Socialista Morena
Mídia

Por que entrei na Veja. E por que saí

Um relato sobre os oito meses que passei na revista, os piores de minha carreira

Brenda Starr, repórter da HQ de Dale Messick
Cynara Menezes
05 de novembro de 2012, 12h40

No final de 1997, após minha aventura espanhola –economizei um dinheirinho e fui estudar Literatura Espanhola e Hispanoamericana em Madri–, voltei ao Brasil para morar em São Paulo. Desempregada, fui convidada por uma grande amiga a fazer um frila para a revista Marie Claire, onde ela era editora: uma entrevista com o pré-candidato a presidente Ciro Gomes que acabou sendo um dos mais marcantes trabalhos da minha carreira. Ciro abriu a alma, talvez mais do que gostaria, e a matéria de uma revista feminina surpreendentemente repercutiu em todos os jornais.

O sucesso foi tão grande que aquela entrevista, publicada na edição de janeiro do ano seguinte, foi a responsável por minha reinserção no mercado brasileiro após dois anos fora. Fui sondada por alguns veículos e acabei sendo convidada para voltar à Folha de S.Paulo, onde havia trabalhado na sucursal de Brasília, para ocupar uma vaga na editoria de Cotidiano. Meses depois, mudei para a Ilustrada, que almejava quando fui para a Espanha. (Qualquer hora tiro um tempinho para digitar a entrevista com o Ciro e postar aqui para vocês. É muito divertida.)

Sete anos mais tarde, em maio de 2004, eu estava havia apenas três meses trabalhando no Estadão quando a mesma querida amiga me procurou para fazer um convite: iria assumir a editoria de Brasil da revista Veja e queria que eu fosse para lá fazer coisas bacanas, reportagens especiais, entrevistas. “Quem você gostaria de entrevistar?”, ela perguntou. Respondi que sempre quis entrevistar Diego Maradona sobre política. Até hoje acho que seria uma entrevista e tanto. Ela ficou entusiasmada e eu também. Mas e hard news?, perguntei. Este nunca foi meu forte. “Ah, você vai ter que fazer, mas ocasionalmente”. Pensei uns dias e topei. Lembro que até comprei, num sebo de São Paulo, um livro de Oriana Falacci, a grande entrevistadora italiana, para me inspirar…

Costumo dizer que existem dois tipos de repórteres: os que têm boas fontes e apuram muito, mas têm um texto apenas razoável, e os que não têm tantas fontes nem são incríveis apuradores, mas escrevem bem. Eu não tenho fonte nenhuma e apuro o suficiente; o texto é o diferencial. Portanto, o primeiro choque para mim após a estreia na Veja foi que a alentada matéria de capa sobre corrupção que eu e dois colegas apuramos não foi escrita por nós. Eu escrevi o texto inteirinho. E ele foi inteirinho modificado para publicação. Obviamente não recebi aquilo de bom grado, mas uma colega que estava lá há mais tempo me acalmou dizendo que logo eu “pegaria o jeito” para escrever no estilo da revista e não mexeriam tanto no texto.

Bom, hoje sei que nunca iria “pegar o jeito” de escrever da Veja porque, para começo de conversa, não é o meu. Meus textos em geral têm bastante aspas, adoro colocar frases boas de entrevistados e especialistas para dar um colorido. Na Veja, podem reparar, os textos quase não têm aspas, é tudo assumido pelo redator. Além disso, tem uns clichês do tipo “os números impressionam” que eu não conseguiria incluir num texto meu nem que trabalhasse lá durante 100 anos.

Vi, de cara, que tinha entrado numa enrascada, que só piorou quando me destacaram para cobrir a campanha de Marta Suplicy à reeleição em São Paulo. Não havia ninguém no PT que aceitasse falar com a Veja. As fontes das reportagens tinham que ser pessoas, mesmo dentro do partido, de oposição à prefeita. Eu fazia a apuração possível, mas absolutamente nenhum daqueles textos foi escrito por mim. Àquela altura, eu só pensava num jeito de sair da Veja sem ficar desempregada –afinal, eu acabara de entrar no Estadão quando decidi ir para lá. E tinha um filho para criar, não sou nenhuma filhinha-de-papai para me dar ao luxo de ficar sem trabalhar.

