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Direitos Humanos

EUA apoiaram golpe que destruiu Honduras; agora proíbem hondurenhos de entrar nos EUA

"Golpe constitucional" de 2009 só trouxe miséria e violência aos hondurenhos, que fogem em massa e são chamados de "criminosos" por Trump

Caravana de hondurenhos em direção aos EUA não para de crescer. Foto: Pueblos Sin Fronteras
Da Redação
19 de outubro de 2018, 19h24

Muita gente pensa que a crise migratória nos Estados Unidos é causada por mexicanos. Nope. Hoje o número de mexicanos cruzando a fronteira dos EUA ilegalmente é ínfimo se comparado ao de hondurenhos, guatemaltecos e salvadorenhos que tentam entrar na “terra das oportunidades” e são enviados a campos de concentração, separados de suas crianças, desde que Donald Trump chegou ao poder. Não por coincidência, são todos países da América Central, onde a intervenção norte-americana tem sido uma constante desde o século 19.

O campeão em imigrantes ilegais é justamente Honduras, país onde, em 2009, houve o primeiro dos “golpes constitucionais” na América Latina, seguido pelo Paraguai, em 2012, e o Brasil, em 2016. Honduras nunca melhorou. Pelo contrário, virou o “país mais perigoso do mundo para ser defensor do meio ambiente”, criminalizou movimentos sociais e matou dezenas de jornalistas e defensores dos direitos humanos. Agora também ficará conhecido como “o país que tem mais gente fugindo para os EUA”.

Na quinta-feira, Trump ameaçou em seu twitter fechar a fronteira com o México se o país não for capaz de impedir a caravana de milhares de imigrantes hondurenhos que saiu do país no sábado, 13, em direção à “pátria da liberdade”. Também ameaçou tirar o dinheiro que manda aos governos parças que apoia na região se não “controlarem sua população”.

Trump não fez nenhuma referência ao fato de seu país ser o responsável por todo o subdesenvolvimento, a violência e a miséria que estão causando a fuga de cidadãos dos países que citou, preferindo chamar os migrantes, entre eles famílias inteiras, de “criminosos”. Os venezuelanos que saem de seu país, porém, chegaram a ser visitados no Brasil por seu vice, Mike Pence.

Apesar das ameaças do presidente de extrema-direita, os primeiros migrantes hondurenhos começaram a entrar, nesta sexta-feira, em território mexicano, a partir da cidade de Tecún Umán, na Guatemala. O grupo cruzou à força o primeiro cerco policial, composto de uma centena de homens da guarda antimotim para se dirigir a uma cerca que separa a Guatemala do México.

O campeão em imigrantes ilegais é justamente Honduras, país onde, em 2009, houve o primeiro dos “golpes constitucionais” na América Latina, seguido pelo Paraguai, em 2012, e o Brasil, em 2016. Honduras nunca melhorou

“O regime que governa o país no pós-golpe é largamente responsável pela explosão da criminalidade, assim como a responsabilidade do governo dos EUA pelo regime. Sim, as gangues se multiplicam em Honduras, mas a gangue verdadeiramente perigosa está no governo hondurenho”, escreveu a historiadora Dana Frank no Huffington Post.  Segundo ela, a resposta para a corrupção policial foi a militarização do país. Enquanto isso, os índices de pobreza subiram assustadoramente.

A caravana de hondurenhos rumo aos EUA também não para de crescer. Já são cerca de 2 mil pessoas indo em direção à fronteira. Mas os Estados Unidos preferem culpar o povo e o governo que colocaram lá, em vez de assumir sua responsabilidade sobre o que fizeram na América Central para que isso esteja acontecendo.

Com informações da Agência Brasil

 


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