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40 anos do golpe no Chile – Fidel Castro: amigo ou muy amigo de Allende?

Em novembro de 1971, dois anos antes do golpe militar no Chile, um avião soviético Ilyushin pousava no aeroporto de Santiago trazendo um visitante ilustre: o líder cubano Fidel Castro

FIDEL CASTRO E SALVADOR ALLENDE EM SANTIAGO, NOVEMBRO DE 1971
Cynara Menezes
10 de setembro de 2013, 13h46

Em novembro de 1971, dois anos antes do golpe militar no Chile, um avião soviético Ilyushin pousava no aeroporto de Santiago trazendo um visitante ilustre: o líder cubano Fidel Castro. Convidado pelo presidente Salvador Allende, Fidel chegava para uma visita oficial de 10 dias. Por conta própria, estenderia a temporada chilena para 24 dias, percorreria todo o país e acabaria se tornando um embaraço ao anfitrião por se intrometer na política local e fazer críticas ao modelo de socialismo pregado por Allende.

O chileno tinha então 63 anos; o cubano estava, aos 45, no auge do vigor político. Era a primeira viagem do revolucionário cubano ao exterior em sete anos. Foi a mais extensa e polêmica estadia de um chefe de Estado na história do Chile, antes de qualquer coisa pelo inédito e ostensivo aparato de segurança. Enquanto Fidel percorria as avenidas da capital em carro aberto ao lado de Allende, dezenas de policiais e agentes seguiam atrás em outros veículos, com a porta aberta e revólveres em punho.

Fidel, Allende e o enorme esquema de segurança do cubano

A rigor, a visita tinha a intenção de alavancar a popularidade de Allende, abalada pela crise econômica e pelo desabastecimento que já se avizinhava. Fidel vinha também com a missão de tentar unir a esquerda local, o que não conseguiu. Pelo contrário: suas críticas causaram desconforto em vários setores da Unidade Popular, a coalizão partidária de esquerda que elegeu Allende. E os custos da visita se mostrariam altos.

Há quem defenda que a estadia prolongada de Fidel e os ataques aos “fascistas”, como se referia à oposição chilena, tenham aprofundado a radicalização da extrema-esquerda e dos estudantes e também a polarização no país que, em última instância, levaria ao golpe em 1973. Foi durante a visita do cubano que aconteceu o primeiro dos muitos cacerolazos (panelaços) da classe média contra o governo Allende. Em 1º de dezembro de 1971, 5 mil donas-de-casa de classe média e alta foram às ruas contra o desabastecimento e contra a presença de Fidel. “Fidel na caçarola, temperado com cebola”, bradavam.

Não há dúvidas que Salvador Allende e Fidel Castro tinham visões opostas de revolução. A concepção de Allende sempre foi a de construir o socialismo pela via pacífica. Em 1967, Fidel duvidara publicamente dessa possibilidade, e chegou a chamar de mentirosos os que pregavam o socialismo sem luta armada.

“Os que afirmam, em algum lugar da América Latina, que vão chegar pacificamente ao poder estão enganando as massas”, discursou o líder cubano na conferência da OLAS (Organização Latino-Americana de Solidariedade). Aparentemente, porém, havia se rendido ao modelo chileno com a vitória de Allende, em 1970. Mas, em território chileno, teve a ousadia de denominar de “processo revolucionário insólito” o que o presidente via como uma revolução pelas urnas.

Na entrevista que fez aos dois líderes durante a visita, o jornalista Augusto Olivares, que se mataria junto com o presidente Allende no Palácio de La Moneda naquele fatídico 11 de setembro, retrata uma conversa relaxada entre dois amigos. Mas, mesmo naquele bate-papo descontraído, saltam aos olhos as diferenças de pensamento dos dois líderes de esquerda. Um Salvador Allende de voz pausada, tranquilo, fala do crescimento da esquerda dentro da legalidade e da pluralidade partidária. Fidel, mais incisivo, insistia com a luta armada e o partido único. Allende, por sinal, não admitia uma só receita para chegar ao socialismo.

No ano passado, a TV pública argentina exibiu o documentário El Diálogo de América, de Alvaro Covacevich, que documentou a conversa entre Fidel e Allende:

O papel que desempenharam os jornais chilenos durante a visita foi, como era esperado, o pior possível: demonizando e satirizando Fidel –até de homossexual o comunista foi chamado. A população, que havia ido às ruas em massa para receber o líder cubano (falou-se em 1 milhão de pessoas) aos gritos de “Fidel, amigo, o povo está contigo!”, deu mostras de cansaço na despedida. Apenas 30 mil compareceram ao estádio nacional para ouvir Fidel falar pela última vez.

