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Stone: espanhóis deviam levar Aznar a Haia

  Um dos cineastas mais assumidamente esquerdistas de Hollywood, Oliver Stone chegou ao festival de San Sebastián, na Espanha, disposto a causar polêmica. Além de criticar a prisão de Julian Assange, estimulou os espanhóis a denunciarem ao tribunal de Haia seu ex-presidente de governo José María Aznar, do conservador PP, que voltou a governar o […]

oliver stone, o americano bolivariano (foto divulgação festival San Sebastián)
Cynara Menezes
24 de setembro de 2012, 01h01

 

Oliver Stone, o americano bolivariano (foto Festival San Sebastián)

Um dos cineastas mais assumidamente esquerdistas de Hollywood, Oliver Stone chegou ao festival de San Sebastián, na Espanha, disposto a causar polêmica. Além de criticar a prisão de Julian Assange, estimulou os espanhóis a denunciarem ao tribunal de Haia seu ex-presidente de governo José María Aznar, do conservador PP, que voltou a governar o país. “O fato de Aznar ter sido um aliado de George Bush, igual a Tony Blair, e participado na coalizão que apoiou a guerra no Iraque, foi uma desgraça para a Espanha. Para estas coisas está disponível o Tribunal Internacional de Haia. Só depende de vocês levá-lo a julgamento”, provocou Stone, agraciado no 60º aniversário do festival com um prêmio especial por sua carreira.

Amigo de Fidel Castro e de Hugo Chávez, Oliver Stone aproveitou para cutucar Henrique Capriles, o candidato da oposição na Venezuela. “Não é uma boa pessoa e, se ganhasse a eleição, devolveria o país às classes altas”. Barack Obama tampouco escapou: Stone declarou voto no presidente dos EUA, mas criticou Obama por “consolidar as políticas de direita de Bush”. Para culminar a sessão provocação, disse que a maconha é “um excelente presente dos deuses” e que é ótima para relaxar –seu novo filme, “Selvagens”, conta a história de amigos que plantam uma erva superforte. “A produção de maconha nos EUA é da melhor qualidade. Ajuda doentes de câncer e pessoas com problemas psiquiátricos e eu não conheço ninguém que tenha morrido por overdose de maconha”.

É impossível não simpatizar com um gringo desses. Lembro que quando esteve aqui para lançar seu documentário “Ao Sul da Fronteira”, com sete presidentes da América Latina, em 2010, Stone deu uma ótima entrevista a Monica Bergamo, na Folha (aqui, para assinantes), onde simplesmente detonou a imprensa venezuelana. “Alguns canais e revistas convocaram greves e chamaram as pessoas para um golpe de Estado em 2002. Em meu país, se você fizer isso, sua licença (de TV) será retirada”, disse o diretor. “A maioria das TVs do país é dirigida por lunáticos, caras de direita que perderam seu poder quando Chávez nacionalizou o petróleo. É uma das imprensas mais histéricas que já vi”.

Imaginem a histeria que não seria também aqui, em alguns setores da mídia, se Oliver Stone chegasse sugerindo aos locais levar um ex-presidente brasileiro ao tribunal de Haia. A propósito: na época, o então presidente Lula condenou o ataque dos EUA ao Iraque, que considerou “um desrespeito à ONU”.

 

 


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