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Cultura, Politik

Os submergentes: o descenso da classe A/B

Muito tem se dito sobre a ascensão da classe C, mas ninguém observou até agora um movimento paralelo: o estranho fenômeno do descenso das classes mais altas. Não em termos financeiros, mas de empobrecimento do espírito dos que ocupam o topo da pirâmide, nos modos, nas atitudes, na maneira de viver. Os bem-nascidos já não […]

(Paris Hilton, ícone dos submergentes)
Cynara Menezes
30 de novembro de 2012, 11h51

(Paris Hilton, ícone internacional dos submergentes)

Muito tem se dito sobre a ascensão da classe C, mas ninguém observou até agora um movimento paralelo: o estranho fenômeno do descenso das classes mais altas. Não em termos financeiros, mas de empobrecimento do espírito dos que ocupam o topo da pirâmide, nos modos, nas atitudes, na maneira de viver. Os bem-nascidos já não são mais os chiques de outrora, os elegantes, os finos. Parece que, à medida que os emergentes sobem, acontece uma certa novo-riquização dos ricos, como se estivessem… submergindo. Os principais sintomas:

– Em vez de se orgulhar de ter chegado em ótima forma à idade madura por ser bem-cuidada, colecionar silicone, plásticas e botox.

– Em vez de automóveis clássicos como Mercedes e Jaguar, SUVs e carros velozes.

– Em vez de dirigir o próprio carro, ter motorista.

– Em vez de respeitar as leis do trânsito, transferir as multas para o motorista ou segurança.

– Em vez de férias em praias exclusivas do Nordeste, Cancún.

– Em vez de Paris, Miami.

– Em vez de ser chique por atitude, não importando a marca de roupas e acessórios, gastar uma fortuna em bolsas e sapatos de grife.

– Em vez de livros, bugigangas eletrônicas.

– Em vez de boa educação, trabalho –nas empresas da família.

– Em vez de arquitetura moderna, edifícios neoclássicos.

– Em vez de tomar vinho, harmonizar.

– Em vez de festas seletas, megaeventos (a palavra “mega”, aliás, não combina com gente fina).

– Em vez de clean, over.

– Em vez de menos, mais.

– Em vez de obras de arte, jóias.

– Em vez da atitude blasé, chiquérrima, diante do mundo, o incômodo com as classes emergentes nos aeroportos e na vida social em geral.

– Em vez de discrição, ostentação.

– Em vez de fortuna, fama.

 


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(3) comentários Escrever comentário

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Alexandre Figueiredo em 30/11/2012 - 15h54 comentou:

Cynara, outra mudança que observo nesses "submergentes" em relação aos aristocratas de pouco tempo atrás, é que no lugar das orgulhosas dondocas que eram conhecidas como "Sra. (nome do marido)", hoje temos "donas-de-casa" ricas que se aventuram em escandalosos divórcios com seus maridos, desses que são verdadeiras "novelas" trabalhadas pela mídia das celebridades.

Responder

larry em 30/11/2012 - 16h36 comentou:

Tem a ver, mas discordo dos itens. Esse refinamento do passado é ilusório, o que não prejudica o argumento. O que vejo é que, ao invés do falso refinamento, optou-se por uma cultura de ostentação rapper-gangsta-dourado. De certa forma é o novo rico pautando o velho rico.

Responder

    morenasol em 30/11/2012 - 21h15 comentou:

    é exatamente o que quis dizer com novo-riquização do rico

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