Socialista Morena
Mídia

Quais os limites do jornalismo?

Só podia ser na terra onde Rupert Murdoch fez fortuna no jornalismo. E onde, pelo visto, fez escola. Uma repórter da TV inglesa está sendo massacrada pela opinião pública por ter dado aos voluntários que estavam ajudando nas buscas da menina April Jones, de 5 anos, desaparecida desde a última segunda-feira, a notícia de que […]

Cynara Menezes
05 de outubro de 2012, 22h32

Só podia ser na terra onde Rupert Murdoch fez fortuna no jornalismo. E onde, pelo visto, fez escola. Uma repórter da TV inglesa está sendo massacrada pela opinião pública por ter dado aos voluntários que estavam ajudando nas buscas da menina April Jones, de 5 anos, desaparecida desde a última segunda-feira, a notícia de que ela está provavelmente morta. A repórter Kay Burley, do canal Sky News, se aproximou ao vivo dos voluntários. Uma delas acabara de receber a notícia da jornalista e já estava chorando. A outra chega perguntando: “O que foi? O que foi?”

Segue-se o seguinte diálogo:

– Eu não sabia que vocês não tinham sido avisadas. Eles não esperam encontrar a menina viva. Sinto muito por ter de contar a vocês desse jeito… Gostariam de dizer alguma coisa?

– Se eles ainda não a encontraram, há uma chance. Onde há esperança, há uma chance. Ela ficará bem. Nós a acharemos.

– O que você acha que vai acontecer agora? Como está se sentindo?

– Entorpecida.

E aí a repórter friamente conclui sua “entrevista”:

– Vou deixar que vocês se recomponham. Se quiserem falar conosco depois, estamos aqui. Cuidem-se, OK?

Não é a primeira vez que Burley é acusada de ultrapassar os limites do jornalismo. Segundo a revista Salon, em 2008 ela perguntou a um serial killer:

– Você acha que se tivesse uma vida sexual melhor teria feito isto?

A falta de sensibilidade da repórter inglesa é realmente de doer até para um país onde os tabloides espionavam autoridades. Mas aqui no Brasil teve um caso pior, lembram? A repórter da Bandeirantes na Bahia que humilhou o rapaz negro na delegacia. Aliás, aconteceu alguma coisa com ela ou ficou por isso mesmo?

 


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Sandro Lobo em 05/10/2012 - 22h53 comentou:

BITCH – é a melhor palavra no vernáculo dela para definir esse tipo de atuação…

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