Socialista Morena
Cultura

A noite em que Jean-Paul Sartre fumou um charuto com Che Guevara

Entre fevereiro e março de 1960, pouco mais de um ano após a revolução, o casal de filósofos franceses passou um mês em Cuba e se encantou com a juventude do novo governo

Simone de Beauvoir, Sartre e Che no Banco Nacional de Cuba. Foto: Alberto Korda
Cynara Menezes
06 de outubro de 2013, 16h16

“Guevara, diretor do Banco Nacional, ao oferecer-me um excelente café em seu escritório, me disse:

– Primeiro sou médico, depois soldado, e finalmente, como o senhor vê, banqueiro.”

Entre fevereiro e março de 1960, pouco mais de um ano após a revolução que derrubou Fulgencio Batista, o casal de filósofos franceses Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir passou um mês em Cuba. O simpatizante do comunismo Sartre já havia rompido com o partido, ao qual nunca se filiou, e publicado O Fantasma de Stalin, espécie de manifesto de seu anti-stalinismo e ao mesmo tempo de seu anti-imperialismo. “Éramos muito difíceis de classificar. De esquerda, mas não comunistas”, escreveu Simone em A Força das Coisas, terceiro volume de sua autobiografia.

A estadia rendeu um livro, Furacão sobre o Açúcar, publicado no Brasil como Furacão sobre Cuba pela Editora do Autor no mesmo ano, enriquecido com depoimentos de Rubem Braga e Fernando Sabino sobre suas viagens à ilha. Uma jóia que merece reedição. Sartre estava, então, totalmente embevecido com os jovens revolucionários barbudos e cabeludos que haviam tomado o poder na ilha caribenha. Anos mais tarde, em 1971, ele e Simone romperiam com Fidel Castro diante da prisão do poeta Herberto Padilla.

No livro, o filósofo relata suas impressões de um Fidel em princípio desconfiado e mal-humorado, que vai relaxando pouco a pouco, mas que se mantém “um homem difícil de ser enquadrado” –como eles próprios. Sartre também conta como foi seu encontro com o guerrilheiro argentino à meia-noite, quando Guevara ocupava o cargo de presidente do Banco Nacional e ministro da Indústria. Quatro anos depois, Che deixaria Cuba para retornar à guerrilha, primeiro no Congo, sem sucesso, e em seguida na Bolívia, onde é capturado no dia 8 de outubro de 1967. No dia seguinte, é morto.

O que mais chama a atenção no livro é o encantamento de Sartre  com o vigor de Che e dos outros revolucionários, em plena flor da idade. Não deixa de ser melancólico, à luz de hoje, ver que aqueles jovens envelheceram e que o poder não se renovou em Cuba. Talvez seja o mesmo problema que começa a enfrentar o PT hoje… Mas, naquela agradável madrugada de 1960, os ventos que sopravam eram frescos e cheios de esperança. Por eles, Sartre deixaria de lado o cachimbo com o qual sempre é retratado para fumar um “puro” cubano com Che, “o ser humano mais completo de nossa época”.

Leia abaixo trechos do relato de Jean-Paul Sartre sobre a viagem e o encontro com Che Guevara que traduzi da versão em espanhol.

***

Por Jean-Paul Sartre

O maior escândalo da revolução cubana não é ter expropriado fazendas e terras, mas ter levado garotos ao poder. Havia anos que os avôs, os pais e os irmãos mais velhos esperavam que o ditador quisesse morrer: a ascensão se efetuaria por antiguidade.

Prevendo o dia distante em que o time seria substituído, os partidos corriam de quando em quando o risco de proclamar publicamente sua adesão ao parlamentarismo. Tudo ia bem até que um dia os mais novos tomaram o poder e proclamaram que permaneceriam ali.

Abaixo os velhos no poder! Não vi um só entre os dirigentes: recorrendo a ilha encontrei apenas, em postos de mando, de um a outro extremo da escala, meus filhos –se é possível dizer assim. Em todo caso, os filhos de meus contemporâneos. Os pais nem se percebem: os quinquagenários desta ilha são os mais discretos do mundo.

