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Renda média do trabalhador brasileiro caiu 14 reais em 2017, informa IBGE

Governo Temer se esforça em realizar a "profecia Xibom Bombom": o rico cada vez fica mais rico e o pobre cada vez fica mais pobre

Criança na favela Alba, zona Sul de São Paulo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Da Redação
11 de abril de 2018, 15h35

Dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que o governo Temer se esforça arduamente em realizar a “profecia Xibom Bombom”: o rico cada vez fica mais rico e o pobre cada vez fica mais pobre. O rendimento médio mensal dos trabalhadores brasileiros mais pobres caiu de 76 reais em 2016 para 47 reais em 2017.

Em termos gerais, o rendimento médio mensal per capita caiu 14 reais entre 2016 e 2017: em 2016, quando Temer assumiu, o brasileiro recebia 1.285 reais em média, contra 1.271 reais no ano passado. Ao mesmo tempo, o 1% da população mais rica recebeu 36 vezes mais do que os pobres em 2017; 10% da população concentram quase a metade da renda do país.

Em 2017, a massa de rendimento domiciliar per capita do país foi de 263,1 bilhões de reais. Desse total, 43,3% ficaram concentrados nos 10% da população brasileira mais rica, parcela superior à dos 80% com os menores rendimentos. O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, ressalta que o Nordeste é onde esses 10% concentram a maior massa de rendimentos, 45%: “em particular na Bahia, onde essa concentração chega a 48,9%. No Sul a desigualdade é menor, 37,2%. Em Santa Catarina, por exemplo, os 10% de maior rendimentos detêm 32,4% dessa massa”.

O rendimento médio mensal per capita caiu 14 reais entre 2016 e 2017: em 2016, quando Temer assumiu, o brasileiro recebia 1.285 reais em média, contra 1.271 reais no ano passado

A desigualdade, porém, aumentou em quatro das cinco grandes regiões do Brasil de 2016 para 2017, exatamente no mesmo período em que o consórcio PMDB-PSDB tomou o poder. Numa escala de 0 a 1, quanto maior o índice de Gini (indicador que mede a desigualdade), pior é a distribuição de renda. No Nordeste, o Gini subiu de 0,555 em 2016 para 0,567 em 2017; no Norte, foi de 0,539 para 0,544; no Sul, de 0,473 para 0,477; e no Centro-Oeste, de 0,523 para 0,536. No Sudeste, recuou de 0,535 para 0,529.

Mas a redução no índice de Gini no Sudeste, de acordo com o coordenador, não se deu pelo avanço da população de menor renda. “Não foi ela que subiu um degrau, mas foi quem estava em cima que desceu um degrau e não é essa a melhor forma de se reduzir a desigualdade. O ideal é que se reduza desigualdade com todo mundo avançando”, afirmou.

Na região Sudeste, ao contrário, a concentração de renda foi ainda maior. Nesta região, está a maior parcela da população e reúne rendimento médio mensal real do grupo de 1% mais ricos. No Sudeste, este grupo chegou a ter concentração 33,7 vezes superior ao rendimento médio mensal real de 50% da população com os menores rendimentos –em 2016 era de 36,3 vezes.

O 1% da população mais rica recebeu 36 vezes mais do que os pobres em 2017; 10% da população brasileira concentram quase a metade da renda do país

Os números também derrubaram o mito de que, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, os programas de transferência de renda respondem pela maior parte do rendimento das famílias. “Isso não é verdade. Quando olhamos o país como um todo, observamos que 73,8% da composição do rendimento da família vem do trabalho”, diz Azeredo.

As regiões Nordeste e Norte, apesar de terem os menores valores de rendimento médio mensal real para ambos os sexos dentre todas as demais regiões, apresentaram a menor diferença em termos de gênero: no Nordeste, o salário da mulher equivalia a 84,5% do salário do homem em 2017, enquanto no Norte este percentual era de 87,9%. Em 2016, o salário da mulher equivalia a 88,4% do homem no Nordeste e a 89,2% no Norte. Já o Sudeste é a região onde as mulheres registraram a menor proporção em relação ao salário masculino (73,1% em 2017 ante 71,7% de 2016).

Se todos recebessem o mesmo, a renda mensal seria de 2.112 reais, mas não é isso que acontece. A metade dos trabalhadores mais pobres recebe, em média, 754 reais, enquanto o 1% mais rico ganha, em média, 27.213 reais, 36,1 vezes mais

Se todas as pessoas que têm algum tipo de rendimento no Brasil recebessem o mesmo valor mensal, ele seria de 2.112 reais, mas não é isso que acontece. A metade dos trabalhadores mais pobres recebe, em média, 754 reais, enquanto o 1% mais rico ganha, em média, 27.213 reais, ou seja, 36,1 vezes mais.

Outra forma de observar a desigualdade é através da renda domiciliar per capita, que é calculada da seguinte forma: soma-se todos os rendimentos de um domicílio e divide-se pelo número de moradores. Em 2017, o rendimento médio domiciliar per capita foi de foi de 1.271 reais. Mas, da massa de 263,1 bilhões de reais gerados, os 20% da população mais ricos ficaram com uma parte superior à dos 80% mais pobres.

E o motivo todo mundo já conhece: é que o de cima sobe e o de baixo desce.

Com informações da Agência IBGE e da Agência Brasil

 


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(4) comentários Escrever comentário

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Sergio Souza em 11/04/2018 - 15h37 comentou:

Deveríamos ir às ruas por causa disso! Quando iremos? NUNCA!

Responder

Marcos Santos em 13/04/2018 - 13h53 comentou:

E quem estava no governo em 2015? “Renda do trabalhador em 2015 tem a primeira queda desde 2004”, fonte Valor Econômico (http://www.valor.com.br/brasil/4414292/renda-do-trabalhador-em-2015-tem-primeira-queda-desde-2004).

Responder

    Hélio César em 13/04/2018 - 18h05 comentou:

    Ôh Idiota! e os salvadores golpearam o poder, não foi exatamente pra te salvar? olhe, vai continuar aumentando ainda mais essa desigualdade. Grande trouxa.

Marcos Santos em 15/04/2018 - 22h01 comentou:

Achei que as discussões fossem de mais alto nível nesse site. Faço um comentário e sou agredido verbalmente. Triste.

Responder

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