Os poemas-pinturas de Kenneth Patchen

Eu gosto de pintores que escrevem e de escritores que pintam. Li sobre Kenneth Patchen nessa novela gráfica, Os Beats. Um livro é bacana quando é capaz de acender sua imaginação em várias direções, e foi assim com estes quadrinhos que contam a vida dos beatniks. De alguns eu nunca tinha ouvido falar, como Patchen, e foi um prazer para o meu olhar descobrir seus desenhos/poemas. Caligrafia e tinta colorida juntos. Puro deleite visual. Na revista online Modo de Usar tem mais informações sobre a poesia dele.

A vida sofrida de Kenneth Patchen também me tocou. Nasceu em 1911, em Ohio, e morreu em 1972, na Califórnia. Após um ano na faculdade, como bom beatnik cai no mundo e faz pequenos bicos. Uma noite, em 1937, tentando separar dois carros grudados pelos pára-choques (!!), machucou as costas e ganhou uma hérnia de disco que iria incomodá-lo pelo resto da vida. Operado, se tornou um dos primeiros poetas a fazer leituras acompanhados de músicos de jazz.

Aqui ele lendo no Canadá com o Allan Neill Quartet:

Mas, em 1959, os problemas na coluna voltaram e Patchen ficou na cama pelo resto da vida… E começou a desenhar os poemas visuais que o fizeram único. “Poetas podem ser grandiosos caindo no maior fundo do poço que se possa imaginar”, dizia. Deliciem o olhar com seus poemas.