Loiro e magro, imberbe, com seus 29 anos, o ministro das Comunicações não é o caçula dessa revolução, mas tem a alegria séria dos adolescentes. Isso basta para que seus jovens colegas se divirtam fazendo brincadeiras sobre sua juventude, o que equivale a se surpreender com ela.

Armando Hart tem 27 anos; Guevara e Raul Castro acabaram de fazer 30. Quando não falam dos assuntos públicos são como os demais jovens quando se reúnem: provocam uns aos outros e se percebe em suas palavras que a velhice começa muito cedo –cedo demais, em minha opinião.

(…)

No que me diz respeito, me sentia mais velho entre eles do que em Paris e, apesar de sua extrema amabilidade, temia ao mesmo tempo importuná-los e trair meus contemporâneos.

Já que era necessária uma revolução, as circunstâncias designaram a juventude para fazê-la. Só a juventude tinha a cólera e a angústia suficientes para empreendê-la e a pureza necessária para concretizá-la.

(…)

Che e Fidel em 1960

Em Cuba, a idade preserva seus dirigentes: sua juventude lhes permite afrontar a realidade revolucionária em sua austera dureza. Se têm que aprender, se devem ajudar-se com conhecimentos técnicos, os responsáveis não se dirigem a ninguém: dão um jeito. Ninguém saberá em que setor –geralmente é na vida privada– terão recolhido algumas migalhas de tempo abandonadas; ninguém saberá que aumentam indefinidamente a intensidade de seu esforço para reduzir indefinidamente a duração da aprendizagem.

Mas podemos adivinhar o que não nos dizem. Para citar somente um caso, o comandante Ernesto Guevara é considerado homem de grande cultura e isso se nota; não se necessita muito tempo para compreender que detrás de cada frase sua há uma reserva de ouro. Mas um abismo separa essa ampla cultura, esses conhecimentos gerais de um médico jovem que, por inclinação, por paixão, se dedicou aos estudos das ciências sociais, dos conhecimentos precisos e técnicos indispensáveis a um banqueiro estatal.

Nunca fala sobre isso, a não ser para pilheriar sobre suas mudanças de profissão; mas a intensidade de seu esforço se sente: se trai por todas as partes, menos pelo rosto tranquilo e relaxado.

Para começo de conversa, a hora de nosso encontro era insólita: meia-noite. E no entanto eu tive sorte: os jornalistas e visitantes estrangeiros são recebidos amável e longamente, mas às duas ou três da manhã.

Para chegar a seu gabinete tivemos que cruzar um vasto salão que só tinha móveis encostados nas paredes: algumas cadeiras e bancos. Em um canto havia uma mesinha com um telefone. Em todos os assentos havia soldados derrotados pelo cansaço; uns montavam guarda e outros dormiam, incomodados até no sono pela desconfortável posição.

Detrás da mesa com o telefone, vi um jovem oficial rebelde, praticamente dobrado em quatro, com os longos cabelos negros caídos sobre os ombros, seu boné cobrindo o nariz e os olhos fechados. Roncava suavemente e seus lábios seguravam fortemente a ponta de um charuto apenas começado: o último ato do adormecido havia sido acendê-lo, para se defender das tentações do sono.

Cruzando aquele salão tive, apesar de estar brilhantemente iluminado, a sensação de que havia subido num trem antes do amanhecer e penetrado num compartimento adormecido. Reconhecia os olhos avermelhados que se abriam, os corpos dobrados ou retorcidos, extenuados, o incômodo noturno. Eu ainda não estava com sono, mas através daqueles homens sentia a densidade das noites mal dormidas.

Uma porta se abriu e Simone de Beauvoir e eu entramos: a impressão desapareceu. Um oficial rebelde, coberto com uma boina, me esperava. Tinha barba e os cabelos longos como os soldados da ante-sala, mas seu rosto liso e disposto me pareceu matinal. Era Guevara.

