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Direitos Humanos

Neomacarthismo: jovens soldados em Jataí-GO são maltratados se forem “petistas”

MPF investiga denúncias de assédio moral, maus-tratos e perseguições contra jovens do serviço militar obrigatório por razões políticas e ideológicas

Detalhe de ilustração de Burntilldead para Bad Religion
Da Redação
31 de outubro de 2017, 21h27

O Ministério Público Federal em Rio Verde (GO) instaurou inquérito civil para apurar o uso de tortura contra soldados dentro do 41º Batalhão de Infantaria Motorizada, na cidade de Jataí, sudoeste goiano. Segundo as denúncias, os jovens no serviço militar obrigatório que se identificarem como “petistas” ou “defensores dos direitos humanos” são alvo de assédio moral, maus-tratos e perseguições.

Se você quer uma fotografia do futuro, imagine uma bota pisando num rosto humano para sempre

Uma representação recebida pelo MPF relata que vários soldados estariam sendo alvo de atos de assédio moral, maus-tratos e perseguições por razões políticas e ideológicas naquela unidade do Exército Brasileiro. Logo na primeira semana de atividades, em formatura interna de apresentação, os soldados foram convocados a se identificar, caso se considerassem “petistas ou defensores dos direitos humanos”. Aqueles que o fizeram, passaram a ser alvo de uma série de perseguições por parte de seus superiores hierárquicos, que estariam submetendo-os à prática de assédio moral, racismo e tortura.

Um vídeo anexado à representação pelo Ministério Público mostra um soldado sendo pisoteado e chutado na cabeça por um superior, que joga areia em sua cara.

Como primeira providência, o MPF solicitou ao Comando do 41º Batalhão de Infantaria Motorizada para que, no prazo máximo de 15 dias, manifeste-se sobre os fatos mencionados na representação e as medidas a serem adotadas para sua apuração. Requereu, também, que encaminhe cópia integral da sindicância interna que apurou um dos casos de maus-tratos. Além disso, que informe ao MPF sobre medidas de proteção a serem adotadas em relação às vítimas apontadas na representação.

O Exército soltou nota afirmando que foi aberto um Inquérito Policial Militar para apurar a denúncia. “A Força Terrestre tem, como um de seus valores, o respeito ao indivíduo e à dignidade da pessoa humana, em todas as situações, bem como, empenha-se, rigorosamente, para que eventuais desvios de conduta sejam corrigidos dentro dos limites da lei”, diz a nota.

O comandante do Exército, general Villas-Boas, também se manifestou pelo twitter.

Já vivemos o futuro imaginado por George Orwell: “Se você quer uma fotografia do futuro, imagine uma bota pisando num rosto humano para sempre”.

Com informações do site do MPF em Goiás


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(6) comentários Escrever comentário

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Sergio em 01/11/2017 - 13h57 comentou:

Infelizmente são os extremos. Meu filho estuda em uma universaidade pública, e é praticamente obrigado a não discordar de professores ou alunos, “simpatizantes” do esquedismo ou também extremistas esquerdas. Se ele tiver um posicionamento diferente em algum assunto, são capazes de engoli-lo vivo. Desgradaçadamente, os extremismo esquerdo e direito, que nãda são saudáveis ao país, são as vozes que mais ecoam na sociedade. É reciso calar a voz da extrema esquerda e direita.

Responder

    Jefferson em 07/11/2017 - 12h33 comentou:

    Em que questões o seu filho não pode se manifestar? Ficou muito vago.

    Jefferson em 07/11/2017 - 12h43 comentou:

    Se o seu filho e a senhor tem uma posição liberal – privatização ou cobrança de mensalidade – em relação a educação é um direito seu pensar dessa forma que eu discordo. Por um questão de coerência o senhor deveria pagar uma faculdade particular. ao seu filho ou então ele mesmo pagar a própria faculdade. Me cansa quem defende o estado minimo para os outros e máximo para os seus. Um tio meu que tem o mesmo nome do senhor defende idéias liberais porem sua filha estuda em uma universidade pública. Coerência é bom e eu gosto.

João em 06/11/2017 - 12h05 comentou:

Policial petista é o mesmo que mulato nazista. Não faz o menor sentido. De qualquer forma, violência e maus-tratos são sempre condenáveis.

Responder

    Cynara Menezes em 06/11/2017 - 16h09 comentou:

    oi? o que não faz sentido é sua comparação esdrúxula

Jhonata Xavier em 30/06/2020 - 16h09 comentou:

Já passei por isso, Quando fui Militar do EB era normal isso , tínhamos que rasteijar com a cara afundado no brejo, e o cuturno no pescoço. Qualquer erro e íamos para o chão pagar flexão e ser pisado. Mas isso é pura instrução padrão meu caro, na guerra pode acontecer de tudo e esses treinamentos são para preparar o jovem para resistir, não só na guerra, mas também na vida civil, passando aperto, sendo pisado, ele desenvolverá um psicológico forte e será um bom homem, um bom pai de família, um bom cidadão.

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