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Fim da corrupção SQN: denúncia contra Temer é rejeitada na CCJ pela segunda vez

Em menos de seis meses, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara rejeitou duas denúncias contra o presidente que os paneleiros colocaram no lugar de Dilma para "acabar com a corrupção"

Os bons companheiros. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Da Redação
18 de outubro de 2017, 22h47

Em menos de seis meses, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara rejeitou duas denúncias contra o presidente da República que os paneleiros colocaram no lugar de Dilma Rousseff para “acabar com a corrupção”. E isso um dia depois de o candidato derrotado por Dilma em 2014, Aécio Neves, ter se safado do afastamento do mandato por seus colegas senadores, mesmo tendo sido flagrado pedindo dinheiro ao empresário Joesley Batista. Como dizem nas redes sociais, a corrupção no Brasil acabou. SQN (só que não).

Por 39 votos a 26, a CCJ aprovou o parecer do deputado Bonifácio de Andrada, tucano e de Minas Gerais como Aécio, pela inadmissibilidade da segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Temer pelos crimes de obstrução de Justiça e formação de organização criminosa com dois ministros do seu governo, Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria Geral da Presidência. Todos agora estão livres, leves e soltos.

Maluf disse conhecer o presidente “há 35 anos” e por isso pode afirmar que o “menino pobre de Tietê” é um “homem correto, decente, honesto” e “vítima de um complô”

Entre a votação de julho e a de hoje, Temer perdeu somente dois votos pela rejeição da denúncia recomendado no parecer substitutivo elaborado pelo deputado, também tucano e também de Minas, Paulo Abi-Ackel. O relatório a favor do prosseguimento, do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), havia sido rejeitado por 40 votos a 25. Na votação de hoje, após uma manobra do PSB, a líder do partido e aliada do Planalto, deputada Tereza Cristina (MS) foi substituída pelo oposicionista deputado Júlio Delgado (MG), o que de nada adiantou.

Em dois dias de debates, 61 deputados se manifestaram sobre o parecer elaborado por Andrada. Apenas 13 oradores se manifestaram favoráveis a Temer e seus ministros diletos. A maioria argumentou, sem sucesso, que havia elementos graves suficientes para encaminhar a denúncia para investigação. Já os representantes da base aliada sustentaram que as provas são frágeis e que nem o presidente nem os ministros devem ser afastados por acusações feitas “por delatores criminosos”.

Um dos mais enérgicos defensores de Temer no primeiro dia de debates foi o ex-governador e campeão de denúncias de corrupção Paulo Maluf, que disse conhecer o presidente “há 35 anos” e por isso pode afirmar que o “menino pobre de Tietê” é um “homem correto, decente, honesto” e “vítima de um complô”.

Ao encaminhar o voto favorável ao parecer de Andrada, um dos principais articuladores do governo, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) cumpriu o roteiro de Aécio e de Temer de atacar o ex-procurador geral da República Rodrigo Janot. “Estamos vivendo agora os capítulos finais, capítulos derradeiros de uma ópera-bufa, de um teatro do absurdo, que teve no enredo a tentativa nefasta de um procurador-geral da República de depor um presidente da República pelo motivo não republicano de não aceitar que uma desafeta sua chegasse à posição que hoje exerce, e falo da doutora Raquel Dogde”.

Meu sonho é que milhões de brasileiros leiam as 250 páginas dessa denúncia com provas, que descreve atos criminosos cometidos contra nosso país

Ao encaminhar voto contra o parecer de Bonifácio de Andrada, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) disse que “crimes graves estão colocando o país na beira do colapso”. “Meu sonho é que milhões de brasileiros leiam as 250 páginas dessa denúncia consistente, uma denúncia com provas, uma denúncia que descreve com minúcias uma série de atos criminosos cometidos contra o nosso país”, afirmou.

A votação em plenário deve ocorrer na semana que vem. A denúncia só será autorizada a seguir para o Supremo Tribunal Federal se receber o apoio de pelo menos 342 deputados, o equivalente a dois terços do total de 513 parlamentares da Casa, conforme determina a Constituição.

Quem ainda acredita que desta vez a denúncia será aceita? Só quem também acreditou que tirando o PT do poder a corrupção acabaria.

Com informações da Agência Brasil

 


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(3) comentários Escrever comentário

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Sergio em 19/10/2017 - 17h52 comentou:

Só podemos esperar que vossa excelência, o eleitor, dê a resposta devida ao Aécio e tantos outros senadores não os reconduzindo! Vamos renovar de fato esse congresso.

Responder

Luís Fraga em 20/10/2017 - 20h33 comentou:

Ei Cynara, ficou muito bom este novo site! Já adicionei no meu speed dial do Ópera. Sempre dava uma passadinha aqui porque gosto muito de seus posts, agora vou virar freguês de fato.
ps. Só não posso colaborar com grana, porque estou desempregado desde 2013 e estou vendendo o almoço pra pagar a janta. Pode crer que assim que melhorar eu vou ajudar a fortalecer toda a imprensa progressista.
Abraço.

Responder

    Cynara Menezes em 21/10/2017 - 13h52 comentou:

    obrigada

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