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Carnaval e História: Pelourinho lembra heróis negros da Revolta dos Búzios

Filhos ou netos de escravos, líderes da revolta foram executados por lutar pela independência, pela República e pelo fim da escravidão

Foto: Camila Souza/GOVBA
Da Redação
06 de fevereiro de 2018, 18h47

A decoração do carnaval no Pelourinho, em Salvador, lembra os 220 anos da Revolta dos Búzios e seus pouco conhecidos heróis negros. Filhos ou netos de escravos, Lucas Dantas, Manoel Faustino, Luiz Gonzaga e João de Deus, foram executados em 1799 por lutar, um ano antes, pela independência do Brasil, pela proclamação da República e pelo fim da escravidão. Os corpos dos quatro foram expostos em praça pública: as cabeças de Lucas Dantas, Manuel Faustino e João de Deus ficaram espetadas nas principais vias da cidade; e a cabeça e as mãos de Luís Gonzaga ficaram pregadas na forca.

Os demais envolvidos na Revolta dos Búzios, conhecida também como a “revolta dos alfaiates” ou Conjuração Baiana, foram submetidos a 500 chibatadas no Pelourinho, onde agora são homenageados. Em sua maioria gente humilde, trabalhadores e aprendizes da profissão de alfaiate (daí o nome), os revoltosos também foram condenados ao degredo e seus nomes considerados “malditos” até a terceira geração. Em 2011, o feito dos quatro foi reconhecido pelo governo federal e seus nomes entraram para o Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade, em Brasília.

A iniciativa de homenagear os líderes da Revolta dos Búzios foi do governo do Estado (PT), não da prefeitura (DEM).

 


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(1) comentário Escrever comentário

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João Junior em 07/02/2018 - 10h19 comentou:

Justa e merecida homenagem.

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