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Quem tocou fogo na Chapada dos Veadeiros?

Autoridades reforçam suspeitas dos moradores da região e de ambientalistas de que incêndio que já atingiu 25% do parque tenha sido provocado por fazendeiros

Fotos aéreas da queimada no parque. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Da Redação
26 de outubro de 2017, 23h22

O ministro interino do Meio Ambiente, Marcelo Cruz, o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e o diretor do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Fernando Tatagiba, afirmam que o fogo que está devorando a reserva ambiental há 10 dias e que já atingiu 25% da área foi “criminoso”. O ministério pediu o apoio da Polícia Federal para investigar o caso. As autoridades reforçam, assim, as suspeitas da comunidade local e de defensores do meio ambiente de que o incêndio foi causado por fazendeiros da região que não se conformam com a ampliação da área do parque, em julho, de 65 mil para 240 mil hectares.

Marcelo Cruz disse em entrevista coletiva que há “fortes indícios” de que alguns dos focos foram ateados de propósito e de forma criminosa. As polícias ambiental e civil de Goiás estão investigando relatos de que um dos incendiários utilizou uma motocicleta e galões de combustível para atear fogo em áreas escolhidas por alguém que conhece a região e o comportamento do fogo.

Não existe combustão espontânea no cerrado. Incêndios iniciados nessa época do ano têm sempre origem humana

Segundo Tatagiba,“não há a menor dúvida de que o incêndio é criminoso”, uma vez que ele avançou nas áreas posteriores àquelas onde o aceiro (barreira para contenção do fogo) foi feito. “Temos certeza do local de origem: às margens da GO-118, que liga Brasília ao Tocantins, numa área chamada Pouso Alto. Quem colocou fogo ali conhece a dinâmica do vento e do fogo”, disse o chefe do parque.

Tatagiba explica que a principal causa de incêndios são os raios, que ocorrem nos períodos de chuva. “Não existe combustão espontânea no cerrado. Incêndios iniciados nessa época do ano têm sempre origem humana. Se alguém faz uma queimada e ela foge ao controle, transformando-se em incêndio, isso já é caracterizado como um crime. No caso desse incêndio, uma hipótese que foi levantada pela comunidade é de que o incêndio foi causado por fazendeiros da região em represália ao aumento da área do parque”, acrescentou.

De acordo com o diretor de Fiscalização do Ibama, Luciano Evaristo, tão logo o fogo seja debelado, os órgãos ambientais vão periciar o local para colaborar com as investigações. A pena para quem provoca incêndios florestais vai de um a quatro anos de prisão.

Os moradores da região se mobilizaram para arrecadar fundos e ajudar a debelar o fogo com a aquisição de alimentos para os brigadistas, equipamentos de proteção (EPI – roupas, botas, balaclavas, luvas), equipamentos para combate (abafadores, sopradores, bombas costais) e logística (rádios de comunicação, combustível, transportes, abastecimento de água). Em poucos dias, já foram arrecadados mais de 360 mil reais para o combate ao incêndio e também ações de prevenção, educação ambiental e ampliação da consciência ecológica.

Com informações da Agência Brasil e do MMA

 

 


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ari em 27/10/2017 - 18h17 comentou:

Eu ainda espero ver o dia em que os brasileiros vão perceber que o latifúndio é extremamente danoso para o país. Colocando na balança todos os males por ele provocados, talvez seja mais compensador importar soja
Milhões de índios e negros mortos ou escravizados, o que aparentemente presentem continuar fazendo, envenenamento do solo e das nascentes, praticamente não produz emprego ou alimentos (quem o faz é a agricultura familiar), além de manter uma bancada extremamente conservadora no congresso, vital para o apoio a Temer, e que sempre votou contra os interesses dos mais pobres e excluídos.
Os benefícios que estão conseguindo do presidente usurpador são extremamente danosos ao país, sem contar a tentativa de retorno ao trabalho escravo

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