Socialista Morena
Cultura

Do marechal ao capitão, 11 presidentes do Brasil pela lente de Orlando Brito (1950-2022)

Falecido na última semana, fotógrafo registrou todos os ocupantes do Palácio do Planalto a partir de Castelo Branco

Jair Bolsonaro em novembro de 2021. Fotos: Orlando Brito
Da Redação
14 de março de 2022, 22h49

Orlando Brito, um mestre da fotografia, se foi na madrugada da sexta-feira 11 de março, aos 72 anos, após longa internação hospitalar. Brito, mineiro de Janaúba, chegou criança a Brasília, onde se tornaria fotógrafo sob influência de Roberto Stuckert (pai de Ricardo Stuckert, fotógrafo de Lula), a quem passou a acompanhar em coberturas políticas aos 14 anos. Por indicação de Stuckert, começou rapazinho na Última Hora, de Samuel Wainer, a princípio como contínuo, servindo cafezinho.

Brito em ação em frente ao Alvorada. Foto: Wagner Pereira/Acervo pessoal

Daí, como muitos fotojornalistas no Brasil, passou a trabalhar como laboratorista no jornal. Sua foto de estreia aconteceu por acaso, convocado às pressas para “tapar um buraco” numa cobertura, e já foi de um presidente da República, o primeiro da ditadura, Castelo Branco. A partir de então, fotografou todos os ocupantes do Palácio do Planalto, “Do Marechal ao Capitão” –título que planejava dar a seu próximo livro.

Mesmo tantas vezes premiado e reconhecido, Brito estava em plena atividade. Não há repórter em Brasília que não tenha cruzado com ele em alguma cobertura, sempre com muito tesão em fotografar, sempre muito gentil e sempre muito elegante na maneira de vestir, com os óculos de aro redondo que eram sua marca. Todo o prestígio após quase 60 anos de carreira não impediu que fanáticos bolsonaristas agredissem em 2020 a ele e ao colega Dida Sampaio, falecido precocemente em fevereiro, enquanto exerciam a profissão no Alvorada.

Além de ser um craque com a câmera, Brito também escrevia muito bem. No site Os Divergentes, onde atuava desde que se tornou um profissional independente, escreveu alguns textos memoráveis, em que contava o que viu de perto, como testemunha privilegiada da História do país. Em 2020, um documentário sobre a sua vida, Não Nasci Para Deixar Meus Olhos Perderem Tempo, de Claudio Moraes, foi exibido no festival É Tudo Verdade.

Neste post, confira alguns flagrantes de presidentes da República pela lente de Orlando Brito, e, no final, a última entrevista do fotógrafo ao jornalista Moacyr Oliveira Filho (Moa).

A primeira foto: o marechal Castelo Branco em 1964

Ernesto Geisel na praia em Natal, 1975

Entre ditadores: Figueiredo visita Pinochet no Chile em 1980

Sarney e seu ministro da Cultura, Celso Furtado, em 1986

Espelho, espelho meu. Collor em 1992

Itamar Franco chegando ao Planalto em 1992

FHC no Alvorada em 1997

Lula recebe a faixa de FHC em 2003

A presidenta Dilma Rousseff em 2016

O presidente postiço Michel Temer em 2016

Máscara em protesto contra Bolsonaro em 2021


Apoie o site

Se você não tem uma conta no PayPal, não há necessidade de se inscrever para assinar, você pode usar apenas qualquer cartão de crédito ou débito

Ou você pode ser um patrocinador com uma única contribuição:

Para quem prefere fazer depósito em conta:

Cynara Moreira Menezes
Caixa Econômica Federal
Agência: 3310
Conta: 000591852026-7
PIX: [email protected]
Nenhum comentário Escrever comentário

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião da Socialista Morena. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Deixe uma resposta

 


Mais publicações

Mídia

Documentário dos EUA mostra como a mídia de direita faz lavagem cerebral nas pessoas


(Adaptado do Alternet) Vocês já repararam como as pessoas têm se transformado em outras ultimamente, como o médico e o monstro? Cidadãos antes cordatos, educados, gentis, de repente viraram cães raivosos, espumando pela boca, prontos…

Direitos Humanos

A mais terrível de nossas heranças – Darcy Ribeiro


Darcy ajuda a entender a importância das cotas, das políticas de ação afirmativa, para reparar uma injustiça histórica