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A guerra do papa ao capitalismo e a guerra do capitalismo ao papa

A direita da igreja acusa de "heresia" o papa, que continua a criticar um sistema que produz "degradação humana, social e ambiental"

O papa em Portugal, em maio. Foto: Presidência da República Portuguesa
Cynara Menezes
26 de dezembro de 2017, 23h26

O papa está preocupado. Sua mensagem de Natal, Urbi et Orbi, é claríssima: Francisco vê um mundo em uma situação de pré-guerra e com os pobres, as crianças e os refugiados como as maiores vítimas do que está se desenhando no horizonte, graças a um “modelo de desenvolvimento caduco”. Que modelo é esse? O capitalista, lógico. Esta não foi a primeira e nem será a última vez que o líder católico ataca o capitalismo, razão da crescente desigualdade no planeta, mesmo nos países dito “desenvolvidos”.

Em setembro de 2013, meses após assumir o posto mais alto do catolicismo, Francisco criticou este sistema “sem ética” onde no centro, há um ídolo, o dinheiro. “O mundo tornou-se idólatra do dinheiro”, lamentou. Dois meses depois, voltou à carga. “Alguns defendem que todo o crescimento econômico, favorecido pelo livre mercado, consegue por si mesmo produzir maior equidade e inclusão social no mundo. Esta opinião (…)nunca foi confirmada pelos fatos”.

Em julho de 2015, na Bolívia, Francisco novamente expôs sua insatisfação com o capitalismo. “Reconhecemos que as coisas não andam bem num mundo onde há tantos camponeses sem terra, tantas famílias sem teto, tantos trabalhadores sem direitos, tantas pessoas feridas na sua dignidade? Reconhecemos que este sistema impôs a lógica do lucro a todo o custo, sem pensar na exclusão social nem na destruição da natureza?”, questionou.

Alguns defendem que todo o crescimento econômico, favorecido pelo livre mercado, consegue por si mesmo produzir maior equidade e inclusão social no mundo. Esta opinião nunca foi confirmada pelos fatos

Em fevereiro deste ano, o papa tentou chamar à razão os empresários para que não sejam tão gananciosos e não visem apenas o lucro, que tenham um papel social, no caminho da crítica da ONU às corporações rentistas que nem empregos são capazes de gerar atualmente. “Hoje foram inventados diversos modos para ajudar, matar a fome e instruir os pobres. Não obstante, o capitalismo continua a produzir descartes e exclusões”, criticou. “A economia de hoje precisa da alma dos empresários e da fraternidade respeitosa e humilde. É preciso compartilhar mais os lucros para combater a idolatria do dinheiro”.

Charge: Daniel Pxeira

Neste Natal, Francisco se mostrou ainda mais consternado com o futuro dos menos favorecidos. “Hoje, enquanto sopram no mundo ventos de guerra e um modelo de desenvolvimento caduco continua a produzir degradação humana, social e ambiental, o Natal lembra-nos o sinal do Menino convidando-nos a reconhecê-Lo no rosto das crianças, especialmente daquelas para as quais, como sucedeu a Jesus, ‘não há lugar na hospedaria'”, disse, olhando para os pequenos desvalidos.

“Vemos Jesus nas inúmeras crianças constrangidas a deixar o seu país, viajando sozinhas em condições desumanas, presa fácil dos traficantes de seres humanos. Através dos seus olhos, vemos o drama de tantos migrantes forçados que chegam a pôr a vida em risco, enfrentando viagens extenuantes que por vezes acabam em tragédia”, falou, sobre a situação dos refugiados.

O papa argentino tem se mostrado um homem justo –ou não seria um inimigo do capitalismo. Sua posição, mais próxima à esquerda, o fez ganhar adversários poderosos dentro da igreja, que o acusam de heresia

E não esqueceu de defender a causa palestina, alvo agora do celerado presidente dos EUA, que se uniu à direita sionista para decretar que Jerusalém é a capital de Israel. Para o papa, existem dois Estados que devem ser respeitados. “Neste dia de festa, imploramos do Senhor a paz para Jerusalém e para toda a Terra Santa; rezamos para que prevaleça, entre as Partes, a vontade de retomar o diálogo e se possa finalmente chegar a uma solução negociada que permita a coexistência pacífica de dois Estados dentro de fronteiras mutuamente concordadas e internacionalmente reconhecidas”, disse.