Para driblar as dificuldades, minha amiga e chefe escalou outra repórter para trabalhar em parceria comigo: eu fazia a apuração pelo lado petista a partir de uma pauta sugerida por mim e ela redigia o texto e apurava o lado do PSDB, incluindo os obrigatórios elogios ao tucanato, como na reportagem dos políticos “picolés de chuchu”. Quem acompanha meu trabalho há mais tempo sabe que essa é uma pauta tipicamente minha, para tirar sarro de políticos. Foi transformada por Veja em uma peça de bajulação a Geraldo Alckmin –reparem que a reportagem em questão é assinada em dupla com outra pessoa, assim como várias outras do meu curto período na revista.

Algumas alterações foram menos dramáticas: o perfil do advogado Kakay, apesar de nenhuma frase do texto ter sido escrita por mim, pelo menos manteve-se fiel ao que apurei, não tem nada do que me envergonhe ali. A hilária história do “embargo auricular” foi descoberta minha, e já foi citada em vários perfis dele depois. Mas o único texto integralmente meu, desde o título, é a ótima entrevista que fiz com a namorada do senador Eduardo Suplicy, Mônica Dallari. Um furo. Sou, antes de tudo, uma repórter. E minha maior especialidade (é a segunda vez que volto a elas neste texto) sempre foram as entrevistas. Tenho um belo portfólio, modéstia à parte: escritores, políticos, atletas, cineastas.

Em revista, mais do que em jornal, pode acontecer de o redator-chefe modificar um pouco seu texto, isso não é incomum. Mas o difícil de tolerar em Veja, para mim, além de eles mexerem no texto todo, eram as torcidas de raciocínio. Certa vez, fui convocada a colaborar em uma reportagem sobre educação e me pediram alguém para falar sobre cotas. Lembrei de um antigo colega da faculdade que era do movimento negro, liguei para ele e peguei uma frase favorável às cotas. Qual não foi a minha surpresa quando a autora do texto simplesmente transformou a frase dele em contrária às cotas! Fiquei furiosa e felizmente, neste caso, consegui reverter. Mas o pior estava por vir.

Quando as discussões com minha chefe começaram a desandar em gritaria na redação, decidi que estava na hora de sair. Escrevi um e-mail para ela dizendo que preferia manter sua amizade e me demiti da revista. Ela aceitou, me pediu um mês para arranjar outra pessoa e saiu de férias. Neste meio tempo, me pediram uma matéria sobre as dívidas que Marta Suplicy deixaria a seu sucessor na prefeitura de São Paulo, que não eram mesmo coisa pequena. Mas no texto aconteceu algo pelo qual nunca passei em mais de 20 anos de carreira: foi incluída uma frase, entre aspas, que não apurei.

Em 14 anos de Folha de S.Paulo, entre indas e vindas, como repórter fixa ou colaboradora, jamais modificaram um texto meu desta maneira. Em seis anos de CartaCapital, muito menos. Em nenhum lugar onde trabalhei aconteceu algo nem sequer parecido. Está lá a frase, no primeiro parágrafo da matéria: “Parece a madrasta de Cinderela”. Não sei quem disse isto. Eu não a ouvi de ninguém, mesmo porque não tenho ascendência italiana nem conheço ninguém em Roma. Quando minha chefe chegou de férias, me encontrou arrasada. Tenho certeza que, se ela estivesse ali, a frase não teria aparecido magicamente no texto. Detalhe: não me importaria de fazer uma reportagem crítica ao PT ou a quem quer que fosse, desde que eu a tivesse escrito –e que fosse verdade. Isso se chama profissionalismo.

Felizmente, almas boas me ajudaram a sair da Veja logo depois das férias coletivas de final de ano, e em fevereiro eu começaria na revista VIP, onde já havia atuado como colunista, no ano anterior. Passei dois anos e meio na VIP, de onde não tenho nenhuma queixa, pelo contrário. Voltei a ter a coluna, fiz matérias engraçadas e algumas entrevistas bobas com bonitonas da capa, mas também com pessoas interessantíssimas, como o cineasta Hector Babenco, o jogador Zico e o produtor musical Nelson Motta, entre outras. (Com o tempo, postarei elas aqui, na seção vintage do blog.) Ironia: enquanto na Veja o que escrevia era trucidado, na VIP uma coluna minha concorreu ao prêmio Abril de 2006 como melhor texto do ano na categoria artigo.

Uma tarde, na VIP, uma das advogadas da editora Abril entrou em contato comigo para me comunicar que Marta Suplicy estava processando a Veja por conta daquela reportagem, e me perguntou quem foi o “jornalista italiano” que me disse a frase. Perguntei se tinha conhecimento de que as matérias da Veja eram mexidas depois de escritas, e ela me disse que sim. Falei, então, que não fora eu quem apurara aquela história e não tinha falado com jornalista italiano algum. Nunca soube o resultado do processo.