Saíra do banho? Por que não? O certo é que começara a trabalhar cedo na véspera, almoçado e comido em seu escritório, recebido visitantes e esperava receber outros depois de mim. Escutei que a porta se fechava às minhas costas e me esqueci do cansaço e da noção da hora. Naquele escritório não entra a noite; para aqueles homens em plena vigília, ao melhor deles, dormir não parece uma necessidade natural, mas uma rotina de que praticamente se livraram.

Não sei quando descansam Guevara e seus companheiros. Suponho que depende, o rendimento decide; se cai, param. Mas de todas as maneiras, se buscam em suas vidas horas vagas, é normal que as arranquem aos latifúndios do sono.

Imaginem um trabalho contínuo, que compreende três turnos de oito horas, mas que faz 14 meses que é realizado por uma só equipe: eis o ideal que quase alcançaram aqueles jovens. Em 1960, em Cuba, as noites são brancas: ainda se distinguem dos dias; mas é só por cortesia e consideração ao visitante estrangeiro.

Mas apesar de suas extremadas considerações, não podiam fazer outra coisa que reduzir ao mínimo possível as horas imbecis que eu dedicava ao sono: ia dormir muito tarde e me acordavam muito cedo. Eu não o sentia: pelo contrário, com frequência me chateava, por tarde que fosse, ir dormir quando eles velavam, ainda que tivessem acordado cedo; por saber que me haviam precedido em várias horas. É que era impossível viver naquela ilha sem participar da tensão generalizada.

Aqueles jovens rendem à energia, tão amada por Stendhal, um culto discreto. Mas não ache que falam dela, que a convertem em teoria. Vivem a energia, a praticam, talvez a inventem; ela se comprova em seus efeitos, mas não em palavras. Sua energia se manifesta.

Para manter dia e noite a alegria limpa e clara da manhã em seu gabinete e em seu rosto, Guevara necessita de energia. Todos a necessitam para trabalhar, mas mais ainda para apagar, à medida que se apresentam, as pegadas do trabalho e as marcas do sono. Não se recusam a falar de seu nervosismo, mas não o deixam mostrar-se: levam o controle de si mesmo até parecer, ou melhor, até sentir-se tranquilos. As coisas vão tão longe que empregam essa energia, convertida em sua segunda natureza, para tiranizar seu temperamento.

Fazem o necessário, todo o necessário, mais que o necessário; até o supérfluo. Já disse que desprezavam o sono; é necessário; por outro lado, não suportariam –e eu o concebo também– que se ocorresse uma agressão fossem surpreendidos na cama. Quem não os compreenderia? Quem não compreenderia que a angústia e a cólera diante dos atentados e sabotagens os mantém despertos mais de uma noite?

Mas eles vão além: quase chegam a repetir a frase de Pascal: “é preciso não dormir”. Se diria que o sono os abandonou, que também emigrou a Miami. Eu só vejo neles a necessidade de ficarem despertos.

(…)

Fidel, Simone e Sartre

De todos esses noctâmbulos, Castro é o mais desperto; de todos esses jejuadores, é Castro quem pode comer mais e jejuar mais tempo.

Falarei de sua loucura: a sorte de Cuba. Mas, de todas as maneiras, os rebeldes são unânimes nisso: não podem pedir esforços ao povo se não são capazes de exercer sobre suas próprias necessidades uma verdadeira ditadura. Trabalhando 24 horas seguidas e mais; acumulando noites insones; mostrando-se capazes de esquecer a fome, fazem retroceder para os chefes os limites do possível. Semelhante triunfo provisional: essa imagem, presente em todas as partes, da revolução atuando sempre, alenta aos trabalhadores da ilha a liquidar definitivamente o fatalismo e a conquistar-se todos os dias, sobre o velho inferno irrisório da impossibilidade.

(…)

Levando as coisas ao limite, se poderia dizer que o rebelde obriga o agressor a escolher entre duas derrotas: ou o reembarque das tropas ou o genocídio. Qual é a pior? Ofereço à escolha. Sob o ponto de vista rebelde, dou como exemplo essas palavras de Castro:

– O bloqueio é a arma menos nobre: se aproveita da miséria de um povo para submetê-lo pela fome. Não aceitaremos isso –prosseguiu. Nos negamos a morrer nessa ilha sem levantar um dedo para nos defendermos ou para devolver os ataques…

– Que fariam vocês? –perguntei.