Em seu discurso de despedida, o cubano insinuou que o governo Allende deveria partir para a via armada contra a burguesia. “O fascismo trata de avançar e ganhar terreno nas camadas médias e tomar as ruas”, advertiu. “Regressarei a Cuba mais radical do que vim, mais extremista do que vim”. Nos anos seguintes, com o aprofundamento da crise no Chile, ofereceria diversas vezes a ajuda dos revolucionários cubanos. “Mil homens bem treinados poderiam decidir a situação em Santiago”, escreveu Fidel ao amigo. Allende não quis. Após sua morte, em um discurso de homenagem, Fidel faria questão de mostrar que era a sua a postura correta: “Os revolucionários chilenos sabem que já não há nenhuma outra alternativa a não ser a luta armada revolucionária”.

Aos olhos de hoje, pode-se dizer que a chegada do cubano foi no mínimo inoportuna, porque Allende começava, naquele momento, a enfrentar a reação da direita às suas reformas, e a presença de Fidel por quase um mês representou uma provocação desnecessária, fora de hora. Também colaborou para acentuar a divisão entre os chilenos e os temores de que o governo Allende estava tomando os rumos de Cuba. Para os que cuidavam de implantar a paranóia comunista na população, foi um prato cheio.

A 40 anos do golpe que derrubou Allende, a viagem de Fidel ao Chile suscita algumas perguntas sem resposta. O que teria acontecido se Fidel não tivesse ido ao Chile naquele ano? Teria Allende encontrado o caminho da união nacional em torno do seu projeto? A presença de Fidel acendeu um barril de pólvora ou o que fez apenas foi enxergar antes, ao falar repetidas vezes em “fascismo”, que estava prestes a explodir? Allende errou por convidá-lo ou errou por insistir na via pacífica, recusando a ajuda armada que Fidel lhe oferecia? Talvez, naquele momento, tenha faltado, a ambos, cautela?

Mais importante: será que não é mesmo possível, como acreditava Fidel, chegar ao socialismo pela via pacífica, como sonhou Allende? Ou será que, de certa forma, Fidel atrapalhou o projeto de Allende?

Allende com a Kalashinikov que Fidel lhe presenteou e com a qual se mataria

 

 


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kempvictor em 10/09/2013 - 14h38 comentou:

Não há como colocar uma "culpa" em Fidel ou Allende, além da estendida estadia de Fidel, não se pode negar a pressão imperialista estadunidense, que sofreu a Améria do Sul.
Porém, concordo com Fidel, a luta armada seria uma atitude viável à Allende, para impedir que a direita avançasse como avançou no Chile.

Responder

    ze em 11/09/2013 - 18h44 comentou:

    que artigo vai pela via do voto como o pt que tem 12 anos se for depender dessa corja vai pra 100 anos seu socialismo moreno ou capitalismo mesmo/

acasadevidro em 10/09/2013 - 15h51 comentou:

Cara Cynara, muito interessante a recuperação deste momento histórico! Só senti falta, na sua reportagem, de uma exploração da sabida participação dos Yankees, nos bastidores, em prol do golpe de Estado de 1973, que instauraria a ditadura Pinochet, e que estava sendo planejado desde esta época a que você se refere.

Segundo o documentário "A Batalha do Chile" (do Patricio Gúzman), foi ampla a participação dos EUA, em aliança com as elites oligárquicas chilenas, na instauração de regimes autoritários e fascistas não só no Chile, mas por toda a América Latina (inclusive por aqui!). As ditaduras, quase todas, foram instauradas para servir aos interesses comerciais e financeiros da neo-“metrópole”. No Chile, segundo Guzmán, as Forças Armadas receberam um auxílio de 45 milhões de dólares do Pentágono, o que equivale a mais de um 1/3 de todo o capital “emprestado” pelos EUA desde a subida ao poder de Allende. Além disso, mais de 4 mil oficiais do Exército chileno foram treinados pelos Estados Unidos e este mantinha mais de 40 agentes da CIA infiltrados no movimento de oposição à Allende.

