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Os ruralistas “ajudam a equilibrar a balança comercial”. Será mesmo?

Ainda intrigada com a enquete do blog (“Qual o papel social dos ruralistas?”; veja ao lado), pedi ao amigo economista José Carlos Peliano para tentar responder se é mito ou realidade essa história de que os ruralistas são “fundamentais” para equilibrar a balança comercial. E sabem o que descobri? Que ninguém se interessou em calcular […]

José Carlos Peliano
30 de janeiro de 2014, 12h54

(A senadora e líder ruralista Katia Abreu ao receber o prêmio Motosserra de Ouro do Greenpeace)

Ainda intrigada com a enquete do blog (“Qual o papel social dos ruralistas?”; veja ao lado), pedi ao amigo economista José Carlos Peliano para tentar responder se é mito ou realidade essa história de que os ruralistas são “fundamentais” para equilibrar a balança comercial. E sabem o que descobri? Que ninguém se interessou em calcular se, tirando os subsídios governamentais que recebem, os números se manteriam os mesmos. Ou se este é um caminho equivocado que o Brasil tomou muito tempo atrás e continua assim, até por inércia do governo.

Um artigo publicado no Le Monde Diplomatique três anos atrás também questionou a “verdade absoluta” da importância do agronegócio. O professor Sergio Sauer, da UnB, critica os sucessivos alongamentos de prazo das dívidas dos ruralistas e ainda as renúncias fiscais e isenções de impostos que os beneficiam. “Dados da Receita Federal demonstram que a União deixou de recolher mais de R$ 37,8 bilhões desde 2003; a estimativa é de uma renúncia de R$ 8,85 bilhões só em 2010”, escreveu Sauer. “Outro aspecto que deve ser contabilizado como renúncia fiscal é a total ineficiência histórica na cobrança de tributos territoriais”. Isso para quem domina a maioria das terras no Brasil! Imaginem a moleza. “Diante desses números, a concordância com a ênfase na contribuição do agronegócio deve ser, no mínimo, relativizada”, adverte o professor (leia a íntegra aqui).

Para Peliano, o mais absurdo é estas contas nunca terem sido feitas de forma independente, ao contrário do que acontece com programas sociais como o Bolsa Família, sempre alvos do escrutínio midiático. Aceita-se que os ruralistas são necessários e pronto. Quem aponta este modelo como arcaico, da época dos coronéis, é que fica como “intolerante”. Em vez de se situar de forma veemente ao lado dos índios e dos sem-terra nessa briga, o PT cede no Congresso a essa gente que pouco ou nada faz de verdade pelo Brasil.

***

Por José Carlos Peliano*

Aquele dito popular “quanto mais mexe, mais fede” cabe para responder à pergunta: “qual o papel dos ruralistas?”. Outro que fica bem é: “não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe”. (Os ruralistas em sua grande maioria são tanto os parlamentares que são empresários na área rural quanto os empresários que os elegem). Ditos que dizem pouco e que dizem muito sobre o que fazem os ruralistas para o país, afora elegerem representantes no Congresso Nacional em números expressivos, indicarem ministros para pastas estratégicas, especialmente agricultura, conseguirem isenções e estímulos fiscais e até perdão de dívidas com bancos e órgãos públicos.

Errado isto? Absolutamente, não fosse a dúvida imediata: quanto valem todo esse movimento e esforço político? Foi feito algum dia o simples exercício de calcular os custos totais que esses benefícios acarretam ao caixa público menos as receitas que as iniciativas apadrinhadas trazem para a sociedade brasileira? Se positivo ou negativo o resultado e o tamanho alcançado, é um trabalho considerável a ser empreendido diante das ramificações das iniciativas e atividades do grupo. Sem falar dos lançamentos imponderáveis patrocinados pelos auxiliares diretos e associados que perambulam pelas instituições públicas, bancárias e representativas em busca de apoio, garantia, sustentação e recursos.

