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Gilmar: Bretas é “um dos juízes mais ricos do Rio” e ainda recebe auxílio-moradia

Ministro do Supremo ataca juiz da Lava-Jato no Rio e manda abrir investigação sobre uso de correntes nos pés de Sérgio Cabral

O juiz Bretas posa com policiais. Foto: reprodução twitter
Da Redação
11 de abril de 2018, 00h41

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes usou o julgamento na Segunda Turma do pedido de transferência do ex-governador Sergio Cabral para criticar o juiz Marcelo Bretas, da Lava-Jato. Segundo Gilmar, Bretas é um dos “juízes mais ricos do Rio de Janeiro” e que “recebe auxílio-moradia junto de sua esposa. Espero que o CNJ tome as providências necessárias”.

Em janeiro, foi revelado que o juiz recorreu para receber mais de 4 mil reais de auxílio-moradia, contrariando resolução do Conselho Nacional de Justiça, já que a mulher dele, também juíza, é beneficiária do privilégio. “É um que posou com uma metralhadora? É juiz ou justiceiro?”, concordou seu colega José Antonio Dias Toffoli, em referência a uma foto postada pelo juiz Bretas no twitter segurando um fuzil, ao lado de policiais.

Tem um lado animalesco que está se manifestando em cada um de nós. É um tipo de perversão. Fico com vergonha. Pessoas alfabetizadas, que tiveram três ou quatro refeições por dia, se comportam dessa forma animalesca

Gilmar Mendes disse ver uma reação “animalesca” em parte da sociedade brasileira que se reflete no excessivo punitivismo dos juízes da Lava-Jato. “Tem um lado animalesco que está se manifestando em cada um de nós. É um tipo de perversão. Fico com vergonha. Pessoas alfabetizadas, que tiveram três ou quatro refeições por dia, se comportam dessa forma animalesca. São pervertidas. Talvez tenham outros problemas e aproveitam agora para fazer esse tipo de coisa”, criticou.

O ministro também comentou as críticas à “sala especial”, na verdade uma cela como outra qualquer, onde o ex-presidente Lula está detido na carceragem da PF em Curitiba, por possuir um banheiro privativo. “O ex-presidente Lula vai ter uma suíte, um banheiro. Ter uma privada… Onde estamos com a cabeça? Do que estamos falando? Onde foi a nossa sensibilidade?”, questionou. “Combater o crime sim, punir sim, mas com respeito à dignidade da pessoa humana.”

Gilmar disse estranhar que até mesmo um filtro de água na cela de Cabral tenha sido considerado regalia, razão da transferência do ex-governador a Curitiba, e mandou abrir investigação sobre o uso de correntes nos pés dele

Dentro dessa concepção, Gilmar disse estranhar que até mesmo um filtro de água na cela do ex-governador tenha sido considerado “regalia”, razão da ida de Cabral a Curitiba, e mandou abrir uma investigação sobre o uso de correntes nos pés na transferência. Para ele, o fato pode caracterizar até mesmo crime de abuso de autoridade por afronta à Sumula Vinculante 11, que proíbe o uso de algemas. Gilmar votou no sentido de conceder o habeas corpus para determinar o imediato retorno de Sérgio Cabral ao presídio de Benfica.

Com informações da assessoria do STF

 


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André em 11/04/2018 - 10h13 comentou:

Esse tal de Gilmar sabe como vive a população carcerária no Brasil? Ele sabe que 3/4 dessa gente não foi sequer julgada em primeira instância? Existe um segundo Brasil do qual eu desconheço?

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Sergio Souza em 11/04/2018 - 11h34 comentou:

Eita que agora pegou fogo!

Quando o povo brasileiro sabe mais quem são os 11 juízes o STF e desconhece a escalação da seleção brasileira, é porque a coisa está complicada! Muito holofote! Muitas polêmicas!

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ari em 12/04/2018 - 12h09 comentou:

Confesso estar temeroso. São cada vez maiores as semelhanças entre o que vivemos e a Alemanha Nazista, inclusive (e sobretudo) no judiciário. O que tem acontecido no Circo de Curitiba, no TRF 4 e no STF com relação ao presidente Lula é realmente assustador. Provavelmente Gilmar, Celso de Mello, Marco Aurélio e Lewandowski estejam agora acordando e percebam que foram cúmplices do golpe que nos trouxeram à tragédia que vivemos.

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Marcelo B. V. M. Jr. em 19/04/2018 - 19h21 comentou:

Com a Constituição de 1988 foram enaltecidos os direitos em detrimento das obrigações.
Os “rebeldes primitivos”, expressão emprestada do historiador marxista Erick Hobsbawm e adaptada ao contexto brasileiro, sufragados por intelectuais que abraçaram o pensamento do italiano “Luigi Ferrajoli, expresso na obra “Direito e Razão”, passaram a atuar em “terrae brasilis” em agressão à ordem estabelecida, ofendendo os membros da comunidade.
Aqueles despossuídos de prata, ouro, títulos e educação especial, agredidos pelos rebeldes, passaram a preconizar a aplicação draconiana das normas penais, com sustentação no pensamento do germânico Gunther Jabobs, resumido no livro “Direito Penal do Inimigo”. Acrescente-se, ainda, a aplicação das Teorias Econômicas Neoliberais no Brasil, sem qualquer meditação crítica, formando uma massa instável e violenta de perdedores, fato previsto pelo economista norte-americano, Edward Luttwak no livro denominado “Turbocapitalismo”.
Diante desse “inferno social” o Estado punitivo se enfraqueceu. A situação atingiu nível tão elevado de instabilidade, que obrigou o STF em sua missão de interpretação da Constituição e de pacificação social, lançar às masmorras, de forma mais expedita, os criminosos.
Em decorrência do atrito entre o pensamento do intelectual,preocupado com questões abstratas e com a intensificação do direito de defesa às últimas consequências, o povo é desprezado e a Democracia soçobra.

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