Sorriu tranquilamente:

– Se querem começar pelo bloqueio –respondeu–, não podemos impedi-los. Mas podemos fazer que o abandonem pela verdadeira guerra, pela agressão a mão armada –e o faremos, garanto. Mais vale morrer ferido na guerra do que de fome em casa.

 


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gabis em 07/10/2013 - 01h27 comentou:

A comparação entre os guerrilheiros cubanos e o PT foi infame…

Responder

    Ricardo G. Ramos em 07/10/2013 - 16h27 comentou:

    Infame e difamante. Pena, bela Socialista Morena!

    morenasol em 07/10/2013 - 16h54 comentou:

    o envelhecimento é igual. ou o PT não está envelhecendo? ou não perdeu o vigor da juventude ao se aliar ao que há de mais caquético na política?

    César em 10/10/2013 - 03h28 comentou:

    Concordo plenamente com vc Morena!

    Carlos Messias de Oliveira em 01/04/2018 - 21h48 comentou:

    Concordo!

Antonio C. em 07/10/2013 - 02h09 comentou:

Sartre teve muito sobre o que pensar sobre o "terceiro mundo", a Argélia e o livro ameaçador de Frantz Fanon, "Os Condenados da Terra", a quem fez uma introdução-advertência. O próprio Sartre já tinha considerado o existencialismo uma "filosofia burguesa superada". De qual Sartre se fala mesmo, então, nas rodas de boteco? Não é daquele que fuma o charuto com o Che, sem dúvida.

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Mohamed II em 07/10/2013 - 03h49 comentou:

Viva Jean-Paul Sartre!!! Se ele lesse esse texto, com os CAMARADAS, as fotos, a internet em sua mais plena forma sentiria o que? O que ele e seus companheiros discutiam em meio ao sono, tensão, aos charutos, cafés e runs de todo tipo, hoje é lido por CAMARADAS cheirando a acadêmia, carne fresca deliciosas prontas pro consumo sexual, modelos dum padrão facebook de beleza, assim como a maior parte das notícias de internet. O conteúdo agregado, incrustado ao exibicionismo carnal… Não se faz mais sucesso velho fumando, idéias saltitantes… Viva Sartre!!! Vc devia ter citado que ele esteve no Brasil e que a Unesp publicou um livro na ocasião.

Responder

Diogo em 07/10/2013 - 11h53 comentou:

Eles tinham 30 anos, cheios de energia mas pouco conhecimento técnico. Derrubaram uma ditadura mas criaram outra; destruíram a economia do país e a fizeram parar no tempo. Muita convicção, pouca humildade, pouca competência administrativa.
E pensar que, 55 anos depois, as ações desses jovens continuam sendo a principal referência, repetida ad nauseam, da esquerda brasileira. Não foi apenas Cuba que parou no tempo. Essa esquerda, aqui e lá, precisa morrer para que o espírito de esquerda sobreviva nos novos tempos. Até lá, nos resta a "utopia" de um dia ser igual Cuba.

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    gy francisco em 11/10/2013 - 13h46 comentou:

    *não há miséria em Cuba.
    *Todo cubano tem sua casa e o necessário pra viver com qualidade;
    *Não existe analfabetismo em Cuba;
    * A mortalidade infantil é das mais baixas do mundo;
    *Todo q qualquer cubano, tem um dos melhores e mais eficazes serviços de saúde do mundo (direcionado a prevenir doenças, vida saudável, e não ao estilo "depois que adoecer, se entupa de remédios e alimente a industria farmacêutica)
    *Em Cuba, praticamente toda a administração pública, desce os bairros, e cidadezinhas, passa por plebiscitos e votações diretos da população. Isso é democracia.