O papa argentino tem se mostrado um homem justo –ou não seria um inimigo do capitalismo. Sua posição, mais próxima à esquerda, o fez ganhar adversários poderosos dentro da igreja. Na véspera de Natal, o jornal português Público trouxe uma reportagem especial, traduzida do britânico Guardian, sobre a “guerra” contra Francisco que está sendo urdida no Vaticano, impulsionada pelo clero de direita alinhado com Donald Trump e o conservadorismo norte-americano. “O Papa Francisco é atualmente um dos homens mais odiados do mundo. E quem mais o odeia não são ateus, protestantes ou muçulmanos, mas alguns dos seus próprios seguidores”, afirma a reportagem.

Quanto mais Francisco atacar a idolatria do dinheiro, mais ganhará detratores. Heresia deveria ser apoiar um sistema cruel como o capitalismo. O papa só está sendo cristão

Um clérigo inglês disse ao jornalista Andrew Brown, autor do texto: “Mal podemos esperar que ele morra. É impublicável o que dizemos dele em privado. Sempre que dois padres se encontram, falam sobre o quão horrível Bergoglio é… Ele é como Calígula: se tivesse um cavalo, fazia dele cardeal.” Em setembro, 62 católicos descontentes publicaram uma carta aberta apontando em Francisco sete acusações de heresia, entre elas a defesa de que católicos divorciados possam voltar a se casar, no documento Amoris Laetitia (Alegria do Amor). O cardeal norte-americano Raymond Burke, uma das cabeças reacionárias por trás de Trump, também se insurgiu contra o texto, ao lado de três outros cardeais amotinados.

Com o título Correctiofilialis de haeresibuspropagagatis (literalmente, Uma correção filial em relação à propagação de heresias), os signatários enumeram as passagens de Amoris Laetitia em que o papa “insinua ou encoraja posições heréticas”, e “as palavras, atos e omissões do papa Francisco que mostram, além de qualquer dúvida razoável, que ele deseja que os católicos interpretem essas passagens de uma maneira que é, de fato, herética”. A carta também acusa o papa de estar influenciado pelas ideias de Martinho Lutero, uma das figuras centrais da reforma protestante. Este tipo de “correção” não acontecia desde a idade média, contra João XXII.

Toda esta oposição ao papa terá mesmo a ver apenas com religião ou há razões mais terrenas? Uma coisa é certa: quanto mais Francisco atacar a idolatria do dinheiro, mais ganhará detratores. Heresia deveria ser apoiar um sistema cruel como o capitalismo. O papa só está sendo cristão.

 

 

 

 

 


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Ademar bartolomei em 27/12/2017 - 11h15 comentou:

Não sou católico , mas gosto demais das posturas deste papa . Ele atropela certos dogmas , tem uma visão humanitária universal , é solidário, é carismático ,defende o acolhimento daqueles que foram excluidos em nome de dogmas . defende a JUSTIÇA SOCIAL . depois de JOÃO xxiii é o mais próximo das questões sociais . Infelizmente pode ter vida curta , não por ser velho , mas por razões que a humanidade já conhece.

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    Creuza em 27/12/2017 - 16h11 comentou:

    Concordo com o Ademar principalmente na questão do olhar para os mais atingidos com esse modelo de sistema. O mundo estaria melhor, não fosse a ganância de alguns membros importantes do poder.

    Fábio machado em 27/12/2017 - 19h14 comentou:

    Não existe ideologia de esquerda, direita ou liberal dentro da igreja católica, o mesmo não tem nenhum partido político,pois, o regime de estado é teocrático absoluto e monárquico. Nenhum papa da igreja criticou o capitalismo existente no mundo. A igreja ajuda com mais de 2mil instituição de caridade espalhada pelo mundo ajudando sempre os mais necessitados. Heresia acima citado é algo bem sério e complicado que um erro fatal pode resultado em ex comunhão, em outras palavras deixar de ser membros do corpo de Cristo. Resumindo o papa não é anticapitalista e muito menos adeptos esquerdistas ,até essa mídia não é esquerdistas,se fosse não dependeria do “capitalismo”?!!