Se você me perguntar: mas isso acontece com todos os jornalistas que trabalham na Veja e eles aceitam, são coniventes com essa prática? Não sei, só posso falar por mim. Não sou o tipo de jornalista que coleciona inimigos. Coleciono amigos, essa é minha natureza. Tenho amigos em todos os lugares em que atuei como repórter, inclusive na Veja. Posso dizer que tem vários jornalistas excelentes na revista, por quem tenho apreço genuíno – minha querida amiga, por exemplo. Mas desprezo o veículo onde trabalham. Tenho razões de sobra para isso. Sinto consideração e carinho por todas as redações por onde passei. Respeito a editora Abril. Veja, não.

E sabem o que é pior disso tudo? Nunca entrevistei Maradona.

 


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(85) comentários Escrever comentário

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RABUGENTO em 05/11/2012 - 12h52 comentou:

E a Marta ficou sabendo disso?
Você contou para ela?

Responder

marcelinho em 05/11/2012 - 12h54 comentou:

E a Carta Capital poderia dar essa chance de entrevistar Maradona. Estou ansioso por isso hehe. Inclusive passou no Canal Brasil o filme " Amando o Maradona". Nesse documentário foi destacado a preferência política do El Pibe. Espero e torço que essa entrevista aconteça.

Responder

Renata em 05/11/2012 - 13h03 comentou:

Obrigada pelas esclarecedoras informações e por favor, continue com seu ótimo trabalho

Responder

Luciano em 05/11/2012 - 13h05 comentou:

Que texto interessante e imagino o sofrimento em ser jornalista na Veja.

Responder

Dani Hirsch em 05/11/2012 - 13h09 comentou:

Ah, Cynara, convivi pouquíssimo com você já em VIP – e eu estava na Men's Health. Vizinhas de redação… Uma pena. E um presente este relato. Compartilhei!
Obrigada.
Sucesso nos caminhos que escolher, certeza que eles serão autênticos e alinhados com o que você realmente é: uma excelente jornalista.

bjs
Dani

Responder

RosaRubra1978 em 05/11/2012 - 13h40 comentou:

É legal a materia, sua história sua vida profissional, mas é ruim quando ficam pondo palavras na sua boca…Nem eu trabalharia num lugar assim e fica sempre aquela velha discussão :"A empresa pode ter nome,o salário pode ser ótimo,mas se o jeito de fazer as coisas e o clima não for bom e principalmente não for o seu de seguir como profissional,então não compensa continuar lá."

Responder

    RosaRubra1978 em 05/11/2012 - 13h41 comentou:

    Continua aqui!
    Pra variar já corre uns dizeres que quem lê a revista Veja e acha que esta muito bem informado se engana!É o que dizem por ai porque tem muita materia mentirosa.Isso de uns anos pra cá e o leitor percebe que é materia apelativa!!Eu já li muito a revista Veja mais na decada de 90 quando devia ser outro tipo de redator e não tinha essa divisão de que esta revista é do partido tal e esta revista é do outro partido tal como o povo bem vê e percebe.
    Mas deve ser um trabalho muito maravilhoso o de jornalilsta/reporter porque você em geral tem um leque de oportunidades e também sempre esta inteirado com o mundo!Por fim achei que o mais importante de tudo foi que ao sair de um lugar pode deixar as portas do jeito que as encontrou,principalmetne em termos de amizades.É sempre muito bom poder manter o nosso worklist principalmente nos dias de hoje .Pois um amigo hoje esta aqui, depois em outro lugar de trabalho e pode te chamar porque conhece seu trabalho e fica tudo na santa paz.
    Sucesso!!

Trevisolli em 05/11/2012 - 13h50 comentou:

Amei a reportagem, estou acompanhando seu blog há algumas semanas, ele é muito bom, parabéns! Linkei nos favoritos em meu blog desde já. Bjs.

Responder

@RABUGENTO em 05/11/2012 - 13h51 comentou:

E a Marta ficou sabendo disso?

Não leio essa revista há muitos anos.

Tentam mandar de graça aqui para casa mas Bianca e Clara só usam jornais, que também não são comprados mas arrecadados na vizinhança.

Responder

Hélina Fernanda em 05/11/2012 - 13h57 comentou:

Ótimo texto, imparcial e esclarecedor.

Responder

Rodolfo Cabral em 05/11/2012 - 13h58 comentou:

Fiquei muito decepcionado com a Carta Capital na edição da sua entrevista com o Patriota, quando o Mino censurou a resposta do Ministro sobre Cesare Battisti. Aquilo foi um absurdo!