    Devo dizer que não concordo com a imposição de uma ditadura, nem de censura. Bom seria se a população deixa-se de querer tanto coisas como "acúmulo desnecessário de patrimônio fútil apenas pelo rpazer de comprar, gastar e ostentar", mas, infelizmente, as pessoas de lá são como as dos EUA, as daquie e de qualquer lugar: tendem aos vícios, à ganância, à ambição. Por isso que há a ditadura, pra manter o regime e impor o comunismo sobre a população que , se livre, escolheria a vida de consumismo capitalista. Mas, como disse, não concordo com esssa imposição ditatorial, tem que haver convencimento e esclarecimento através de educação e escolha livre.

    Vitor em 16/10/2013 - 17h27 comentou:

    seria bom lembrar, que nos tempos de Batista Cuba, já tinha o menor índice de analfabetos da América latina, tinha um dos maiores PIB da América Latina. Hoje cuba não tem desigualdade, tem sim miséria distribuída por igual.

    morenasol em 16/10/2013 - 18h05 comentou:

    cuba tem seus defeitos, sim, mas não dá para vir aqui mentir descaradamente! antes da revolução cuba tinha 23,6% de analfabetos. sem contar a alta mortalidade infantil. fale mal de cuba, mas não minta ou perde o argumento

    Antonio em 01/09/2014 - 14h15 comentou:

    É muito triste: um diz que "lamenta que exista uma ditadura", mas que "ela é necessária", afinal, se a população fosse livre escolheria o capitalismo. No dia em que ela "naturalmente" escolher o comunismo, aí sim ela poderia ser livre. Ou seja, um povo só pode ser livre se escolher o caminho que eu quero. O velho artificialismo comunista. Diga-me, qual a diferença moral entre você e um defensor de uma ditadura de direita como a do Brasil, cujo argumento era exatamente "quando não existir mais influência da filosofia que eu desprezo, aí o povo volta a ser livre"?

    A outra insiste na falsa dicotomia: não fosse uma revolução que instaurou uma ditadura comandada por uma família e baniu todos os partidos menos o comunista, não haveria redução da mortalidade infantil ou do analfabetismo. Como se uma coisa dependesse da outra. Não existiu redução da mortalidade infantil ou do analfabetismo em países democráticos? E estagnação da economia, até hoje rudimentar, é só um efeitinho colateral?

    E pros que comparam Cuba com o PT: mil vezes, um milhão de vezes o PT. Mil vezes o socialismo democrático europeu, mil vezes o respeito ao indivíduo e aos movimentos da humanidade, abaixo todo tipo de ditadura, engenharia social e artificialismos autoritários estatais….

Emerson José em 07/10/2013 - 11h56 comentou:

Desculpe, querida, mas comparar Che e Fidel ao PT é uma crime digno do stalinismo. Ou você não sabe quem foi Che ou você não sabe o que é o PT…

Responder

Central do Complexo em 07/10/2013 - 13h17 comentou:

Um garoto morador de uma dessas favelas erguidas nas beiras de um desses mangues da vida, com acesso mesmo que precário a internet, poderia perceber com poucos cliques no Google, que muitos dos arautos do comunismo eram senhores da alta burguesia europeia. Saberá, que todo o financiamento da tão propagada revolução soviética, na realidade fora um golpe de estado internacional com capital internacional enviado para os USA, recolhidos e distribuídos no Front russo pelos Barões de Wall Street. Os tais fatos, para os céticos, estão todos completamente documentados e expostos em diversos sites da internet… Como pode mesmo assim, que um garoto favelado do manguezal de uma periferia dessas da vida, fique sabendo disso tudo e toma pra si que tudo aquilo, e tudo que se seguira fora totalmente artificial, planejado tal e qual linha de montagem de uma fábrica automobilística atual, e os tidos letrados e dominantes da arte da filosofia não tenham notado nenhuma anomalia naqueles eventos, que hoje aflora artificialidades em qualquer paginas da releitura da historia contemporânea, principalmente as mesmas que narram pontualmente o começo, meio e fim da era soviética?!.
Tirando os revolucionários da hora, incentivados por alto grau de energia pessoal e impregnados pela propaganda de liberdade através da luta do proletariado que os fizeram entrar em êxtase, o resto é o sistema colonizador in natura se manifestando. Desmistificando.