Como nos lembra a Naomi Klein no "Doutrina do Choque", também foi determinante no golpe contra Allende a ação nos bastidores de Milton Friedman, “considerado o economista mais influente do último meio século” (KLEIN: 2007, p. 15), um dos papas da doutrina neoliberal:

"Milton Friedman aprendeu a explorar os choques e as crises de grande porte em meados da década de 1970, quando atuou como conselheiro do ditador chileno, o general Augusto Pinochet. Enquanto os chilenos se encontravam em estado de choque logo após o violento golpe de Estado, o país sofria o trauma de uma severa hiperinflação. Friedman aconselhou Pinochet a impor uma reforma econômica bastante rápida – corte de impostos, livre-comércio, serviços privatizados, corte nos gastos sociais e desregulamentação. (…) Ficou conhecida como 'a revolução da Escola de Chicago', pelo fato de que muitos economistas de Pinochet tinham estudado sob a orientação de Friedman na Universidade de Chicago. (…) Desde então, sempre que os governos decidem impor programas radicais de livre mercado, o tratamento de choque [the shock doctrine] tem sido o seu método preferido." (KLEIN, A Doutrina do Choque, p. 17)

Acredito que Fidel, experimentado em relação às perversidades dos yankees contra os regimes de esquerda da América Latina, já que Cuba havia sofrido muitos ataques (Baía dos Porcos etc.) e bloqueios econômicos, deve ter feito todo o possível para alertar Allende sobre o perigo que seu regime corria. Em 11 de Setembro de 1973, o golpe de Estado foi uma espécie de confirmação dos piores pesadelos de Fidel – e mais um episódio onde o Império não hesitou em se utilizar de medidas fascistas para instaurar – à força e com tanques de guerra – o Livre-Mercado, para festa das mega-corporações e dos produtos made in U.S.A…
http://depredando.blogspot.com.br/2012/12/iii-neo

Responder

    morenasol em 10/09/2013 - 16h56 comentou:

    não se preocupe, durante a semana haverá mais posts sobre os 40 anos do golpe no chile, com outros aspectos abordados ; )

    Romildo em 24/09/2013 - 15h47 comentou:

    "…em relação às perversidades dos yankees" escreveu acasadevidro. E o que os comunistas fizeram aos opositores é o que? Fidel fuzilou opositores, Stalim fez o mesmo com 55 milhões deles etc. Fico impressionado com o "fingir não saber" esquerdista sobre as atrocidades assassinas comunistas e a intolerância ao pensamento contrário, aversão à democracia, uma louvação à violência para impor uma política e ficar tentando demonizar os EUA por agir em defesa das liberdades. Peço uma coisa: coerência é o mínimo para arrazoar ideias.

    cristiano em 08/03/2015 - 21h21 comentou:

    havia 30 mil militares cubanos infiltrados no chile nessa época, viva pinochet!

Vitor em 10/09/2013 - 16h35 comentou:

Sorte do Chile que Allende era diferente de Fidel. Caso contrário, poderia ser governado por um parente dele até hoje e o desabastecimento certamente persistira…
Com os milicos devidamente depostos e um governo democrático de centro-direita, o Chile é disparado o país mais promissor da América do Sul. Enquanto Cuba…….

Responder

    edmilson em 10/09/2013 - 22h07 comentou:

    "Sorte do Chile que Allende era diferente de Fidel". Sorte do Brasil que Jango era diferente de Fidel? Em caso afirmativo, por que o Brasil não é superpotência?

    Vitor em 10/09/2013 - 22h40 comentou:

    Por diversos motivos, porém é muito mais evoluído que Cuba!

    Everton Lourenço em 11/09/2013 - 15h32 comentou:

    Logo se vê que seu conceito de evolução não leva em consideração desigualdades sociais, criminalidade ou mesmo níveis de educação e saúde…

Comandante Jonas em 10/09/2013 - 16h37 comentou:

Ironicamente, o governo Allende foi derrubado pelos EUA justamente pelo seu perfil democrata. O então presidente Nixon e seu staff temiam que Allende desmontasse o discurso norte-americano cuja premissa era associar capitalismo com democracia e socialismo com ditaduras e partido único.