O que vem sempre à tona, em geral pela grande imprensa, sobre o lado positivo, são as extensões das terras agrícolas cultivadas, os volumes das safras anuais –algumas ditas recordes–, o montante de recursos dispensados pelo governo para financiamento da produção, a abertura de novos mercados no exterior, e os tipos e totais de investimentos em mecanização moderna no campo. Do lado negativo, entre outros, as intempéries climáticas que prejudicam as plantações e as colheitas, as notificações das pragas esporádicas ou endêmicas, as quedas de preços das commodities no mercado internacional, os impactos inflacionários de insumos e juros.

Mas e a conta? Alguém já fez? Engraçado que há contas e cobranças feitas em relação aos programas populares tipo Bolsa Família, Prouni e Minha Casa Minha Vida, e de decisões públicas tipo a fixação do valor do salário mínimo, as cotas de negros nas universidades e a desapropriação de terras para reforma agrária. No caso do mundo dos ruralistas, não, a sociedade não sabe até hoje se o aparato público destinado a apoiá-lo juntamente com o movimento de recursos envolvido é satisfatório ou não, compensatório ou não, e em que termos e graus de magnitude.

Antes de continuar, um alerta: embora todos no mesmo barco, há ruralistas e ruralistas, grandes ou médios. Pequenos são contradições em termos: ou sonhadores ou oportunistas. Muitos dos médios não estão na cola dos parlamentares, trabalham sério e com dificuldades semelhantes aos sem amparo político. Mas podem acabar ficando se prometem apoio eleitoral.

Há, no entanto, mais coisas engraçadas. Uma delas: do lado da agricultura familiar, há contas feitas com resultados não só positivos mas também estratégicos e duradouros. Os ruralistas estão mais preocupados com as plantações de commodities, os familiares com a produção de verduras, legumes, tubérculos e grãos caseiros. O que isso tem a ver? Tem a ver que se não houver também apoio do governo para os familiares em moldes “parecidos” com os ruralistas corre o risco de a sociedade brasileira não ter à mesa, entre outros, saladas, inhoques, purês, angu, feijão, tutu, inhame, goiaba, banana, jabuticaba, arroz e arroz doce.

Outra graça: existe uma briga intestina entre os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário por conta da política agrícola. O primeiro considera esforço desnecessário do governo o apoio aos familiares, enquanto o segundo luta para conseguir espaço e garantir produção doméstica, orgânica, sem defensivos e transgênicos, os quais são a marca registrada do agronegócio em mãos dos ruralistas. Estes querem garantir mais e mais produtividade, aqueles mais e mais qualidade da produção; um se volta mais para a exportação, o outro para a alimentação, abastecimento e saúde populares.

A pecuária, como a Justiça, tarda mas não falha. Ficou por último no rol do grupo ruralista. Anda ainda às turras com as pressões localizadas por reforma agrária, sempre de encontro aos sem-terras. Quanto mais extensões de terra houver, mais gado será distribuído para corte. Quanto mais apoio orientado tiver, os familiares terão gado de leite para a produção caseira de queijos e demais derivados caseiros. Parecem Golias contra Davi –seria cômico se não fosse sério.

E a conta? A conta terá de ser feita. Pelo menos estimada, aproximada, para se saber a importância, a oportunidade e a continuidade, e em que moldes, do papel dos ruralistas na produção agrícola do país. O resto é discurso, nos palanques ou fora deles.

*José Carlos Peliano é doutor em Economia pela Unicamp


(47) comentários Escrever comentário

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leonardo em 30/01/2014 - 17h00 comentou:

dessa conta eu realmente duvido que saia algo sério… mas te garanto uma coisa.. viver da agricultura nesse país é viola…… não é atoa que vc jamais vai encontrar agricultor ateu…. Porque depender de preço de adubo, inseticida, manejo, colheita e transporte …. comparando com o preço de venda do produto final… tá fudido… sem entrar no mérito da chuva…

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    Fernando Sauthier em 31/01/2014 - 05h30 comentou:

    NÃO PASSAMOS DE SUB-EMPREGADOS DAS MULTINACIONAIS, ELAS DITAM O PREÇO DE TUDO E QUE PAGA É O POVO BRASILEIRO. QUEM FINANCIA TUDO, É O POVO, DESDE OS INSUMOS ATÉ AS DIVIDAS DO AGRONEGOCIO. QUEM GANHA? SÓ AS EMPRESAS PRODUTORAS DE INSUMOS

    Marcelo em 03/02/2014 - 17h09 comentou:

    Acho que você não conhece a realidade da agricultura, pois pelo menos aqui em Santa Catarina o dinheiro brota do campo, agricultores ou criadores de animais como gado, suínos e frangos estão todos com casas novas em suas propriedades, caminhonetes e tratores novos, internet e tv a cabo nos sítios e fazendas e filhos estudando nas melhores universidades…

helio virtual em 30/01/2014 - 17h21 comentou:

Perfeita a observação ""Tem a ver que se não houver também apoio do governo para os familiares em moldes “parecidos” com os ruralistas corre o risco de a sociedade brasileira não ter à mesa, entre outros, saladas, inhoques, purês, angu, feijão, tutu, inhame, goiaba, banana, jabuticaba, arroz e arroz doce.""

O governo, o povo, enfim, quase todo mundo esquece que a base de TUDO, educação, agricultura e saúde se não foram dignamente valorizadas vão fazer esse Brasil afundar…

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    Rossi em 04/02/2014 - 07h54 comentou:

    Há que se considerar que na cadeia do leite,a necessidade do homem no manejo é indispensável e maior ,dá mais emprego, na ordenha, resfriamento, transporte quase diário, fornecimento de forragem, limpezas etc. O boi necessita só de terra ,muita terra, pasto. Deixa lá e aguarda a engorda até o abate.

Rodrigo Souza em 30/01/2014 - 21h39 comentou:

O que acontece hoje é que no agronegócio, tanto quanto a maioria de setores integrados ao mercado financeiro internacional, os lucros líquidos predominantemente ficam neste. É no setor financeiro que há o controle da cadeia. E isto aumenta mais ainda a tensão psicológica destes produtores e acabam que eles descarregam ainda mais nas questões ambientais e sociais. O melhor de tudo mesmo era que o Brasil não tivesse dado esta guinada "eugeniogudinsta" que nos sacramenta na semiperiferia.

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ANTONIO COSTA em 31/01/2014 - 01h10 comentou:

O professor merece todo o nosso respeito. Mas tenho algumas ponderações. Não com a experiencia de um pesquisador, tampouco com a perfeição dos doutores e phd´s. Faço minhas ponderações com minhas mãos calejadas de tocar meu pequeno agronegócio. A agricultura familiar e de subsistência, necessitam de um tratamento diferenciado e de bastante apoio dos órgãos públicos e subsídios na hora e local certo nunca foi crime, é assim no mundo inteiro. Os grandes do agronegócio, também, merecem um tratamento diferenciado na proporção de sua grandeza e adequado à sua condição sócio-econômica. Nos moldes apresentados no texto, esta discussão é inútil. Gostaria de ter conhecimento onde funciona de outra forma e se é eficiente e competitivo. A teoria e a doutrina nos traz muitos conhecimentos mas é na prática e arregaçando as mangas é que conseguimos resultado.

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leozump em 31/01/2014 - 03h53 comentou:

Falta nessa conta os custos dos insumos importados. Tem que ver o quanto as multi do agronegócio importam e a sua remessa de lucros. É uma conta difícil, pois responder só o quanto custa na balança comercial tem que se levar em consideração esses fatores.

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Moraes leandro em 31/01/2014 - 05h33 comentou:

Eu gosto de ver um economista parasita desses que nunca produziu nada dizer q Produtor Rural produz pouco, quase nada de retorno econômico e comercial ao pais. Atenção seu parasita , ambientalista de M@#$%¨Teu café teu pão e teu almoço e janta foi eu que ajudei a produzir. Se tem q beneficiar Mst (bando de vagabundo marginal) pois os conheço bem , porque não beneficiar produtores empresariais que dão retorno para o Brasil? Mst Sim? Produtor Rural não? pq?

