Socialista Morena
Mídia

IstoÉ faz mau jornalismo, diz juíza que concedeu direito de resposta a Dilma

Por Katia Guimarães* A presidenta Dilma Rousseff ganhou nessa sexta-feira, 14 de julho, direito de resposta em ação contra a revista IstoÉ. A revista terá que conceder a Dilma o mesmo espaço, destaque, diagramação, publicidade e dimensão dada à matéria Mordomia: carros oficiais a serviço da família de Dilma, publicada no dia 15 de julho de […]

(Dilma durante a campanha em 2014. Foto: Ichiro Guerra/Fotos públicas)
Cynara Menezes
15 de julho de 2017, 13h27
(Dilma durante a campanha em 2014. Foto: Ichiro Guerra/Fotos públicas)

(Dilma durante a campanha em 2014. Foto: Ichiro Guerra/Fotos públicas)

Por Katia Guimarães*

A presidenta Dilma Rousseff ganhou nessa sexta-feira, 14 de julho, direito de resposta em ação contra a revista IstoÉ. A revista terá que conceder a Dilma o mesmo espaço, destaque, diagramação, publicidade e dimensão dada à matéria Mordomia: carros oficiais a serviço da família de Dilma, publicada no dia 15 de julho de 2016. A juíza de Direito Karla Aveline de Oliveira, da Vara Cível do Foro Regional Tristeza, no Rio Grande do Sul, diz que o semanário “trilha o caminho do mau jornalismo”, além de considerar a matéria “sórdida” e “machista”.

A Editora Três – Três Editorial Ltda., responsável pela IstoÉ, será obrigada a publicar a resposta na próxima edição, caso contrário pagará multa de 20 mil reais a cada vez que não cumprir a decisão. A presidenta Dilma soube da decisão logo que saiu e disse, através de sua assessoria, que esta é “uma pequena vitória diante dos constantes ataques da revista, que faz jornalismo de guerra”.

Na “reportagem”, que saiu na edição n° 2.432, a IstoÉ acusava Dilma de improbidade administrativa dizendo que sua filha, genro e netos tinham privilégios bancados com dinheiro público. Para a juíza, a reportagem contém ilegalidade. Afinal, Dilma não estava infringindo a legislação, que garantia à sua família o uso de carros oficiais, como todo presidente da República, para a sua segurança. “A sordidez da reportagem publicada na revista IstoÉ reside no fato de, ao seu alvedrio, tachar como ilegal algo que a Presidenta realizava, corretamente, há mais de cinco anos”, afirmou. O direito está previsto no Decreto n° 6.403/08, que trata do uso de veículos oficiais.

istoementira

Na decisão, Karla Aveline enfatiza que a história inventada pela revista é tendenciosa e apelativa. Recheada de fotos inúteis, a “reportagem” saiu justamente no decorrer do processo de impeachment, quando o golpe já havia passado pela Câmara dos Deputados e estava sendo analisado pelo Senado. O objetivo era atingir a honra e moral da presidenta.

“Pode-se afirmar que a revista semanal, de amplo espectro e permeabilidade, disponível em diversas plataformas e que já esteve sob comando de respeitados jornalistas e diretores em seu passado, atualmente, trilha o caminho de um mau jornalismo, ao apresentar, no mínimo, duas interpretações distintas para o mesmo tipo de episódio, divulgar chamadas apelativas e demonstrar conotação tendenciosa, quiçá machista, ao se referir à ora autora, ultrapassando o caráter meramente informativo e crítico em sua reportagem”, asseverou.

A juíza Karla ainda destacou que o direito de resposta é garantido pela Constituição Brasileira, prevista no artigo 5°, inciso V. E reforçou que os direitos de manifestação do pensamento, expressão e informação, também previstos no artigo 220, são compatíveis com os direitos fundamentais à imagem, à honra e à dignidade alheia. A IstoÉ é reincidente na prática de esquentar e deturpar fatos políticos em suas matérias. A própria Dilma já havia sido vítima da misógina capa As explosões nervosas da presidente que colocava a então presidenta da República como “louca” e “destemperada”, que usava calmantes para se conter. Prática nada usual para quem enfrentou a prisão e a tortura durante o regime militar e foi eleita a primeira presidenta do país. Ela move outra ação contra a revista.

 

*PAGUE A AUTORA: Gostou da matéria? Contribua com a autora. Todas as doações para este post irão para a repórter Katia Guimarães. Se você preferir, pode depositar direto na conta dela: Katia Guimarães, Caixa Econômica Federal, agência 4760, conta 21602-1, CPF 602.735.771-15. Obrigada por colaborar com uma nova forma de fazer jornalismo no Brasil, sustentada pelos leitores.

 

 


Apoie o site

Se você não tem uma conta no PayPal, não há necessidade de se inscrever para assinar, você pode usar apenas qualquer cartão de crédito ou débito

Ou você pode ser um patrocinador com uma única contribuição:

Para quem prefere fazer depósito em conta:

Cynara Moreira Menezes
Caixa Econômica Federal
Agência: 3310
Conta: 000591852026-7
PIX: [email protected]
Nenhum comentário Escrever comentário

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião da Socialista Morena. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Deixe uma resposta

 


Mais publicações

Politik

Ministro da Cultura sugere a Dilma que monte tribunal internacional contra o golpe


Por Manuca Ferreira, especial para o blog O ministro da Cultura, Juca Ferreira, afirmou na quarta-feira 20, em uma roda de conversa sobre Cultura, Comunicação e Conjuntura Política, no Museu de Arte da Bahia, em…

Trabalho

Por 16 votos a 9, macabra “reforma” trabalhista de Temer é aprovada na CCJ


Por Katia Guimarães* A oposição bem que tentou. Foram mais de 12 horas de pressão sobre os senadores governistas, que, emparedados pelas ameaças do Palácio do Planalto, acabaram aprovando a macabra “reforma” que retira direitos…