Para Fidel, o socialismo pelas urnas de Allende era "insólito". Para os EUA, "inaceitável".

twitter > @comandantejonas

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Travis Bickle em 10/09/2013 - 18h23 comentou:

O exemplo histórico de Salvador Allende diminui bastante as minhas expectativas quanto à social-democracia. As transformações da estrutura social propiciadas pelo socialismo jamais passarão batidas aos olhos da direita. As tentativas do governo Allende de chegar a um acordo com as forças reacionárias da época davam espaço para a organização política dessas forças e, portanto, para a contrarrevolução. Fidel, Che, Raúl e os demais mentores da Revolução Cubana estavam mais conscientes disso do que Salvador Allende, daí o discurso de Fidel quando visitou o Chile. Inclusive, às vezes me pergunto qual teria sido a influência de Che Guevara no socialismo chileno. Talvez ele faria o papel de abrir os olhos do líder chileno melhor até que Fidel. Que o exemplo do esforço de Salvador Allende seja eterno na luta socialista, e que outros combatentes da opressão como ele não tenham o mesmo fim. "La história no esta muerta…"

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    Victor em 10/09/2013 - 19h47 comentou:

    Sistema político imbecil, que não deu certo em nenhum lugar do mundo. Destroem a iniciativa individual e minam a meritocracia. Os socialistas são arrogantes e querem impor suas idéias à força pois em um debate democrático suas idéias infantis viram pó.

    Travis Bickle em 10/09/2013 - 20h40 comentou:

    O socialismo é a transformação gradual da sociedade capitalista, o controle dos meios de produção pelos trabalhadores, o fim da alienação do trabalho humano, o fim da apropriação indevida da riqueza, a transformação das relações de produção, a livre associação entre o proletariado para tomarem as próprias decisões, a igualdade construída e não imposta. Investigando um pouco a história, você percebe que as revoluções socialistas do Século XX em sua grande parte foram o ponto de partida para o processo conhecido como socialismo, mas que o mesmo nunca foi atingido, efetivamente. Não foi atingido pelo fato de a Revolução Socialista ser internacionalista e não poder ser efetivada em partes isoladas do mundo. Sendo assim, é no mínimo desonesto você criticar um sistema político que nunca foi atingido de fato. E outra coisa, negar as conquistas de governos VISANDO o socialismo (o slogan do governo Allende era "o caminho do Chile para o socialismo", e não era à toa, sabia?) no plano social é uma cegueira ideológica incrível. Allende, Fidel, Tito, etc etc… os exemplos da história estão batendo à sua porta. Outra coisa, "meritocracia"? Vai lá explicar os benefícios da falsa meritocracia capitalista pras classes mais baixas dos países liberais de hoje (Singapura, Hong Kong, Chile) e etc. Acreditar que só não enriquece quem não quer é de uma ingenuidade tão grande que eu não deveria nem estar retrucando. Antes de chamar socialista de arrogante, chamar algum sistema político (por sinal, o socialismo é também um SISTEMA ECONÔMICO, não apenas político) de imbecil ou vir vomitar discurso neoliberal aqui, vá aprender no mínimo a definição de socialismo e a realidade por trás do paraíso neoliberal da meritocracia. (Comece pelo Chile, que é liberal, está aqui pertinho de nós e tem índices sociais menores que os da Argentina e de Cuba, que são economias altamente regulamentadas, por exemplo. Fora a pobreza e a desigualdade. E eu falo de índices sociais de verdade, não CTRL C + CTRL V do IDH ou rankings furados da Heritage/Mises).

    Travis Bickle em 10/09/2013 - 20h49 comentou:

    PS: as ideias "infantis" do socialismo funcionaram democraticamente no Chile até o conservadorismo e o liberalismo econômico (que andaram de mãos dadas várias vezes na história) desenvolverem a velha paranoia de sempre e derrubaram juntinhos (ai que lindo!!!!!!!!) o governo de Allende. E as tentativas de sabotagem ao processo democrático do Salvador Allende não foram poucas. Um exemplo notório foi a recusa das produtoras de alimentos (que ainda eram privadas) a fornecerem alimento para o governo chileno distribuir através dos programas de combate à desigualdade da época, para tentarem voltar a opinião popular contra o governo e inviabilizar o processo de inclusão social promovido pelo governo. Isso acontece hoje na Venezuela também, por exemplo. (E vocês, liberais de internet são tão caras-de-pau que têm a pachorra de dizer que é culpa do Chavez ou do Maduro) Se o socialismo é tão fraco no plano democrático, por que as forças reacionárias sempre precisaram apelar para sabotagens ou embargos na tentativa de inviabilizar o processo de socialismo? Dá pra colocar o exemplo de Cuba e os embargos nisso aí também.