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    morenasol em 31/01/2014 - 11h12 comentou:

    está comprovado que quem alimenta o povo é a agricultura familiar. antes de rebater, veja os números. o agronegócio é campeão em soja, comida pra animal. ah, tem o milho transgênico também

    Porta Torta em 31/01/2014 - 11h40 comentou:

    Não está correto o q vc afirma. Arroz e feijão, base da dieta brasileira, não são supridos prioritariamente pela agricultura familiar. Os pães e massas, baseados em farinha de trigo e outros cereais, não são conseguidos em sua maioria na agricultura familiar. As plantas forrageiras,os capináceos, o sorgo, utilizados para produção de pastagens e insumo para produção de ração para animais, também não são conseguidos em sua maior parte em agricultura familiar. Em resumo, seria importante que sua crítica não fosse genérica e calcada em achismo, em ouvir dizer: Está comprovado…É, onde?!? Seria bom para o debate que vc procurasse informações mais detalhadas com os colegas profissionais que cobrem tecnicamente a área ou consultasse melhor as informações do próprio governo brasileiro a respeito da produção do setor. Saudações cordiais.

    morenasol em 31/01/2014 - 11h50 comentou:

    a agricultura familiar produz 70% do feijão que vai para a mesa do brasileiro. 70%!!!! vocês deviam ter vergonha

    morenasol em 31/01/2014 - 11h59 comentou:

    87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 21% do trigo e, na pecuária, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves e 30% dos bovinos http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=n

    e são os ruralistas que recebem milhões em isenções… chega a dar nojo

    Gilberto Vieira em 31/01/2014 - 13h27 comentou:

    De fato morenasol, o que há é a reprodução história do latifúndio e dos agrocéfalos http://www.cimi.org.br/site/pt-br/index.php?syste…. Este país nunca avançará, de fato, com esta 'raça'…

    Porta Torta em 31/01/2014 - 20h41 comentou:

    Então, deixando o seu nojo apriorístico de lado, vamos aos seus próprios números (desprezando déficits de produção supridos por importações, possíveis através da balança comercial favorável conseguida pelas EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO):
    70 % de feijão: Ok, ótimo desempenho da agricultura familiar. Faço apenas a ressalva que poderia ter outros produtos semelhantes de igual ou maior valor nutritivo na dieta, como a SOJA, não se sabe por que discriminada por vossa senhoria, e outros menos consumidos mas bastante apreciados também, como a lentilha, grão-de-bico, ervilha, entre outros.
    Mas:
    34 % do arroz: 66 % do arroz seriam produzidos pelos ruralistas…
    21 % do trigo: 79 % do trigo seriam produzidos pelos maldosos ruralistas…
    30 % dos bovinos: 70 % dos bovinos seriam produzidos pelos mercenários ruralistas…
    Alguns exemplos de que vc demonstra uma inversão da realidade factual, talvez um transtorno cognitivo mesmo…
    Olha, paro por aqui. Vc, como diz, fica com nojo. Eu fico feliz de dizer que, graças ao meu interiorzão velho de guerra e seus patriotas trabalhadores profissionais do setor rural, temos a comida de qualidade mais barata do mundo. Fico um pouco preocupado é com sua matemática capenga mas, fazer o quê, uma jornalista socialista como vc se descreve parece que sempre analisará a realidade tendo tomado partido antes…Uma pena! Saudações cordiais, como de hábito

    José Silva em 31/01/2014 - 12h06 comentou:

    E pobre pode comer carne não? Menos de 30% da soja é exportada. Você apóia carne a 30 euros o kg? Carne mais barata se o governo da sua Dilma parar de concentrar os frigoríficos com o BNDES.

    Rogério em 31/01/2014 - 14h35 comentou:

    A importância da agricultura familiar é inquestionável, só acho que dentro desse guarda-chuva, representado por essa designação, existe realidades diferentes demais principalmente no que diz respeito ao latifúndio e a pequena propriedade. Quem será que representa melhor essas pessoas MST ou Ruralistas?