Responder

Carol C. em 05/11/2012 - 14h20 comentou:

Engraçado é que eu, há uns dois anos atrás sonhava em trabalhar nessa revista. Ainda não sou formada, mas com o amadurecimento a leitura vai ficando mais apurada e e eu fui percebendo tanta coisa…

ótimo post!

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veralu em 05/11/2012 - 15h58 comentou:

Muito bom texto, Cynara. Como sempre. Parabens!

Responder

marcelo arruda em 05/11/2012 - 16h21 comentou:

Estranho respeitar a Editora Abril, e não a Veja. Me parece uma insuperável contradição.

Responder

    puelocesar em 05/11/2012 - 19h17 comentou:

    Assisti uma palestra do diretor responsável pelos quadrinhos da Abril. Me pareceu uma pessoa simpática, e contou umas histórias legais sobre o Zé Carioca, porém, puxa, o cara tem uma visão reaça bem difícil de aturar. Ele chegou a comparar o governo Lula com a época da ditadura e tudo mais… Se até a divisão de quadrinhos infantis é assim, imagina o resto?

dukrai em 05/11/2012 - 16h30 comentou:

impressionante como tem mulheres maravilhosas e inteligentes aqui na rede, já me apaixonei por oito, nove agora rs

Responder

    Paulo Vitor em 10/10/2014 - 02h41 comentou:

    Mulher tem que ser gostosa, não inteligente.

Enderson em 05/11/2012 - 17h24 comentou:

Com relação ao Maradona, fica a dica do ótimo documentário “Maradona by Kusturica”, de Emir Kusturica.

Responder

lelezinha em 05/11/2012 - 18h02 comentou:

Imagina,como se sente o leitor dessa revistinha tendenciosa,depois de ler esse seu artigo,se é que ainda não sabia disso?Eu cancelaria minha assinatura já….

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neureci Guimaraes em 05/11/2012 - 18h20 comentou:

Sou grata por ter tido a oportunidade de ler algo assim. Fico feliz de saber que há profissionais deste naipe. Parabéns. Vamos celebrar a ética.

Responder

João de Deus em 05/11/2012 - 18h22 comentou:

Parabéns, Cynara, pela coragem em denunciar essa prática nefastas, desse panfleto autoritário. Que o seu texto seja lido um milhão de vezes por todos os jornalistas desse país. Quem sabe um dia, quando o Civita morrer, Veja fique um pouco mais séria. Como disse Roberto Jefferson: “Já, já o Civita morre, depois de ter vivido uma vida apodrecida”. http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/81256/

Responder

Jose Matos em 05/11/2012 - 18h42 comentou:

Parabéns Baiana Arretada!

Responder

Paulo Morani em 05/11/2012 - 18h58 comentou:

O que fizeram com o Reanto Mauricio Prado é crime. Inventaram uma entrevista, pondo, inclusive o "entre aspas" a vontade. Uma sujeira. Quando puder dê uma olhada em meu blog http://www.obroguero.com. E dê sua opinião sincera!
Abraços e parabéns pelo blog!

Responder

Gilse em 05/11/2012 - 19h13 comentou:

Cynara, parabéns pelo texto!

Responder

Joaquim2014 em 05/11/2012 - 19h16 comentou:

Veja e CartaCapital são dois lados de uma mesma moeda. Tente falar bem de Tucano lá na CartaCapital. Experimente falar bem de petista na Veja. Marta Suplicy não merece respeito nem tanta confusão por causa de uma frase.

Responder

    morenasol em 05/11/2012 - 19h30 comentou:

    é mesmo? aécio neves é CAPA da carta capital da semana. e marta suplicy merece ser alvo de mentiras, é isso? acho que você tá doidinho pra trabalhar na veja…

    Helder em 06/11/2012 - 06h43 comentou:

    Tá aí um baita desafio, falar bem de tucano, porém a Cynara largou a Veja, então… rs

    Quem é vc pra falar que a Marta não merece respeito, criatura? Se oriente.

    Jurandir Lucas em 10/11/2012 - 21h59 comentou:

    Joaquim 2014? Vade Retro!!!!