    Vitor em 10/09/2013 - 22h41 comentou:

    O papel de Che? O que ele fazia melhor, assassinar pessoas…

Nelo de Carvalho em 10/09/2013 - 19h36 comentou:

Cyanara, sei lá como é o seu nome, acho você tão mal informada como esse pessoal da extrema direta, e ainda se considera socialista! Que petulância!

Em primeiro lugar, Salvador Allende não cometeu suicídio, nenhum; ele morreu como consequência do bombardeio que os golpistas infligiram no palácio de la Moneda!

O que me impressiona na esquerda brasileira é o idiotismo; muitos de vocês são a verossimilhança que a própria extrema direta pinta sobre vocês. Você deveria recorrer as melhores fontes e para depois abrir um blog como este com a liberdade de dizer baboseiras. Se és jornalista e não consegues ao menos informar, melhor ficar calada, e dar espaço aquele infeliz da VEJA ,que se chama Reinaldo Azevedo, que por sinal é melhor que todos vocês: Uma corja de desinformados e mentirosos!

Responder

    Antonio Vilvaz em 11/09/2013 - 00h35 comentou:

    Caro Nelo de Carvalho, Primeiramente vc foi de uma grosseria atroz com a autora do blog. O blog é excelente, com boas matérias, artigos interessantes, informações atualizadas e precisas e boas tiradas por parte da autora. Se vc não gosta do blog, por gentileza, fique à vontade de ir ler o seu Reinaldo Azevedo, que o sr. parece gostar. Em segundo lugar, havia uma dúvida sobre a real causa da morte do Allende: suicídio, a idéia mais disseminada, ou assassinato. Após o fim da ditadura Pinochet, os restos mortais de Allende foram exumados e uma perícia constatou que o ex-presidente foi morto "por ferimento de projétil" de forma "condizente com suicídio". Vale a pena ressaltar que os restos mortais permitiam apenas essa inferência, o que não torna a Cynara errada ao sustentar a ideia de suicídio, ideia essa que ainda bastante disseminada no próprio Chile. Por fim, felizmente, todos são livres para abrir blogs e devanear sobre as suas ideias. Inclusive aquele blog do seu admirado Reinaldo Azevedo. O seu discurso cabe muito bem nos cometários daquele blog, mas não aqui. Por gentileza, vá lá fazer seus comentários e respeite a autora desse blog.

    Vitor em 11/09/2013 - 12h50 comentou:

    Antonio, o senhor lê Reinaldo Azevedo?

Matheus em 10/09/2013 - 19h47 comentou:

Me lembro de uma entrevista com o Hugo Chavez, em que ele explica as suas diferenças em relação a Fidel Castro e Salvador Allende: "nuestra revolución es una revolución pacifica, pero armada".

É óbvio que Fidel Castro jamais poderia chegar ao governo cubano por vias pacíficas. Cuba era governada por um consórcio mafioso-imperialista chefiado pelo ditador Batista. A tortura e extermínio promovidos pelos agentes de repressão política deste ditador não deixou outra alternativa senão responder à violência com a violência. O Chile tinha tradição de democracia eleitoral, apesar da profunda desigualdade social e dependência externa.

Não sei "como seria se" Fidel não tivesse visitado o Chile, nem "como seria se" Allende tivesse ouvido os conselhos de Fidel Castro. Na verdade, é um falso problema, pois não há como saber e ponto. O importante é tirar as lições do que aconteceu realmente.

Responder

Old Bull Lee em 10/09/2013 - 20h28 comentou:

Eu amo o Chile, povo educado, otimas estacoes de ski, cidades charmosas, excelentes cervejas e vinhos.. As chicas sao simpaticas e gostam de brasileiros. Agora, as argentinas sao mais bonitinhas…

Responder

Humberto Borges em 11/09/2013 - 00h40 comentou:

É incrível como a colunista tem essa certeza de que tanto Allende quanto o jornalista Augusto Olivares se suicidaram. Em quais fatos e provas objetivas ela se baseou para afirmar e reafirmar, como se fosse uma informação objetiva? Ela acha também que Pablo Neruda morreu de causas naturais? Essas 3 mortes são as versões espalhadas pelo regime de Pinochet.