Marcelo Rangel em 31/01/2014 - 12h50 comentou:

Em um país onde existem os ministérios da "agricultura" e o do "desenvolvimento agrário" a coisa só pode dar errado, pelo menos do ponto de vista da maioria do povo brasileiro. Pelo lado dos grandes ruralistas e dos políticos que apoiam o agronegócio (quase uma redundância), sim, o negócio vai de vento em popa: aumento da área agricultável, recursos volumosos e aumento do prazo para o pagamento dos mesmos, grilagem de terras indígenas com apoio do governo federal, etc. etc. etc.

Aliás, se já existe o Ministério da Agricultura, que, em tese, existe com a finalidade de apoiar o desenvolvimento agrário, com a concessão de créditos à produção, distribuição, comercialização e exportação da produção agrícola, para que serve o Ministério de Desenvolvimento Agrário? Será que é para fazer o que o primeiro (o da Agricultura) não faz? Não, não é. É mais um tremendo cabide de empregos para os apoiadores do agronegócio, que não se contenta em receber as benesses que ano a ano o governo federal lhe presenteia.

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    Elaine P. em 31/01/2014 - 19h34 comentou:

    O MDA é mais focado na agricultura familiar – não que o MAPA não tenha políticas direcionadas a esse público, mas no MDA eles são prioritários. Mas concordo com você, não pode dar certo manter duas estruturas cujo objetivo geral deveria ser o mesmo.

José Carlos Peliano em 31/01/2014 - 13h10 comentou:

O economista parasita que não produziu nada, de m#&da, viu de perto na fazendinha do avó, pequeno proprietário, o duro que deu para nada, sem apoio, empastelado entre grandes produtores; o parasita trabalhou por 14 anos como assessor legislativo na Câmara dos Deputados e presenciou de perto as negociações feitas entre os ruralistas, "representantes do povo"! Antes de atirar pedras, veja o próprio telhado! Vamos fazer as contas e ver no que vai dar!

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Dalvi em 31/01/2014 - 14h25 comentou:

É, como se pode ver, o Brasil ainda está na era do colonialismo, do coronelismo, onde achan que só a elite burguesa é que produz neste país. Não se esqueçam, povo contrário ao pequeno e médio agricultor, é esse povo que põe a comida na tua mesa, não somente os pequenos e médios agricultores, mas também em outros setores da da cadeia produtiva como nas indústrias são os operários que produzem seus eletrodomésticos, suas roupas, seus sapatos, suas casas, sem essas classes o Brasil e qualquer outro país não seria nada, ou a burguesia se proporia a "botar a mão na massa"? Os grandes latifundiários produzem principalmente para exportar, e o pior muitos destes "grandes" possuem suas próprias empresas de agronegócios e suas próprias trades para exportar e praticamente não precisam do governo pra negociar, muitos também possuem estas trades em paraísos fiscais, e porque não aqui no Brasil? fica aí apergunta. Tenho pena de quem pensa quem pensa de que não precisamos da agrucultura, deve ser melhor importar né?

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Agricultor em 31/01/2014 - 15h27 comentou:

O Greenpeace é uma ong milionária e uma caca ideológica. Planta-se no cerrado e nas várzeas, não é preciso cortar a floresta p/isso. Sem agricultura não há comida p/todos. Nem todo agricultor é 'agronegociante' no sentido de ser um voraz produtor que não respeita nada. Há cooperativas de pequenos produtores, também. Agricultura é, sim, importante para a balança comercial e para o próprio consumo interno: demonizá-la e igualar tudo é um desserviço.