    Igor Brauns em 25/10/2013 - 01h23 comentou:

    Isso ja aconteceu algumas vezes. Alias, eu lembro que logo depois da eleição de 2010 a CC PUBLICOU um texto do Aécio Neves.

mmagnesio em 05/11/2012 - 19h20 comentou:

Conversa com o Mino aí pra entrevistar o Maradona fia…! 😉

Responder

Marina M em 05/11/2012 - 20h34 comentou:

Texto chato, um autoelogio por parágrafo. Todo mundo sabe o que é a Veja, todo mundo sempre soube o que é a Veja. Se alguma coisa pegou deve ter sido no seu ego, porque uma pessoa do mercado, inteligente e viajada como você certamente sabia como se fazem as salsichas por lá.

Responder

Messias Macedo em 05/11/2012 - 22h10 comentou:

… Nos tempos da mocidade, "uma pedra ficou no meio do caminho" entre mim e uma [filha de] espanhola, que – depois de um hiato de décadas sem ao menos conversarmos – disse-me que pretende deixar Salvador-Ba e fixar residência em alguma cidade da Espanha!…
… Com todo o respeito, prezada, competente e intrépida jornalista Cynara Menezes: sua 'morenice', destemor/denodo, empatia pela Espanha… Trouxe-me de volta, fugidia, – memória candente – , 'a quase-minha quase-espanhola'(!)… Creio que não propriamente uma socialista!…

Parabéns pelo texto e pelo trabalho cotidiano!

Felicidades!

Hasta la Victoria Siempre!

Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia
República de 'Nois' Bananas

Responder

    Massa em 05/11/2012 - 23h57 comentou:

    Vai pra Cuba, mané comuna da década de 50…

Mark Kramer em 06/11/2012 - 00h19 comentou:

O Texto "Marta e seus dois maridos" é seu e, estranhamente, não foi mencionado.

Responder

    morenasol em 06/11/2012 - 01h54 comentou:

    nem todos os textos foram mencionados ou o artigo viraria um livro. não é óbvio?

clemente viscaino em 06/11/2012 - 01h31 comentou:

Parabéns! Adorei seu blog e sua coragem de escrever com clareza e honestidade o que já sabíamos!

Responder

bloglimpinhoecheiroso em 06/11/2012 - 01h31 comentou:

Por acaso essa sua grande amiga é a Aida Veiga?

Responder

    morenasol em 06/11/2012 - 01h53 comentou:

    não

Chaccall em 06/11/2012 - 01h40 comentou:

A vida é assim mesmo, uns simpatizam com a Veja (como eu) e outros com a Carta (como você).Todos nós temos uma ideologia política que por vêzes é difícil de separar do lado profissional. Eu não trabalharia na Carta por não concordar com ideologia deles, e provavelmente falaria mal também.Simples assim.

Responder

    Thiago em 06/11/2012 - 05h47 comentou:

    A questão aqui posta está abaixo da ideologia, que por sua vez já é o rebaixamento da filosofia. É a hipocrisia, a falsidade e a falência de um jornalismo, o da revista Veja. Esse relato da Cynara apresenta todas essas características, próprias dos detritos de uma narrativa. Ou seja, está além dessa ponderação que você faz, que é o óbvio, mas se rebaixar ainda mais é a falência total e completa de um modelo.

    Valmont em 08/11/2012 - 03h23 comentou:

    Confundir ética com ideologia é indicativo de absoluta ignorância, para dizer o mínimo.
    O nick lhe cai bem, Chacal.

Ruth em 06/11/2012 - 01h40 comentou:

Cancelei minha assinatura[ que por sinal havia ganho,como presente de aniversário] já não suportava as matérias tendenciosas, e muito mais a coluna do Diogo Mainardi,[ que acredito estar fazendo tratamento de raiva,rsrsrs]. Parabéns pela coragem e lucidez, e muito sucesso na nova empreitada.

Responder

Chaccall em 06/11/2012 - 12h18 comentou:

Ah "internê"…Ah Google…Pra quem quiser um pouco mais de informação recomendo esse texto => http://www.implicante.org/pig/pig-cynara-menezes-… . Tirem suas próprias conclusões.Ler ambas as partes é sempre saudável.

Responder

    puelocesar em 06/11/2012 - 19h40 comentou:

    Mas peraí, este texto que você passou só comprova o que a autora disse! De que mudaram os textos dela e por isso ela saiu da revista!

    Elucide melhor o que quis dizer, porque não entendi o seu ponto

Edisilva em 06/11/2012 - 13h36 comentou:

Já acompanhava te na Carta Capital e estarei aqui também, Cynara.
Parabéns pelo blog!

Responder

Toledo em 06/11/2012 - 14h25 comentou:

Por falar em jornalistas, competência, ideologia, etc, recomendo ótimo artigo na FOLHA de hoje da Eliane Cantanhêde.
Que herança é essa?