Responder

    Ideraldo em 08/10/2013 - 16h43 comentou:

    O que vc quis dizer, exatamente? Não entendi nada. A Revolução Soviética foi muito parecida com a Cubana num primeiro momento. O que destruiu a Revolução Soviética foi 1) Mikhail Gorbatchev: 2) os EUA abaixarem artificialmente o preço do petróleo no mercado internacional (principal produto de exportação e gerador de divisas da URSS), via Kwait e Arábia Saudita. Com isso desmantelou a URSS e produziu a fo invasão de Kwait pelo Iraque, que, por sua feita, veio causar a Guerra do Golfo (parta 1).

rick em 07/10/2013 - 13h27 comentou:

Tenho absoluta certeza de que os que aqui comentaram não foram a Cuba. Não conhecem o povo cubano de perto. Não travaram nenhum diálogo com cubanos em Havana. Não conhecem a história de sua libertação. Nunca leram nada sobre José Martí e sua luta independentista. Reparo que nenhuma alusão ao bloqueio norte-americano aqui foi tocada. Na realidade, não se sabe de nada. Falam que a Ilha tem um governo obsoleto, retrógrado… O que sabemos todos é que os médicos cubanos estão dando exemplo de cidadania, vindo para o Brasil para socorrer brasileiros que estão à margem do "avanço científico" brasileiro. Eu estive em Cuba, me orgulho daquela gente. Cuba está na dianteira do mundo hispano-americano nas artes e na medicina. Andamos pelas "calles" de Havana e não vemos viciados, assaltantes, pedintes. Vemos gente que caminha cantando, com suas roupas coloridas, com o ar vitorioso da liberdade. Conversem com um motorista de taxi ou com um garçon que vão ter a grata surpresa de constatarem que pelo menos mais um idioma eles falam. Perguntem quem foi José Martí e eles com grande júbilo contarão a história de sua pátria.

Responder

    Ideraldo em 08/10/2013 - 16h54 comentou:

    Tenho muita vontade de conhecer a Ilha, embora em razão de saúde, acho que não realizarei tal empreendimento. O bloqueio norte-americano é uma vergonha, Guantânamo é uma vergonha. A vantagem de Cuba é que lá não tem "oil", senão os norte-americanos já a teriam invadido e destruído todo seu povo se fosse necessário. Agora liga não, que essas pessoas que escrevem são todos uns "reaças"

Maia Kaefman em 07/10/2013 - 19h02 comentou:

Inclusive durante essa visita foi feito o famoso retrato de Che por Albert Korda, posteriormente posterizado (ai…) por Jim Fitzpatrick, que tornou-se o grande icone pop da esquerda. A foto foi feita num palanque com Che ao lado de beauvoir e Sartre…

Responder

Décio em 07/10/2013 - 20h17 comentou:

"O maior escândalo da revolução cubana não é ter expropriado fazendas e terras, mas ter levado garotos ao poder": agora não adianta mais, aqueles velhos desgraçados e assassinos chamados Castro não largam o osso.

Responder

Ideraldo em 07/10/2013 - 23h37 comentou:

Sartre visitou a Ilha acompanhado da "Castor" e escreveu o livro sobre suas impressões a respeito. A Revolução Cubana prosseguiu, com sucesso, dia a dia, até o presente, assim como o infame bloqueio norte-americano também prosseguiu. Lamentável é a comparação de alguns entre "Che", Fidel e o PT. Sartre morreu mais ou menos na época em que o PT nascia, depois de muita luta, aqui no Brasil. Tenho certeza que caso Sartre estivesse vivo hoje já teria cumprimentado Lula e lhe dado os parabéns. Outra coisa, o Existencialismo de Jean-Paul Sartre não é uma filosofia burguesa nem proletária, é um estudo sobre ontologia, que ainda está muito distante do homem atual, neoliberal. Em outras palavras, para usar um termo redundante em Sartre, está a "anos-luz" de distância.