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    morenasol em 31/01/2014 - 15h44 comentou:

    o post é sobre ruralistas. grandes proprietários de terras. está claríssimo

Leo Ribas em 31/01/2014 - 16h31 comentou:

É desanimador ler um artigo assim, nessa altura do campeonato….. Em primeiro lugar, os dois são apoiados pelas políticas públicas governamentais, tanto o agricultor grande quanto o pequeno, e os pequenos recebem condições mais facilitadas de financiamento, de seguro rural, de assistência técnica e de comercialização da safra. Sei que as vezes pode dar preguiça escrever algo sem antes pesquisar, mas faça um esforçozinho e olhe rapidamente o Plano de Safra da Agricultura Familiar e o Plano de Safra normal (estão publicados nas paginas do MAPA e do MDA). Os recursos oferecidos aos agricultores familiares podem parecer menores em volume, mas são mais do que suficientes para atender a demanda, porque em geral sobram. Além disso, apesar de os agricultores familiares contarem com recursos especialmente a eles destinados, o crédito e as taxas de juros oferecidos aos médios e grandes agricultores NAO são vedados aos pequenos, pois estes podem tomar esses recursos, se assim desejarem, para dar qualquer finalidade produtiva (mandioca, mel, ovos, feijão, alface, etc). Entretanto, repito, o PRONAF é muito melhor e exclusivo dos agricultores familiares. Quanto ao que se produz na agricultura brasileira e o destino, vale esclarecer que o frango, o peixe de cativeiro, o leite, quase tudo que é ofertado de proteína animal do mercado interno é produzido com farelo de soja e com milho nacionais, que são a base das rações utilizadas. Por isso esses generos alimentícios têm os preços mais baixos do mundo e é de interesse público que seja assim, porque isso aumenta o poder aquisitivo das classes de menor renda, que podem usar o excedente para adquirir bens industriais. Nao precisa ser gênio para perceber que uma mãe que dependa do bolsa família faria quase nada no final do mês com seu dinheiro se tivesse que pagar 30 reais por um quilo de frango ou uma dúzia de ovos (preços europeus). Outra coisa, o agricultor familiar vai muito bem nas atividades em que pode gerar riqueza com o seu diferencial maior, que é o uso da mão de obra familiar. Por isso são os líderes na produção de mandioca, pecuária intensiva (transformam o milho e a soja das grandes fazendas em proteína, de valor agregado muito maior), hortas, flores, apicultura, etc. O que alguns torcem o nariz, na verdade deveria ser considerado uma dádiva brasileira, que é termos fartura de terra, ótimo desenvolvimento tecnológico na agropecuária e empresários rurais competentes (a maioria, é bom dizer, ainda que em grande escala, operam em regime de empresa familiar). Por isso somos campeões em produtividade de soja, carnes, café, suco de laranja, álcool, açúcar, milho, etc. E, pra finalizar, para quem continua acreditando que o agronegócio é realmente desnecessário ao país, pergunte, lááá no INTERIORZAO brasileiro, o que pensam os comerciantes de automóveis, bens de linha branca, roupas e outros bens industriais fabricados em Sao Paulo, vendedores de insumos (tratores, colhedeiras, máquinas e equipamentos agrícolas, fertilizantes, defensivos), equipamentos de irrigação, distribuidores de combustíveis, profissionais autônomos (médicos, dentistas, personal trainers, donos de salões de beleza, etc), professores, construtores, arrecadadores de impostos, etc, em Mato Grosso, interior de São Paulo, Goiás, Triângulo Mineiro, Sul de Minas, interior gaúcho, catarinense, Juazeiro, Petrolina, etc. O que o Doutor autor do texto em discussão proporia que essas regiões produzissem para continuar atingindo recordes sucessivos de crescimento de emprego, renda, arrecadação e, logicamente, IDH? Quem sabe deveríamos deslocar para essas regiões a industria automobilistica de sao paulo, as empresas públicas do Rio de Janeiro, e os ministérios de brasília, não é?

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    clovis em 01/02/2014 - 00h26 comentou:

    É MEU AMIGO LEO RIBAS o seu testo é uma lição de ruralista este país só esta funcionando com a ajuda dos produtores rurais, criadores de frangos suinocultura testil e todo aparato agrícola esta movendo este país. ai vem um parasita desse dizendo que o Brasil não precisa do agronegócio é um babaca e analfabeto em relação aos produtores rurais.
    que pelo meu haver esta sendo abandonado por este governo em todos aspecto
    Se o Brasil tivesse uma política agrícola com o USA. nossos agricultores familiar não setaria abandonado como vivem hoje.
    eu falo com eu tenho uma pequena propriedade rural tenho que ser mágico pra sobreviver nela aqui no Pará não tem incentivo de nada