BRASÍLIA – Um apagão atrás do outro, ora apagando a capital da República, ora jogando no escuro não apenas um ou dois Estados, mas todos os Estados da região Nordeste, com milhões de prejudicados.

A nova presidente da Petrobras convivendo com prejuízos imensos e admitindo que as metas da gestão anterior eram faraônicas -logo, furadas- e obrigada a botar os pés no chão, a rever tudo e a trabalhar com a realidade, não com fanfarronices.

Agora essa notícia de que o governo teme falta de combustível até o fim do ano. Se ele teme, imagina nós! Era só o que nos faltava.

Essas notícias já são de amargar e se tornam particularmente constrangedoras por serem justamente da área que rendeu a fama de competência e de boa gerente a Dilma Rousseff e a catapultou à condição de presidenciável no governo Lula. Ela era ministra de Minas e Energia, antes de nomeada para a Casa Civil.

Agora, o Banco do Brasil na boca do povo por causa do mensalão e a ordem do ministro Joaquim Barbosa para apurar tráfico de influência, nada mais, nada menos, no Banco Central no governo Lula.

E os apagões e vexames não param aí. A lista é grande e só faz crescer no fim do ano, com a bagunça e o desrespeito do setor aéreo com os usuários, os cancelamentos, atrasos, as taxas absurdas de remarcação, agora a cobrança até pela escolha de assentos. Sem falar na segurança…

A violência também está fora de controle. O Estado mais crítico, uma calamidade, é São Paulo, mas está praticamente impossível conversar por mais que 20 minutos com alguém sem que o assunto não descambe para furtos, roubos, estupros, mortes.

Assim como a Regina Duarte, que foi do medo ao PT ao encantamento por Dilma, o país está muito satisfeito com sua primeira presidente mulher. Mas Dilma não tem como lavar as mãos e explicar tudo como "herança maldita", tal como fazia Lula. Só se for a herança da "mãe do PAC" para ela própria.

Responder

H. Back™ em 06/11/2012 - 17h38 comentou:

Difícil acreditar que alguém compactue com aquela revista, que mais parece um pasquim. Esse panfletão da ultra-direita reacionária é difícil de engolir. A veja (sic) deveria ter outro nome; "não veja".

Responder

Elias em 06/11/2012 - 19h50 comentou:

Amiga, não te conheço pessoalmente, mas tive dois editores da Veja como chefe temporário quando trabalhei num portal de internet. Passei pelas mesmas coisas. Obrigado por dividir esse texto.

Responder

Eduardo em 06/11/2012 - 20h18 comentou:

pensamento atrasado o seu

Responder

Fábio Nazaré em 06/11/2012 - 20h21 comentou:

Cheguei aqui através do compartilhamento de uma amiga jornalista. Bom texto, e de fato acredito que fatos assim possam ocorrer em uma revista que parece ser voltada para idiotas. Porém, a Carta Capital, onde a jornalista trabalha, tem uma visão editorial dialmetralmente oposta à do periódico tucano, o que deixa um pouquinho de pulgas atrás da orelha.. Acredito até que a jornalista pensou, ao escrever este texto, que comentários assim poderiam surgir. Enfim, uma pena que um veículo de comunicação tão viciado e nocivo como a Veja ainda encontre penetração entre os leitores brasileiros…

Responder

Ana Paula Hilgert em 06/11/2012 - 20h40 comentou:

Eita Morena!! Arrasou! Coragem pra falar dessa revista medíocre!

Responder

Táia em 07/11/2012 - 01h39 comentou:

Hum… mas foi tão difícil prever que isso aconteceria? Todos conhecem a fama da Veja. Basta ler uma matéria pra saber que aquilo não é jornalismo. Já saí da escola com duas convicções: não trabalharia, como jornalista, na Globo nem na Veja. Existem milhares de outros empregos por aí. Sei lá, acho estranho socialista aceitar trabalhar na Veja na pior fase de todos os tempos da revista, a mais reacionária. Mas… cada um na sua.

Responder

    lelezinha em 07/11/2012 - 05h24 comentou:

    Muito bom….

Danilo em 07/11/2012 - 02h47 comentou:

Sendo bastante simplista – e com todo respeito – a única justificativa compreensível para trabalhar lá, é o de ter um filho pra criar, pois não dá pra acreditar em alguém que se diz socialista trabalhar na Veja, afinal, todo mundo sabe a principal finalidade dessa revista. Outra coisa que me deixou com a pulga atrás da orelha é essa distinção entre Editora Abril e Veja. Não vejo sentido.

