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FGV: esquerda está convencendo brasileiros que reforma trabalhista = perda de direitos

Uma análise das redes sociais elaborada pela Fundação Getúlio Vargas no dia 28 de abril, dia da greve geral, indica que a esquerda está ganhando a disputa narrativa sobre a reforma trabalhista e conseguindo convencer os brasileiros de que ela é sinônimo de perda de direitos. Trata-se de uma importante guinada na narrativa política, dominada […]

Cynara Menezes
01 de maio de 2017, 12h51
mapafgv

(A “nuvem” de comentários da esquerda no twitter. Fonte: DAPP/FGV)

Uma análise das redes sociais elaborada pela Fundação Getúlio Vargas no dia 28 de abril, dia da greve geral, indica que a esquerda está ganhando a disputa narrativa sobre a reforma trabalhista e conseguindo convencer os brasileiros de que ela é sinônimo de perda de direitos. Trata-se de uma importante guinada na narrativa política, dominada pela direita desde 2014, após a vitória da petista Dilma Rousseff na eleição ser questionada pelo candidato derrotado, Aécio Neves, do PSDB.

De acordo com a publicação, o movimento de apoio à greve geral nas redes sociais foi a maior ação da oposição ao governo Temer até agora, com mais de 1,1 milhão de menções relacionadas à paralisação. “O volume faz do evento o maior nas redes dos últimos anos, superando inclusive os maiores atos em favor do impeachment”, entre março de 2015 e março de 2016. Criada pela esquerda, a hashtag #BrasilEmGreve dominou o twitter, com 326 mil menções até as 17 h. Para comparação, a tag da direita, #AGreveFracassou, mesmo utilizando robôs, teve 28 mil menções apenas.

“É possível afirmar que a greve geral inaugura um novo momento na disputa política, em que a oposição ao governo adquire nas redes proporções similares ao movimento que, iniciado em 2015, culminou com o afastamento de Dilma”, diz o relatório elaborado pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da fundação. O mapa de interações nas redes sociais do debate sobre os protestos evidencia, segundo o estudo, que os partidários do governo Temer encontram-se na “defensiva”.

Esta disputa de narrativas também se mostra dissociada da mídia comercial, que está “marginalizada”, sem nenhum perfil de destaque participando do debate. Entre os perfis no twitter que mais se destacaram do lado dos “Vermelhos” estão a Mídia Ninja, o jornalista Xico Sá, a atriz Leandra Leal, o repórter do Incercept George Marques, o perfil de humor progressista Dilma Bolada e a jornalista Cynara Menezes, deste blog. Do lado “Azul” aparecem, bem distanciados em termos de interações, o BlogdoPim, do site da Veja, o perfil de humor reacionário JOAQUINVOLTOU, e o roqueiro Roger, do Ultraje a Rigor.

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(Fonte: DAPP/FGV)

Outra “nuvem”, produzida pelo professor Fabio Malini, do Labic (Laboratório de Estudos de Imagem e Cibercultura) da Universidade Federal do Espírito Santo, mostra com nitidez como os pró-Temer ficaram encurralados nas redes no dia da greve geral: na parte escura, os perfis que defenderam a greve dos trabalhadores contra as reformas e, em amarelo, os que a atacaram.

malinigreve

“Os Vermelhos ganharam a guerra na comunicação ao relacionar as propostas com perdas de direitos. Desorganizados, os Azuis não foram capazes até o momento de demonstrar vantagens das duas propostas (reformas da Previdência e trabalhista) para a sociedade”, diz o texto da FGV. Um ano após o impeachment, o debate em torno da greve geral mostra que “as forças pró e contra o impeachment continuam dominando as discussões nas redes. Os chamados Vermelhos (pró-Dilma e pró-Lula) estavam acossados por meses pelas investigações da Força-Tarefa da Operação Lava-Jato e pela recessão de 2015. A mobilização em torno da greve geral mostra uma inflexão na relação entre Azuis e Vermelhos.”

Uma das razões para essa reviravolta acontecer foi o fato de a “lista de Fachin” ter comprovado o que a esquerda dizia: que a corrupção brasileira é sistêmica, está na forma como se faz campanha no país, e por isso atinge políticos de todos os partidos, não apenas do PT. “A inclusão de nomes como o do senador Aécio Neves nas delações tirou dos Azuis a primazia do discurso anticorrupção”, conclui o estudo. Confira aqui a íntegra.

 

 

 


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