ADENILSON CORREA DE CAMPOS em 27/12/2017 - 17h46 comentou:

É bem provável que motivações políticas possam estar por trás de alguns críticos do Papa, mas discordo distinguindo postura política com a Tradição dogmática da Fé católica. A DSI discorda tanto do capitalismo quanto do materialismo histórico-dialético, e os temas elencados como polêmicos, em que se acusam o Papa de heresia, não exigem em princípio uma postura a favor do capitalismo, ou seja, é possível ser conservador na doutrina e discordante do capitalismo (neo)liberal.

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Rafael em 27/12/2017 - 17h56 comentou:

Bom dia! Primeiramente gostaria de dizer que sou católico apostólico romano e que a Igreja nunca apoiou e defendeu o capitalismo, isso é fato, pois é um sistema que tem suas falhas. No entanto, há que se deixar claro que a Igreja nunca apoiou também o socialismo, visto que esse último em um único século foi responsável pelo genocídio de mais de 120 milhões de pessoas nos territórios em que foi estabelecido, gerando miséria, fome, mortes através de uma postura ditatorial. Sim, Papa Francisco tem quebrado muitos protocolos, mas nunca dogmas, pois dogmas são verdades de fé! O fato de Papa Francisco criticar ferrenhamente o capitalismo não faz dele um socialista nem de perto e nem de longe, pois no que concerne à sã doutrina da Igreja Católica, há um documento intitulado como ” Decreto contra o comunismo” no qual elucida que todo católico que promover, apoiar ou se associar a qualquer movimento de ideologia comunista, socialista, marxista, está sob regime de excomunhão automática! Vide Leonardo Boff, excomungado por apoiar e promover a teologia da libertação, que consiste na luta de classes, retirando o Sagrado para estabelecer uma teologia marxista e que tem levado a muitos adeptos à uma visão distorcida daquela que a Santa Igreja sempre ensinou e confirmou na fé apostólica. Muitos gostam de citar a Doutrina Social da Igreja para se apoiar dentro do âmbito da esquerda, mas é bom deixar claro que em nenhum capítulo defende ou promove qualquer ideologia comunista, socialista, marxista, mas sim o dever que cada cristão tem para com o próximo para que seja estabelecido o mínimo de dignidade humana baseado no amor de Cristo, e que cá entre nós, passa bem longe do socialismo apregoado por vossos líderes!

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    Cynara Menezes em 28/12/2017 - 01h22 comentou:

    você está desatualizado. na verdade o papa francisco está REABILITANDO os sacerdotes que se uniram à teologia da libertação, como boff
    https://brasil.elpais.com/brasil/2014/08/08/sociedad/1407535142_467869.html

    Moisés da Costa Ribeiro em 28/12/2017 - 13h51 comentou:

    Rafael com o devido respeito e direito de discordar, vc não entende nada de socialismo e muito menos de comunismo. De onde vc tirou essa cifra de 120 milhões de genocídios praticado por esses sistemas? Vc tá assistindo muito globo e sua congeneres. Estude – à sério -a história e verá como a igreja se posicionou em momentos chaves dessa história. O que Francisco tá tentando fazer é estabelecer uma verdadeira relação do verdadeiro Cristo – aquele do evangelho, nascida pobre, na periferia, que perdoou e amou acima de tudo -com seu povo; tudo e todos nessa sistema capitalista têm lado. Porque a igreja não teria?

    Rafael em 29/12/2017 - 22h18 comentou:

    Jesus socialista?

    O socialismo é uma doutrina segundo a qual toda e qualquer transcendência deve ser refutada imediatamente como ideológica. A única realidade seria o dado sensorial imediato. Toda e qualquer interpretação deste, o que inclui a filosofia inteirinha, é por seus sustentadores considerada como ideologia opressora, autoritária e silenciadora.

    Como, porém, alguém chega à afirmação grotesca de que Jesus Cristo teria sido socialista?

    A distorção cognitiva é tão grande que requer a análise de cada termo do julgamento.