Responder

JuniN em 08/10/2013 - 15h42 comentou:

O grande trunfo do regime Castrista ainda está descoberta arraigada, em seu histórico assistencialista, da oferta da Medicina. Sim, saúde pública é questão universal independente de proposições ideológicas. O sistema liberal renega cada vez mais esse direito humano à saúde integralmente, e o Estado seja de qual for o viés ideológico tem o dever de proporcionar do bebê ao adulto tais atendimentos. E nisso, o regime comunista cubano, pelo seu tamanho, se saiu melhor que os do Leste Europeu. Investimento, ainda que limitado, nas ciências biológicas. E menos importante, também, demonstrar -'marketeando' ao mundo-, o seu potencial de vontade humana política para esportes de competitividade(Olimpíadas) ao longo de décadas, ao passo que duas grandes potencias ficavam medindo e gastando bilhões para ver quem tinha a melhor e devastadora arma de guerra que sabiamente não poderiam ser usadas no planeta.
Imagine tal Regime como este, mesmo não sendo perfeito, livre de barreiras mercadológicas e discriminatórias, a partir de 92, o que a humanidade já não teria aprendido em prol da sua evolução social e científica a partir daquela ilha?

Responder

    JuniN em 08/10/2013 - 18h10 comentou:

    Quem bagunça o que escrevi, agora que vi, enfim, sem revisar da nisso, rsrs.

ricardo em 10/10/2013 - 22h31 comentou:

Se você é esquerdista mude para Cuba ou Korea do norte.

Responder

    maysablay em 23/12/2013 - 12h12 comentou:

    Se você é "esquerdista", participe da vida social na sua rua, prédio, bairro, cidade e país, para melhorar a vida do coletivo, principalmente daqueles que necessitam de apoio para se igualarem em condições de sobrevivência com dignidade. Você faz isto Ricardo? Você vota, ao menos, assim? Socialismo é agora, hoje e aqui, no ônibus, na rua, no trabalho, no trato com o garçom que traz a cerveja e os bolinhos de bacalhau. Pode ser pequeno, local, ou grande, global. É sito. Beijos e bom natal querido!

Ricardo Leite Brugni em 01/12/2013 - 11h30 comentou:

PERFEITO. [ Ricardo Leite Brugni ]

Responder

Ricardo Leite Brugni em 07/12/2013 - 13h17 comentou:

O homem é uma paixão inútil [Sartre] Ricardo Leite Brugni

Responder

maysablay em 23/12/2013 - 12h04 comentou:

Quem quiser o livro Furacão sobre Cuba, eis aqui http://www.estantevirtual.com.br/mod_perl/busca.c

Responder

Carlos Messias de Oliveira em 01/04/2018 - 21h58 comentou:

Fui a Varadero e Havana em 2008, kero voltar em dezembro, passar um mês ou mais. Apesar do odiento embargo americano, n se pode negar a alegria do povo – k música, k percussão – a extinção do analfabetismo e progresso na medicina preventiva. Pobreza devido ao embargo, mas não como na bela VISTA centro de sp, c gente, criancas e idosos dormindo nas ruas sobre papelaos e colchões velhos. Keiram ou não Cuba é respeitada no mundo. Não é mais uma nação satélite dos odiosos ianques, c meia dúzia de milionários é uma horda de MISERÁVEIS. Periferias de TDS as cidades grandes brasileiras é mto pior k Cuba. Mataram 2 primos meus em Curitiba, cidade perigosíssima. Fortaleza, SP, Rio, BH, Salvador, Recife “a cobra fuma”.

Responder

Carlos Messias de Oliveira em 01/04/2018 - 21h59 comentou:

Em Osasco sp tb mataram dois primos, trabalhadores, sem nenhum envolvimento c drogas.

Responder

Virgínia C P Acosta em 18/03/2019 - 14h55 comentou:

Quem quiser ler o livro Furacão sobre Cuba, mande email para [email protected]

Responder

Paulo em 13/08/2020 - 10h45 comentou:

Não há mais mais burguês do que um charuto… ué… uma vez caviar, sempre caviar… 😉

Responder

    Cynara Menezes em 14/08/2020 - 13h02 comentou:

    os charutos cubanos são burgueses?

Armando Santos em 26/07/2021 - 20h43 comentou:

Che vive e viverá para sempre.

Responder

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