Leo Ribas em 31/01/2014 - 17h07 comentou:

Os recursos do PRONAF, exclusivos para o financiamento da agricultura familiar, têm juros e prazos de pagamento muito melhores do que o crédito rural "genérico" e dão de sobra para atender a demanda dos agricultores familiares. Digo genérico porque esses recursos "maravilhosos" que o autor comenta não são exclusivos dos grandes, os pequenos também podem tomá-los, se quiserem. Essa discussão é vazia. Em época de crise cambial, se não houvesse o colchão de trezentos e tantos bilhões de dólares gerado em anos de superavit pelas exportações de carne, soja, milho, açúcar, celulose e tantos outros "males" do agronegócio, nós todos estaríamos fritos, e torrados estariam os brasileiros que dependem das políticas sociais para sobreviver.

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    Matheus Murad em 03/03/2014 - 02h56 comentou:

    E que fique claro ao Sr. Pesquisador, que parece não te pesquisado nada, que são "empréstimos" que são pagos ao final da safra e não subsídios. Nossa agricultura não é subsidiada.

Leo Vasconcellos em 31/01/2014 - 17h30 comentou:

Cynara, você espera ser levada a sério com enquetes como essa no seu blog?

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    morenasol em 31/01/2014 - 17h39 comentou:

    não.

Paulo Seibel em 31/01/2014 - 20h46 comentou:

Eu penso que é interessante sim, botar os números no papel. Por que não? Não estou aqui nem contra nem a favor. Há os que batalham de sol a sol, há os que engordaram fazendo fraudes. Alguém aí sabe o que foi o "adubo papel"?
Tanto o agronegócio como a agricultura familiar tem a sua importância na economia brasileira. Disso não duvido. Mas o que realmente contribui cada um desses setores. Qual o volume de recursos investidos e o retorno obtido. Vamos por no papel, sem demagogias de nenhum lado.

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Décio em 31/01/2014 - 21h20 comentou:

Claro, claro, o agronegócio não tem importância nenhuma, só alimenta o país inteiro. Importantes mesmos são desocupados de ongs e gente que finge ser índio.

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airton em 01/02/2014 - 00h24 comentou:

Sou leigo no assunto mas sei de uma coisa: quando o lucro é fabuloso, e geralmente é, os ruralistas embolsam a grana, vão passear nas "oropas" e etc. Quando dá prejuizo, o governo (povo) tem que pagar.
Acho que o governo tá enchendo pança de fazendeiros em detrimento da agricultura familiar. É mais ou menos o que vem sendo feito com as montadoras de automoveis. Só querem o lucro.

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Jorge em 01/02/2014 - 01h15 comentou:

Quem alimenta o país inteiro é a agricultura familiar, por óbvio. Ruralista é o novo nome do que outrora se chamava de ¨'coronel", que por sinal, estão sempre com seu nome ligados à escravidão, desmatamento, abuso no uso de venenos, entre outras questões de "pouca importância"…

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Correia em 01/02/2014 - 01h46 comentou:

É devido a esses tipos de jornalistas se é que é jornalista que o Brasil ainda é o que é. Um eterno gigante adormecido.

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RUDMAR JORGE em 01/02/2014 - 05h30 comentou:

Pior analfabeto,é aquele que lê e não entende,ou não quer entender.

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    RUDMAR JORGE em 01/02/2014 - 05h34 comentou:

    OK obrigado,fui muito comprometedor em meu longo comentário.

