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Feminismo

Falta “pouquinho” para o salário das mulheres se equiparar ao dos homens: 202 anos

Segundo estudo do Fórum Econômico Mundial, Brasil tem "significativo retrocesso, com a maior diferença entre os gêneros desde 2011"

Foto: reprodução Fórum Econômico Mundial
Da Redação
18 de dezembro de 2018, 13h39

O Fórum Econômico Mundial divulgou um estudo em que afirma que a paridade salarial entre homens e mulheres só será alcançada em 202 anos. De acordo com o Global Gender Gap Report 2018publicado nesta terça-feira, embora a diferença salarial entre os gêneros tenha diminuído ligeiramente, só em 2220 homens e mulheres ocupando a mesma função ganharão o mesmo salário.

“O que observamos em termos globais é que nenhum país alcançou a igualdade de gênero, independentemente do nível de desenvolvimento, da região e do tipo de economia. A desigualdade de gênero é realidade em todo o mundo e o vemos em todos os aspectos da vida das mulheres”, disse Anna-Karin Jatfors, diretora regional da ONU Mulheres. Ela comentou que 202 anos “é uma espera longa demais” para chegar à igualdade econômica.

O estudo do Fórum Econômico Mundial afirma que em três pilares –educação, saúde e política– a brecha entre os gêneros aumentou em 2018. Em termos de empoderamento político, a deterioração ano a ano pode ser parcialmente atribuída à menor quantidade de mulheres chefes de Estado ao redor do mundo –ficaram para trás os tempos das Dilmas Rousseffs, das Cristinas Kirchners e das Michelles Bachelets… Mas em relação à quantidade de mulheres no parlamento houve um pequeno progresso nas economias ocidentais.

Em termos de empoderamento político, a deterioração ano a ano pode ser parcialmente atribuída à menor quantidade de mulheres chefes de Estado ao redor do mundo. O Brasil pós-PT também empurrou para baixo as estatísticas sobre desigualdade de gênero do G20

Em termos regionais, os países nórdicos continuam na liderança entre os que têm a menor desigualdade salarial entre homens e mulheres, encabeçados pela Islândia. A Argentina e a Colômbia permanecem entre os países da América Latina que têm menor diferença de remuneração entre os gêneros, mas desceram vários postos no ranking este ano. No Brasil, diz o estudo, há “um significativo retrocesso, com a maior diferença entre os gêneros desde 2011”. Já o Chile, com um aumento significativo de mulheres no Parlamento, e o México, com avanços em todos os setores, subiram no ranking.

O Brasil pós-PT também empurrou para baixo as estatísticas sobre desigualdade de gênero do G20. “O progresso entre os países do G20 se tornou negativo, em média, este ano. Os avanços alcançados pelo México e pela Itália foram contrabalanceados pela ampliação da desigualdade em alguns dos maiores países do G20, incluindo o Brasil, a China, a Índia e a África do Sul”.

Com informações do Fórum Econômico Mundial

 


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Sérgio em 20/12/2018 - 19h47 comentou:

Problema será quando as pautas dos transgêneros bater de frente com a pauta feminista. Ou seja, mais homens tomarão os lugares das mulheres. É preciso debater.

Responder

    Cynara Menezes em 21/12/2018 - 15h45 comentou:

    mulheres trans não são homens

Rosana em 21/12/2018 - 11h08 comentou:

Querida Cynara, parabéns pelo site. Toda semana confiro as novas matérias com bastante entusiasmo. Além da relevância dos temas, o seu olhar sensível e, ao mesmo tempo, o seu humor refinado dão um sabor especial.
Queria que soubesse que procuro contribuir com a manutenção do site de acordo com as minhas possibilidades, seja divulgando o site, seja efetuando contribuições financeiras. Hoje fiz um depósito em sua conta, é bem menos do que o seu trabalho merece, mas é com bastante carinho. Vamos seguindo nesse frente de solidariedade.
“Ninguém solta a mão de ninguém”!
Grande abraço,

Responder

    Cynara Menezes em 21/12/2018 - 15h44 comentou:

    querida, muito obrigada pelo carinho! beijos pra você

Sergio em 26/12/2018 - 18h36 comentou:

“mulheres trans não são homens”. Tão simples assim! Queria ver um grupo de mulheres que não integrassem um time de vôlei, onde o dono do time desse preferência a mulheres trans. Algum problema nisso?

São mulheres? Também não!

Vejamos os esportes.

Desconsiderar a biologia em meras cinco palavras, não altera uma realidade que no futuro precisará ser aprofundada: Nascidos homens, com sua estrutura muscular e óssea, poderão substituir e jogar contra mulheres, de forma vantajosa. Como o movimento feminista vai encarar isso? Não se sabe! Ainda mais, não podem engravidar, o que para um magnata dono de um time, seria vantajoso, EXTREMAMENTE LUCRATIVO, ter um time com mulheres trans! Já imaginou um time inteiro de vôlei apenas com mulheres trans? E as mulheres, que são mulheres?

Isso pode acontecer! E aí?

Responder

Luiz em 28/01/2019 - 14h21 comentou:

Se salários são assim tão diferentes, por qual motivo não existem denúncias no Ministério do Trabalho?

Responder

    Cynara Menezes em 28/01/2019 - 14h54 comentou:

    os lugares onde se fazem as denúncias são a justiça do trabalho ou o ministério público do trabalho. aqueles mesmos que bolsonaro quer destruir

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