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Vitrines das lojas na era comunista evidenciam vulgaridade da sociedade de consumo

Entre 1986 e 1990, o fotógrafo norte-americano radicado no Canadá David Hlynsky fez aproximadamente 8 mil fotos das vitrines das lojas na Europa comunista. Em vez de focar nos distúrbios e protestos que já começavam, ele andava por ali fotografando a vida das pessoas na cortina-de-ferro, prestes a se abrir, quando elas lhe chamaram a […]

Cynara Menezes
16 de junho de 2015, 14h05
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(Sucos em Moscou, 1990. Fotos: David Hlynsky/Thames & Hudson)

Entre 1986 e 1990, o fotógrafo norte-americano radicado no Canadá David Hlynsky fez aproximadamente 8 mil fotos das vitrines das lojas na Europa comunista. Em vez de focar nos distúrbios e protestos que já começavam, ele andava por ali fotografando a vida das pessoas na cortina-de-ferro, prestes a se abrir, quando elas lhe chamaram a atenção. Sem os avisos de “liquidação” comuns no mundo capitalista, as vitrines lhe pareceram naïve, primitivas e “irônicas”.

O muro de Berlim ainda não havia caído e, pouquíssimo tempo antes de aqueles países serem invadidos pelos McDonald’s da vida, as imagens trazem de fato uma certa ingenuidade que faz as vitrines se aproximarem muito mais da arte do que do consumismo. Este ano, a editora Thames & Hudson reuniu 170 das fotos de Hlynsky no livro Window-Shopping through the Iron Curtain.

À parte os inúmeros problemas da fracassada experiência comunista no Leste europeu, é impossível deixar de refletir, olhando a simpatia kitsch dessas vitrines, sobre a vulgaridade do capitalismo e sua sociedade de consumo. Pura nostalgia do que foi e do que poderia ser. Clique aqui para ver mais fotos no site de David Hlynsky.

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(Loja de brinquedos em Moscou, 1990)

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(Fotos pintadas a mão na Iugoslávia, 1989)

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(Praga, 1986)

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(Iugoslávia, 1989)

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(Budapeste, 1989)

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(Cracóvia, Polônia, 1988)

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(Budapeste, 1989)

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(Moscou, 1990)

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(Até os açougues tinham seu charme… Moscou, 1990)

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(Batons em Moscou, 1990)

O livro:

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