Responder

    Bruno em 11/09/2013 - 05h26 comentou:

    Quanto a Augusto Olivares eu não sei, mas recentemente foi exumado o corpo de Salvador Allende, e a conclusão que se chegou é que sim, ele se suicidou: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/07/
    Concordo com a filha, isto só dignifica mais ainda a figura de Allende!

    Vitor em 11/09/2013 - 12h52 comentou:

    Acho o suicídio o maior ato de covardia que um ser humano pode ter…

Emerald em 11/09/2013 - 04h44 comentou:

Façam uma visita ao Chile e lá compreendam os fatos no Museu dos Direitos Humanos. A farsa do suicídio, os bombardeios, a violência suprema com o povo.
http://www.museodelamemoria.cl/

Responder

Caetano Tola Biasi em 11/09/2013 - 05h10 comentou:

A visão de que Fidel de alguma maneira teria colaborado para desestabilizar Allende me parece um tanto ingênua até. Ora, o golpe não foi financiado pela CIA porque Allende era amigo de Fidel e sim por causa das propostas de cunho popular do chileno. Propostas encampadas por Fidel porém que ele temia não serem possiveis "pacificamente", como não foram. a história provou a análise correta de Fidel. Se provou acertada em Cuba, quando muitos grupos de esquerda também apoiavam a via eleitoral e ele se pôs contra pois era parte da estratégia de Batista, e se provou acertada com todos os acontecimentos que se seguiram na américa latina. A "guerra necessária" proclamada por Fidel se mostrou a única maneira eficiente de vencer o imperialismo no século XX. A famigerada visita me parece deve ser entendida como um alerta. Décadas depois me parece que CHavez compreendeu muito bem a história e a proposta de Fidel. As reformas serão violentas. A resposta da elite será violenta. Violência se defende com violência. De resto é enganar o povo.

Responder

Maia Kaefman em 11/09/2013 - 14h19 comentou:

Valeu pelo doc! Muito bacana e relevante essa conversa Fidel-Salvador. Quanto a discussão em si sou da opinião de que processo histórico não tem fórmula são muitas as variáveis para se determinar dogmaticamente como é possível instaurar o socialismo, se há método viável e método inviável.

Responder

Rodrigo Falcon em 11/09/2013 - 15h19 comentou:

Acho que Gandhi e Ramana Maharshi em suas simples ações, respondem aos questionamentos de Fidel. Podem ser anos, décadas, mas os ares se revelam limpos e graciosos somente pela não violência. O magistral documentário de Patricio Guzmán, "La Batalla de Chile", dividido em 3 partes, é um painel fiel e emocional imperdível sobre aquela sempre viva e possível revolução humanista. LINKS: (1.parte: https://www.youtube.com/watch?v=ZxRlhggVGoQ);(2.p… https://www.youtube.com/watch?v=_V8iVIpN6ZY);(3.parte: https://www.youtube.com/watch?v=_oqUFe2jw4k)

Responder

joão em 11/09/2013 - 20h48 comentou:

Acho que o Srº a casa de vidro acima já disse tudo. Só faço a ressalva que, quando o já escolado e tarimbado Fidel disse ter de prontidão um exército de 20 mil homens bem treinados e bem armados e ele já sabendo que os yankees não estavam de meros espectadores, pelo contrário, estavam agindo para neutralizar a instauração de uma sociedade socialista. E bastava um sim do Sr. Salvador Allende. Concerteza a História teria sido outra.

Responder

Gabriel em 11/09/2013 - 23h17 comentou:

Ghandi responde a que questionamento? O que Gandhi revolucionou de fato? Distribuiu riquezas? Melhorou a qualidade de vida dos indianos? Não, Gandhi não teve nada de revolucionário. A leitura de Fidel foi correta, Allende deveria armar seus apoiadores que sim, estavam dispostos a lutar.

Responder

Gabriel em 11/09/2013 - 23h19 comentou:

Sinceramente, alguém aqui acha mesmo que a burguesia iria ver Allende promovendo a revolução sem reagir? Que os EUA não iriam querer interferir, caso Fidel não fosse ao Chile? Isso me parece muito ingênuo.

Responder

claudio ribeiro em 12/09/2013 - 15h22 comentou:

Allende seria derrubado do mesmo jeito…Atribuir a visita de Fidel o infeliz desfecho para o Chile é quase como dizer que uma mulher foi abusada sexualmente porque estava usando "roupas provocativas", só serve de argumento para o agressor tentar se eximir de suas responsabilidades.

