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“Lagostagate”: imprensa israelense zoa “farsa kosher” de seu embaixador

Para fugir das críticas ao consumo de frutos do mar, proibidos pelo judaísmo, embaixada recorreu a um péssimo photoshop

A lagosta borrada do embaixador. Foto: divulgação
Da Redação
08 de julho de 2019, 20h16

Os frutos do mar não são considerados kosher, ou seja, são impuros, segundo a Torá, livro sagrado do judaísmo. Claro que nem todos os judeus atualmente seguem ao pé da letra este preceito alimentar, que foi abandonado por muitos à medida que a forma de preparar e criar os animais foi se modernizando. Não se compara a criação de um porco hoje em dia, por exemplo, com a forma como era 2 mil anos atrás.

“Os pratos estavam borrados com marcas pretas –uma tentativa de esconder que Shelley estava comendo um almoço não-kosher. Mas a edição mal feita deixou os ofensivos crustáceos plenamente visíveis”, zoou o Times of Israel

Mas, para evitar críticas, o embaixador israelense no Brasil, Yossi Shelley, resolveu borrar, da forma mais tosca possível, as lagostas que estava comendo com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, antes do jogo contra o Peru, no domingo. Para Bolsonaro o borrão também veio em boa hora, já que publicamente ele costuma bancar o pobre que passa leite condensado no pão. Lagosta, eu?

Em Israel, a “operação esconde lagosta” foi alvo de gozação da imprensa local. “A farsa kosher: o que a embaixada israelense não quer que você veja”, disse o Haaretz na manchete. “O embaixador e o presidente de extrema direita do Brasil almoçaram antes de um jogo de futebol, mas um mau photoshop não pôde esconder o que eles comeram. A embaixada tentou escurecer os pratos deles no post, mas a edição amadorística não foi bem sucedida em disfarçar seu prato não kosher de lagosta.”

No Jerusalém Post, a manchete foi: “Embaixada israelense tenta encobrir prato de lagosta de Bolsonaro no twitter”. Na primeira versão do texto, o imbróglio era inclusive chamado de LOBSTERGATE. “A imagem camuflada rendeu manchetes no Brasil com a mídia local observando que o crustáceo é um acepipe caro, e a mídia internacional observando que decididamente não é kosher”.

O jornal exibiu um meme do twitter em que um gozador “melhora” o photoshop da embaixada e explicou a piada para os leitores do país. “Em português, a palavra ‘laranja’ tem outro significado: alguém que ajuda um criminoso de colarinho branco a esconder seus crimes, uma crítica a Bolsonaro.”

Já o Times of Israel publicou: “Enviado israelense ao Brasil tenta ‘censurar’ almoço com lagosta e é ridicularizado”.

“A missão diplomática israelense tuitou no domingo uma foto de Yossi Shelley e Bolsonaro almoçando antes de assistir a Brasil X Peru. Os pratos estavam borrados com marcas pretas –uma aparente tentativa de esconder o fato de que Shelley estava comendo um almoço não-kosher. No entanto, a edição mal feita não encobriu totalmente a comida, deixando os ofensivos crustáceos plenamente visíveis”, ironizou o jornal, citando os “milhares” de comentários ridicularizando a embaixada por seus esforços para “censurar” a lagosta e as “dezenas” de montagens tirando onda da dupla.

 

 


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(2) comentários Escrever comentário

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martha Aulete em 11/07/2019 - 23h09 comentou:

Me diga! Onde anda o Comedor de hóstias? O Falsadd, aquele da USP… E, também, a sua por.ralouca, a Falsanella D’Ávila, hein? Aquela lá do Sul. Me diga aí! ‘Tou curioso!

Responder

Homero Mattos Jr. em 13/07/2019 - 20h30 comentou:

impressiona o asseio da mesa.

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