Responder

Vanessa Maldonado em 07/11/2012 - 18h03 comentou:

Na hora que li seu ótimo texto lembrei dessa tirinha.
http://www.facebook.com/photo.php?fbid=4364443964

Responder

Marcio Giovanni em 09/11/2012 - 17h11 comentou:

Obrigado por este teu "desabafo" que na verdade, foi uma utilidade pública a nós!

Responder

Alessandra matos em 12/11/2012 - 02h50 comentou:

Recentemente conheci socialista morena, estou adorando seus textos. Parabéns Cynara.

Responder

Luciano Bispo em 12/11/2012 - 18h19 comentou:

Texto muito esclarecedor! Mais leitores da Veja deveriam ter acesso ao que você expõe. Parabéns pela coragem!

Responder

valter nu em 13/11/2012 - 23h14 comentou:

cara Cynara, tenho imensa satisfaçao em ler este blog, e saber que nun mundo tao sem credibilidade como o da imprensa brasileira, existe profissionais como vc.
valter nu

Responder

Eder Luis Santana em 17/11/2012 - 14h51 comentou:

Não conhecia seu blog, mas graças ao sucesso desse post no Facebook tenho o prazer de tê-lo na minha lista de favoritos agora. Parabéns pelo texto, pela sinceridade e, acima de tudo, por relatar de forma primorosa algo que muita gente sabe que acontece em Veja, mas poucos têm coragem de relatar desse modo na web. Seu texto merece ser levado às salas de aula para debates sobre questões diversas que surgem a partir dele. Eu, particularmente, acabo de mandar para todos os meus alunos de Jornalismo e Relações Públicas. Que suas palavras ecoem por ai…

Parabéns mais uma vez. Você acaba de ganhar um leitor !

Responder

Angelo em 18/11/2012 - 15h17 comentou:

Parabéns,.. Espero pela entrevista do Maradona…

Responder

Igor Peçanha em 20/11/2012 - 18h42 comentou:

Cara,

sempre falo que não respeito a veja. Ler esse "post" foi quase uma catarse.

Sensacional!

Responder

Hcorita em 22/11/2012 - 16h32 comentou:

Fiquei encantada com a primeira frase do texto e não resisti a ler o restante. Parabéns pela força de vontade e, continue com seu verdadeiro trabalho, você é uma jornalista, brilhante!

Responder

Marciel em 17/12/2012 - 23h19 comentou:

Parece que sua colocação corrobora parte das colocações aqui: http://www.desfavor.com/blog/2012/09/processa-eu-

Responder

Ricardo em 26/01/2013 - 14h21 comentou:

"Detalhe: não me importaria de fazer uma reportagem crítica ao PT ou a quem quer que fosse, desde que eu a tivesse escrito" ahahahaha essa foi a melhor piada do texto.

Responder

Luís Carlos em 27/01/2013 - 21h01 comentou:

Já imaginava isto sobre a Veja, porém é sempre importante ouvir de alguém que trabalhou lá.
Você e outros vários jornalistas que saíram da Veja, e me permito acrescentar a Globo, dão testemunhos de como funcionam estas "empresas".
Vou acompanhar você daqui para frente pela web. Seus textos na Carta já acompanho.
Parabéns!

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@daanlima_ em 31/01/2013 - 03h23 comentou:

A Veja me irrita, não entendo como esse lixo panfletário vende tanto. Sou estudante de jornalismo e jamais trabalharia lá.
Muito bom o texto.

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RABUGENTO em 31/01/2013 - 09h50 comentou:

Vende tanto? Não sei se vende tanto assim.
Já se ofereceram para enviar de graça diversas vezes.
Não aceitei!

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eleno mendonça em 20/02/2013 - 20h10 comentou:

como tudo que você escreve, minha doce socialista morena, espetacular. mil beijos

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Inacio Tsai em 28/03/2013 - 14h56 comentou:

Não precisa ser nenhum gênio pra saber que a Veja manipula tudo que ela quer publicar. Lamentável. Mais lamentável é saber que há pessoas que lêem Veja se intitulam cultos por seguir a linha de pensamento da revista.

A informação, antes de ser defendida, deve ser muito questionada.

Abs!

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giovana em 21/09/2013 - 17h35 comentou:

O Maradona adoraria ser entrevistado por você! 🙂 Vc ainda vai fazer essa entrevista.

Obrigada por esse texto. Ver sua trajetória me tranquilizou bastante. É um alento para quem está metido bem adentro do mercado capitalista, e é de esquerda.

