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Roberto Freire, o ex-crítico do aparelhamento que aparelha o MinC com derrotados do PPS

O ex-deputado federal e ex-comunista Roberto Freire, atual ministro da Cultura do governo ilegítimo, dedicou os últimos anos a criticar, onde quer que pudesse, o “aparelhamento” do Estado pelo PT e seus aliados. No twitter, são incontáveis as postagens de Freire acusando os petistas de “aparelhar”. PT aparelhando o Estado vem desmoralizando uma a uma […]

Cynara Menezes
07 de abril de 2017, 11h33
freireaparelhamento

(Quem te viu, quem te vê. Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O ex-deputado federal e ex-comunista Roberto Freire, atual ministro da Cultura do governo ilegítimo, dedicou os últimos anos a criticar, onde quer que pudesse, o “aparelhamento” do Estado pelo PT e seus aliados. No twitter, são incontáveis as postagens de Freire acusando os petistas de “aparelhar”.

Em sua página no youtube, ladeado por fotos dos ídolos e padrinhos políticos José Serra e Geraldo Alckmin, Roberto Freire também ataca em vídeo o “aparelhamento do Estado” pelo PT.

Em fevereiro, durante cerimônia de entrega do prêmio Camões ao escritor Raduan Nassar, Freire não suportou ser criticado e vaiado e… atacou o “aparelhamento” em nota oficial da pasta para a qual foi indicado graças aos bons serviços prestados ao PSDB pelo seu partido-puxadinho, o PPS. “O Ministério da Cultura lamenta, mais uma vez, a prática do Partido dos Trabalhadores em aparelhar órgãos públicos e organizar ataques para tentar desestabilizar o processo democrático.”

Pois bem: Freire chegou ao poder e, em vez de “desaparelhar”, como prometeu, ou de governar “sem aparelhamento”, como disse ser possível, o que fez o ex-comunista? Aparelhou! Segundo a Folha de S.Paulo, o ministro da Cultura pendurou 18 nomes do PPS na pasta – a maioria candidatos derrotados do partido do qual é presidente eterno-, com pouca ou nenhuma experiência na área. Mas, segundo o ministro, quando ele faz não é aparelhamento. “A escolha dos nomes para a equipe se dá por critérios republicanos. Nossa preocupação é com a competência, a experiência”. Ah, bom!

Os servidores do ministério da Cultura divulgaram nota de repúdio ao APARELHAMENTO da pasta por Roberto Freire. Confira a íntegra abaixo.

Os servidores do Ministério da Cultura, reunidos em assembleia geral no dia 5 de abril de 2017, às 15 horas, no Edifício Sede do MinC, decidiram, por unanimidade, expressar posicionamento contrário ao aparelhamento do Ministério da Cultura e ao desmonte das políticas culturais.

Entendemos que há claro comprometimento do processo de ocupação de cargos por critérios técnicos iniciado na gestão do ex-ministro Marcelo Calero. Naquela ocasião, mais de 40 servidores efetivos foram selecionados para ocuparem funções comissionadas e cargos de confiança junto ao MinC por meio de um edital de seleção pública em que pesaram aspectos de experiência e formação.

A atual gestão do Ministério optou por não dar continuidade a procedimentos de seleção por critérios que sejam publicamente conhecidos. O único critério que parece ter sido adotado é o de pertencer ao mesmo partido do atual ministro.

A ASMINC se solidariza com os servidores que tiveram sua ocupação em cargos comissionados efetivada por meio de processo seletivo e que foram exonerados para dar lugar aos indicados políticos.

Entre os casos emblemáticos está o de um servidor que ocupava o cargo de Coordenador-Geral de Institucionalização. Após ter sido selecionado no referido processo seletivo, ele se mudou de Recife para Brasília para o exercício de suas novas atribuições. O servidor estava em uma viagem de trabalho no Tocantins quando recebeu uma ligação informando de sua exoneração do referido cargo. Ele foi substituído por Eliseu de Oliveira Neto, do PPS.

A falta de transparência nos processos de ocupação de cargos compromete inclusive a eficiência das políticas públicas conduzidas pelo Ministério da Cultura. As mudanças intempestivas de cargos prejudicam a continuidade das políticas culturais.

Dessa forma, a Associação de Servidores do Ministério da Cultura, atendendo ao clamor da assembleia, posiciona-se contrariamente à ocupação de cargos por critérios exclusivamente políticos.

 

 

 


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