Responder

Ricardo G. Ramos em 12/09/2013 - 16h44 comentou:

Blogging in the wind: a insinuação de que a visita de Fidel ao Chile de Allende teria precipitado o golpe fascista me parece ingênua da parte desse charmoso, valoroso e querido Socialista Morena.

Responder

Ane Brasil em 12/09/2013 - 17h43 comentou:

Com ou sem Fidel La Moneda teria sido bombardeada, com ou sem Fidel Allende seria deposto, com ou sem Fidel as esquerdas costumam romper – aliás, dissidência e esquerda parecem andar sempre juntas.
Embora as perguntas sejam bem pertinentes, Cynara, creio que as respostas nós já sabemos.
Agora eu tenho uma outra pergunta: e se Allende aceitasse as ofertas de Fidel?
Sorte & Saúde pra todos!

Responder

Bellini em 12/09/2013 - 21h34 comentou:

Apesar das críticas de Fidel a Allende, Fidel o admirava muito, e é possível comprovar isso nos textos do Castro no Granma.
Inclusive a arma que o Salvador tinha no momento de sua morte foi um presente de Fidel.
Realmente não acredito que a visita de Fidel seja o motivo para a falha da via chilena, muitos outros fatores foram decisivos como o descontrole dos movimentos sociais, as conspirações dos ianques pelas sombras, a virada de jogo que tornou a classe média inimiga do governo de Allende, o embargo invisível dos EEUU, entre outros…

Responder

Bob 'mecânico' em 13/11/2013 - 00h45 comentou:

É de fato interessante ver um acervo deste e verificar o que o regime cubano produziu na ilha caribenha, ditadura, pobreza, etc.

Eu só gostaria de ver os brasileiros que vivem falando em democracia, se caso aqui fosse uma cuba se poderíamos falar alguma coisa!

Todos viram o exemplo da blogueira cubana, lá ela não tem liberdade que gostaria de ter, mas aqui muitos brasileiros não deixaram ela falar e até a hostilizaram.

Será que o Brasil esta enamorado do regime cubano?

Responder

Combatente em 07/01/2014 - 13h45 comentou:

"A "socialista morena" mostra, mais uma vez, que de socialista não tem NADA (e de morena só tem a cor do cabelo… porque esse texto está MUITO à direita do morenismo…). Pois é, o golpe no Chile foi culpa da visita do Fidel, e não da linha oportunista e conciliadora da Unidade Popular de "via pacífica ao socialismo" e de desarmamento da população, linha essa que Fidel Castro tratou de criticar.

O próximo passo da "socialista" morena será criticar os trabalhadores chilenos por exigirem, em carta aberta, uma postura firme contra o fascismo (posição bem parecida com a de Fidel Castro, aliás…)"

(comentários de João G. Melato)

Responder

    morenasol em 08/01/2014 - 01h02 comentou:

    acho que você tá por fora. meu socialismo moreno é de darcy ribeiro, não do morenismo. e darcy também criticou duramente o radicalismo da esquerda chilena. tenho o texto. aguarde, irei reproduzir aqui. e pesquise sobre o socialismo moreno antes de falar, ok?

Guilherme em 07/01/2014 - 18h55 comentou:

Claro, foi a estadia de Fidel que impediu a ''via democrática'' de Allende. Não foi o caráter burguês do estado, a intervenção yankee e nem as contradições de classe. Essa análise, da ''socialista'' morena, é de um IDEALISMO (corrente que Marx dedicou a vida a refutar) tão grosseiro que chega a ser o perfeito OPOSTO do marxismo. Me deu ânsia.

Responder

Yuri Holanda em 17/02/2015 - 01h26 comentou:

Que bobagem atribuir o recrudescimento das tensões no Chile a Fidel Castro. Quando olhamos ao redor e vimos vários exemplos de governos de esquerda derrubados, como Manuel Zelaya em Honduras, 2009, ou Fernando Lugo no Paraguai em 2012, e poderia citar dezenas de outros exemplos, é ridícula tal ilação de que Fidel teria contribuído para um choque na luta de classes chilena. Antes Allende tivesse ouvido Fidel e não tivesse deixado Pinochet como comandante do exército chileno. Quem pagou o preço de uma Revolução não teve ousadia e inteligência pra ir até o final foi o povo chileno, torturado e assassinado nos estádios… quem teme os lobos não vai à floresta!

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