2017 - 19h04 comentou:
Alias, a questao está mais vinculada às consiticuicoes dos paises do que questionar se a galinha ou o ovo vieram primeiro.