João Carlos em 01/02/2014 - 14h34 comentou:

Números? Os números são divulgados sempre. É só preguiça de ler ou desonestidades esquerdista padrão?
http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Sal

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Carlos em 01/02/2014 - 15h56 comentou:

AGRONEGÓCIO- Palavra de tamanha importância para o País que deveria ser objeto de aprendizagem desde a infância. Tolos, quando ouvem ela pensam numa agricultura só da porteira para dentro da propriedade. Ele é muito mais que isso e está presente como cadeia na vida de todos. Um produto agrícola até chegar no consumidor final gerou muitos e muitos empregos, bens e serviços direta e indiretamente (representam cerca de 33% da nossa economia). Portanto saiba vc, que as vezes trabalha para agricultura sem saber. Se o setor agrícola for mal, vc também pode ir mal. Olhe em sua volta e perceba de onde veio muitas mátérias primas que esta ao seu redor. Agricultura está em alimentos, móveis, automóveis, remédios, alimentos, embalagens, material escolar e de escritório, hospitáis, empresas, etc. Na questão da economia, só quem se faz de tonto nâo sabe que é o setor que mantém o País de pé estabilizando sempre nossa balança comercial. Se tirar hoje a Agricultura do País em poucos minutos o país tomba. Não acreditem em Blá-blá-blá e apoiem sempre tudo o que vem da agricultura em favor dos agricultores que é melhor pra voce e o Brasil.

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Romualdo em 02/02/2014 - 13h28 comentou:

Concordo com o blog, enquanto a grande propriedade, tem apoio de alguns subsídios do governo para produção e exportação de commodities (soja, milho, algodão, cana e eucalipto), o pequeno produtor está praticamente abandonado com um Incra sucateado e sem funcionários para que possam serem melhores assistidos, desde da produção, passando pelo armazenamento e escoação.
Isto sem falar que o saneamento rural do Brasil está pelo menos uns 60 anos atrasados com relação a outros Países.
Ou seja, no Brasil quem tem terra tem poder !

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ade155 em 02/02/2014 - 13h39 comentou:

Quando leio um artigo demagógico destes, tenho uma imensa vontade de propor aos meus colegas produtores rurais que fiquemos durante 1 ano só produzindo alimentos para a própria subsistência, queria ver se a patricinha mordiscadora de caneta continuaria com a mesma opinião…

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    morenasol em 02/02/2014 - 15h46 comentou:

    façam isso! seria maravilhoso. aliás, se vocês deixassem de existir seria maravilhoso.

Jorge Viana em 02/02/2014 - 23h10 comentou:

Nunca vi tanta imbecilidade junta. Em todos os países desenvolvidos os subsídios à agricultura são muito maiores que aqui, TODOS. A agricultura familiar produz o que produz por conveniência, porque frutas, legumes e verduras são mais lucrativos em pequenas áreas enquanto que em grandes áreas são impraticáveis de serem produzidos devido a impossibilidade de mecanização, de armazenamento e de comercialização. Felizmente os dois tipos de agricultura são necessários e eficientes. Comunista não pensa, comunista ou é ignorante ou mal intencionado, quando não é as duas coisas.

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Fred Costa em 03/02/2014 - 11h38 comentou:

Interessante que a socialista blogueirinha parou de responder aos comentários mais abalizados, com números, como os do "Porta Torta", e se concentrou a trocar ofensas com outros comentaristas menos delicados. Tática típica de histéricos: abandonam os argumentos e passam a gritar.

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    morenasol em 03/02/2014 - 16h01 comentou:

    é que eu, ao contrário dos ruralistas, não recebo subsídios milionários do governo e tenho de trabalhar. além disso, já postei números do IBGE. você quer que eu fique repetindo? então eu vou repetir: não vivo de subsídios e tenho de trabalhar. ; )

João em 03/02/2014 - 17h16 comentou:

O agronegócio é ‘negócio’ para o Brasil? http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=P

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Israel França em 21/08/2014 - 18h37 comentou:

O economista parasita provavelmente desconhece que nos últimos 22 anos, a área plantada de grãos avançou 41% enquanto a produção aumentou 223%. Provavelmente, o parasita, que diz ter sido assessor legislativo, batia ponto na assessoria do PT na Câmara dos Deputados que, todos sabem, era uma fábrica de dossiês contra Collor, Itamar, FHC, Ibsen Pinheiro -enfim, contra tudo e todos.

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    morenasol em 21/08/2014 - 19h50 comentou:

    a agressão é a estratégia de quem não tem argumentos

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