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Plot twist: Lula é considerado melhor para combater a corrupção do que Sergio Moro

Ex-presidente perseguido pela Lava-Jato também é escolhido em pesquisa como o melhor para lidar com a economia, a segurança e a pandemia

Lula sarrando em 2017. Foto: Ricardo Stuckert
Da Redação
06 de outubro de 2021, 14h36

Como foi mesmo que o papa Francisco falou em carta a Lula? Ah, sim: “A verdade vencerá a mentira”.

Cinco anos após o famigerado “power point” de Deltan Dallagnol e quatro anos após a condenação do ex-presidente pelo então juiz Sergio Moro, Lula aparece numa pesquisa como o nome preferido dos eleitores brasileiros para combater a corrupção no país. E o plot twist é ainda maior: o próprio Moro, alcunhado “juiz ladrão” pelo deputado Glauber Braga, aparece bem atrás no que tange ao combate a corrupção.

De acordo com o levantamento da Genial/Quaest, realizado entre os dias 30 de setembro e 3 de outubro, o candidato petista é apontado por 28% dos entrevistados como o nome ideal para solucionar a corrupção, enquanto o ex-juiz e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro obtém apenas 14% das menções. O próprio Bolsonaro tem 24% da preferência do eleitorado neste quesito.

Lula também foi considerado o melhor candidato para impulsionar a economia por 44% dos entrevistados, seguido por Bolsonaro (18%), Ciro Gomes (6%), Moro (4%), João Doria, o apresentador José Luiz Datena e a empresária Luiza Trajano, os três com 2%, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, com 1%. O petista disparou como favorito para solucionar outros problemas do país, como criminalidade e segurança, acabar com as brigas políticas e enfrentar a pandemia de Covid-19.

Nada mal para quem passou 580 dias preso numa cela em Curitiba pelo “baluarte anticorrupção” que agora fica atrás de sua vítima até mesmo no combate à roubalheira na política. Desde que Lula foi libertado que Moro acumula más notícias: semana passada, o ex-presidente obteve a 20ª vitória na Justiça contra as teses furadas da Lava-Jato. A 12ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal voltou a rejeitar, por falta de provas, a ratificação de denúncia contra Lula no caso do Sítio de Atibaia.

A pesquisa mostra que, apesar do law fare contra Lula, o povo tem memória. Além de criar a CGU (Controladoria Geral da União) e promover a autonomia do Ministério Público, Lula ampliou os investimentos na Polícia Federal e deu maior independência ao órgão. O Portal da Transparência, outra ação do governo Lula, recebeu diversos prêmios internacionais e foi reconhecido pela ONU como uma das cinco melhores práticas de prevenção à corrupção no mundo.

A autonomia dos órgãos de investigação durante os governos petistas foi reconhecida pela própria Lava-Jato. Em 2016, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da operação, declarou que os governos anteriores ao PT intervinham nas investigações, o que voltou a ocorrer agora, com Bolsonaro no cargo. “Um ponto positivo que os governos que estão sendo investigados, os governos do PT, têm a seu favor é que boa parte da independência atual do Ministério Público, da capacidade administrativa, técnica e operacional da Polícia Federal decorre de uma não intervenção do poder político”, disse. “Isso é importante, é um fato que tem que ser reconhecido, porque os governos anteriores realmente mantinham controle das instituições. Nós esperamos que isso esteja superado.”

Em abril de 2020, o próprio Moro, em discurso após deixar o governo de Bolsonaro, confirmou que não houve interferência durante as gestões petistas. O ex-juiz saiu do cargo de ministro da Justiça acusando o presidente de tentar intervir politicamente nas investigações da Polícia Federal.

 

 


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