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Empresa que apoia Bolsonaro “contra a esquerda” teve prejuízo milionário

Processo de decadência financeira da Tecnisa já dura vários anos, mas o presidente da empresa disse à revista piauí que seu único interesse no candidato é ideológico

Detalhe de foto de Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil
Da Redação
21 de fevereiro de 2018, 01h06

Ladeira abaixo: a Tecnisa, cujo fundador, Meyer Nigri, foi citado em reportagem da revista piauí como um dos “empresários apoiadores de Bolsonaro”, teve um prejuízo milionário no ano passado, segundo revistas e jornais especializados em economia. De acordo com reportagem da revista Exame de maio, “a incorporadora encerrou o primeiro trimestre de 2017 com um prejuízo líquido de 63,4 milhões de reais, mostrando reversão frente ao mesmo período de 2016, quando teve lucro de 2,4 milhões”.

Em novembro, o jornal Valor Econômico mostrou que o prejuízo crescera 31,4% no trimestre, chegando a 142 milhões de reais. “As despesas financeiras cresceram com a realocação dos juros de dívidas atreladas a projetos entregues ou cujos custos foram remensurados. Já as receitas financeiras caíram com menor posição do caixa médio, com o aumento dos distratos e com menor contribuição dos indexadores para atualização monetária”, explicou o jornal.

O fundador da Tecnisa, Meyer Nigri, explicou por que apoia Bolsonaro: “Apoio quem seja contra a esquerda, Bolsonaro, Alckmin ou qualquer outro.” Será que é só por isso mesmo?

O ano de 2017 não foi o único ruim para a Tecnisa, que desde 2008 aparece na imprensa como tentando se salvar de um processo de decadência. Apesar do lucro no primeiro trimestre de 2016, no segundo já acumulava prejuízo de mais de 100 milhões de reais. “A Tecnisa reverteu o lucro de 7,8 milhões de reais do terceiro trimestre do ano passado e teve prejuízo líquido de 108 milhões de reais de julho a setembro. O prejuízo resultou de distratos, do baixo volume de lançamentos, de indenizações por atrasos e de perdas com vendas de terrenos”, dizia o jornal. Fechou o ano com um prejuízo de 400 milhões de reais, segundo a Exame.

“O público da Tecnisa foi pego pela crise, o desemprego aumentou, o preço dos apartamentos caiu e muitos acabaram devolvendo imóveis comprados na planta. Os distratos (devoluções de imóveis) começaram a aumentar: metade de tudo o que foi vendido pela Tecnisa nos últimos quatro anos foi devolvida pelos compradores. Em agosto passado, a Tecnisa precisou chamar um aporte de capital dos acionistas, de 200 milhões de reais, para reduzir o endividamento”, publicou a revista. A Tecnisa aparece, inclusive, num ranking da Exame dos “20 Maiores Prejuízos do Primeiro Trimestre de 2017”, em 18º lugar.

O presidente da empresa, Meyer Nigri, explicou à piauí por que apoia Bolsonaro: “Apoio quem seja contra a esquerda, Bolsonaro, Alckmin ou qualquer outro.” Será que a questão é só ideológica mesmo?

 

 


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Sergio Souza em 22/02/2018 - 13h54 comentou:

Defina esquerda! O PT é esquerda? No Ceará uniu-se a Eunício Oliveira. Em Alagoas a Renan Calheiros. Teria o PT invergadura para ser o partido que levaria a esquerda “novamente” ao poder. Novamente com aspas mesmo, porque no poder, o PT portou-se igualzinho ao PSDB!

O fato é que se for preciso se agarrar com satanás para voltar ao poder, o pt o fará! E aí? Esquerda?

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Roberto Grossi em 24/02/2018 - 10h18 comentou:

O importante é acabar com a corrupissaum

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Leonardo Couto em 08/03/2018 - 23h49 comentou:

Ser esquerda no Brasil é a unica arma que o povo tem como força além dela mesmo para lutar contra toda superestrutura e infraestrutura do mundo capitalista,vindo do imperialismo e da nossa elite e de idiotas da classe média e do pobre de direita,que acreditam que a unica justificativa para resolver os problemas do Brasil é resolução de combate a corrupção de uma gente sem imaginação da globorecorbelezapig e do geninhos bolsonistas e olavistas ,enfim reza saravá de um agnóstico.

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Rosa Asa em 11/09/2018 - 22h14 comentou:

Bolsonaro quereno usurpar as terras dos índios, dos quilombolas, derrubar a floresta amazônica, botar abaixo as áres de preservação, vai beneficiar a quem, aos vendedores de terras, construtoras, etc.

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Edlene em 13/09/2018 - 21h10 comentou:

#eleNÃO

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