Socialista Morena
Cultura

Uma trilha sonora para o Dia da Consciência Negra

Nosso festival de música africana/negra particular para ouvir no 20 de novembro

Cartola por João Bittar nos anos 1970
Cynara Menezes
19 de novembro de 2015, 13h18

Sempre reclamo nas redes da inexistência de um grande festival de música negra/africana no Brasil (e sempre sou atacada por isso). Com tantos músicos maravilhosos, nosso pensamento colonizado prefere se voltar para os astros que a indústria musical empurra goela abaixo sem que muitos percebam… Uma pena.

Bem, para celebrar a semana da Consciência Negra, fiz um private festival com alguns dos meus favoritos. Espero que curtam.

1. O carioca Cartola, o divino. Meu último desejo será partir ao som dele… Se houver céu, irei direto.

2. Eu considero Redemption Song, do jamaicano Bob Marley, um mantra: “emancipate yourself from mental slavery” (liberte-se da escravidão mental)

3. O jazz etíope de Mulatu Astatke

4. Que letra maravilhosa esta de O Mestre-Sala dos Mares, de João Bosco e Aldir Blanc para João Cândido, o Almirante Negro, líder da revolta da Chibata: glória a todas as lutas inglórias!

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o navegante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas

Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que, a exemplo do feiticeiro, gritava então

Glória aos piratas
Às mulatas, às sereias

Glória à farofa
à cachaça, às baleias

Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história não esquecemos jamais

Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais

Mas salve
Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais

Mas faz muito tempo

5. A cantora nigeriana Asa (Asha) canta em iorubá

6. Clementina de Jesus, uma das divas negras da música brasileira

7. Já disse aqui e repito: não perdôo Fidel Castro e a revolução cubana por ter deixado esquecidos durante tantos anos os músicos do Buena Vista Social Club. Ibrahim Ferrer trabalhou durante anos como engraxate até ser redescoberto em 1997.

8. Morro de saudades da cabo-verdiana Cesária Evóra, outra musa que nos deixou em 2011. Sua voz é eterna…

9. O nigeriano Fela Kuti

10. E esses caras de Angola que colocam Matrix no chinelo dançando?

11. Além de ser um músico genial, o norte-americano Jimi Hendrix também foi um dos caras mais estilosos que já existiram. Né?

Jimi Hendrix "Smoking" taken in early 1967 in Gered's Masons Yard studio in London.

Jimi Hendrix “Smoking” em 1967 fotografado por Gered Markowitz em Londres

12. A deliciosamente dançante sul-africana Miriam Makeba

13. O carioca Noriel Vilela morreu cedo, aos 39 anos. Seu som e sua voz de baixo profundo também não deixam ninguém parado até hoje. Aposto que vocês já dançaram 16 Toneladas

14. A diva norte-americana Nina Simone

15. Eu amo essa do Olodum

16. Outra letra incrível: Negro Drama dos Racionais Mcs

17. Elza Soares e o preço da carne

18. Esta versão de Disparada com Rappin Hood e Jair Rodrigues é um clássico moderno

19. Jorge Ben, Benjor, gênio. O disco Tábua de Esmeraldas, de 1974, que traz esta canção que escolhi, é um dos mais importantes discos da história da música brasileira

20. Este é outro disco que comprova a maestria de nossa música, com o grande Tim Maia

21. FODA esse clipe do MC Rashid

22. De Emicida para Darcy Ribeiro, grande inspirador deste blog, o primeiro socialista moreno

23. Quem consegue ficar parado ouvindo James Brown?

24. Michael Jackson e seus irmãos foram alguns dos primeiros cantores que ouvi na vida. Inesquecíveis

25. Quem acha que o Mussum era só um dos Trapalhões não conheceu os deliciosos Originais do Samba

26. A ugandense Sheebah é a nova descoberta do site

Este post pode ter novos acréscimos a qualquer momento. Aqui tem outra postagem com mais belezas para acariciar os ouvidos: as divas crepusculares da música negra.

 

 


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(1) comentário Escrever comentário

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Daniel Fanta em 14/03/2018 - 01h36 comentou:

ótima seleção. Eu acrescentaria o Lokua Kanza e – mais nova – Sona Jobarteh: grandes músicos e com vozes fora de série!

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