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Alex em 24/10/2013 - 23h01 comentou:

Gostaria muito de saber a opinião da jornalista sobre dois próceres do jornalismo (sic) feito pela Veja: Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes.
Talvez por alguma questão é tica de foro íntimo da jornalista não recebe a resposta. Mas não podia, jornalisticamente, deixar de perguntar.
Grato.

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    morenasol em 24/10/2013 - 23h30 comentou:

    alex, um deles está contemplado no texto de hoje

pteri dofito em 25/10/2013 - 04h36 comentou:

Há décadas não leio Veja, porém, vejo que a prezada blogueira assimilou um dos vícios de linguagem mais cultivados pela revista, o qual nem sequer o tempo decorrido foi capaz de anular.

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Zilda em 25/10/2013 - 13h50 comentou:

Ainda bem que temos profissionais da área de comunicação, confiáveis. Como Cynara, Azenha, PHA, Rodrigo Vianna, Fernando Brito e, com certeza, muitos outros que não conheço. Gosto muito do seu site. Parabéns!

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Pedro em 20/11/2013 - 17h08 comentou:

Mas isso já é lugar-comum. Não é novidade pra ninguém o lixo de revista que a Veja é. Eu só não entendo como é que ela consegue se manter… entretanto, concordo com Joaquim. A Carta Capital é apenas uma Veja de esquerda. Na verdade, poucos veículos são sérios.

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joão em 14/05/2014 - 20h35 comentou:

Cynara, fico pensando o q dizer depois de ler este teu texto. Acho q nunca disse isto de você. Mas, desde q comecei a ter contato com ^seu blog, com seus textos por extensão, as coisas q você posta. Fui me tornando um admirador, um apaixonado por você. Através de suas intervenções, seus toques e etc. Acho até q me tornei uma pessoa melhor ou seja, a rever certos conceitos, a mudar de opinião sobre certos assuntos a pensar um pouco antes de postar algúm comentário. É isto. Sou teu fã.

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Lenir Vicente em 14/05/2014 - 23h06 comentou:

Fez bem em colocar aqui as diferenças de postura profissional que você viveu, Cynara. Só aumenta o respeito que tenho pelo teu trabalho e confirma o lixo de jornalismo que a Veja faz.

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Ralph de Souza Filho em 30/05/2014 - 19h24 comentou:

Bela Cynara, em espírito também, é bom saber, que os reaças que a perturbam incessantemente, recebem de volta, com seu estilo soft e light, as narrativas autênticas e dignas dos que combatem o bom combate. A necessidade da sobrevivência, como voçe bem a expôs, jamais determinou uma tibieza ou arranjo espúrio. A cabeça sempre erguida, denota, limpidamente, a consciência leve, dos justos e inquebrantavéis em suas ações e procedimentos, a nortear carreira tão corajosamente amada e abraçada, pelos que optam por segui-la. Aos poucos vou conhecendo-a melhor, pois, meu espírito combativo, ousado, pantomímico, debochado, mordaz, enfim, que nunca negociará, o ócio e o sacerdócio, é rígido e rigoroso, quando se trata de cuidar da "Informação". Quando a realizo, a entrevista, a reportagem, é uma missão, a se sobrepor, prioritariamente, além de quaisquer outras circunstâncias e contingências. Saudações Cordiais, do Planta do Deserto, a quem, basta, tão somente, o orvalho do alvorecer…

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Rodrigo em 24/10/2014 - 20h34 comentou:

Mais um excelente texto Cynara !! Por isso gosto tanto dessa revista e de você.

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Letícia em 24/10/2014 - 21h03 comentou:

Muito bom o texto.
E a entrevista com o Ciro? Quero ler..

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Leticia Brito em 24/10/2014 - 21h24 comentou:

Cynara, você é a inspiração das inspirações do mundo do jornalismo. Te amo, sério <3

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Valdir Bellettini em 24/10/2014 - 22h30 comentou:

Para trabalhar na Veja não precisa ser profissional, precisa ser PSDB, anti PT.

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Hermógenes em 25/03/2015 - 04h11 comentou:

Texto gostoso e elegante! Mas não respeito o tal periódico e nem a tal editora!!!

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Luiz Aldo em 23/01/2022 - 16h54 comentou:

Imagino o que seria uma entrevista interessante com o jogador Zico: seria ele falando sobre colegas de trabalho, tais como José de Assis Aragão, José Roberto Wrigt, Oscar Scolfaro, dentre outros…

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