    O termo “socialista”, aqui, é esvaziado de seu significado real, filosófico e histórico, e forjado retoricamente a partir de ideias difusas, genéricas, inconsistentes, imprecisas, composto pela revolução cultural gramsciana, que tomou os seus aspectos positivamente interpretáveis, quase de modo sentimentalista, para repropor o produto de modo propagandísticamente atraente. E deu certo por um certo tempo!

    Ninguém sabia bem o que era o socialismo, mas as pessoas acreditavam que era uma coisa boa, que nunca deu certo, embora ninguém saiba muito bem o porquê, muito menos os socialistas, e que todo mundo que era “do bem” devia ser socialista de algum modo…

    Neste sentido, Paulo Freire soube traduzir o ideário socialista num discurso tão sentimentalmente apelativo para a consciência cristã que, finalmente, conseguiu aquilo que a filosofia marxista de Karl Korsh pretendia, substituir a consciência do homem pela estrutura mesma do marxismo.

    A falsificação, embora grosseira, precisava ir muito mais além, e recriar a própria imagem de Jesus Cristo. Em certo sentido, teria de dar-se a inversão completa do dado bíblico: agora teríamos que criar um Jesus Cristo à imagem e semelhança do “homem novo” socialista. Mas, como fazê-lo?

    Havia um modo. Já nos finais do século XIX, a teologia protestante histórico-critica havia criado aquilo que, em lógica, se chama “falácia de falsa dicotomia”: o Cristo da fé versus o Jesus histórico. Aquele seria uma elaboração posterior da comunidade dos crentes, este seria o personagem real, com uma práxis histórica revolucionária.

    Com um golpe de retórica, transformaram Cristo em mitologia e, obviamente, como o Jesus histórico seria em si mesmo inacessível, transformaram-no também num mito, num arquétipo que, apesar de inalcançável, seria, pelo menos, manipulável. A tese foi condenada por São Pio X, mas pouca gente deu importância.

    A chamada “cristologia de baixo” se tornou o campo fértil para o desmonte do imaginário cristão. Apresentando-se um Jesus “humano demais” conseguiu-se interceptar nele um novo Cristo, desconhecido até então, um Cristo socialista.

    Como, porém, esta série de desvios se tornou possível? Um sem-fim de forçações flagrantes, inadequadas, absurdas, que fizeram Cristo caber nos estreitíssimos limites materialistas do socialismo…

    Não é possível substituir a fé por uma ideologia sem, antes, desligar a própria fé no coração do homem.

    Se apresentassem este Cristo socialista para Agostinho, Tomás de Aquino, Teresa d’Ávila, Inácio de Loyola ou Francisco de Assis eles desprezariam o simulacro como uma loucura, no máximo, digna de risos. Isso jamais os convenceria!

    Por quê? Porque, evidentemente, eles sabiam quem era Cristo. A luz da fé, brilhando em suas almas, dava-lhes a percepção clara de Jesus Cristo vivo, uma Pessoa real, na qual não há dicotomia alguma. É o Verbo Eterno, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade encarnada, e pronto!

    Num certo dia, quando Santa Teresa recebeu a primeira vez a graça da oração contemplativa, disse ao seu confessor: “eu vi Jesus Cristo”. Ele perguntou-lhe como era Cristo. Ela não soube explicar. O sacerdote replicou-lhe: “mas como você sabe que era Ele?”. Ela disse: “estou mais certa disso do que da luz do Sol que ora brilha sobre nós”.

    Ela conheceu Cristo porque, pela graça, penetrou em outro nível ontológico, percebeu o ser divino como fonte do ser mesmo de todos os seres. Ela viu a Deus pela fé.

    O mesmo disse Agostinho: “queres tocar em Cristo, crê que Ele é co-eterno com o Pai e o terás tocado”.

    Jesus Cristo jamais poderia ser socialista, não apenas porque isso seria totalmente extemporâneo, mas porque aqui há uma contradição radical de princípios: o socialismo, por princípio, não é sequer uma filosofia, mas um arranjo de ideias usado por um grupo de pessoas que visa somente o poder e, por isso, afirma que nada, na realidade, é alguma coisa, tudo, absolutamente tudo, é apenas dado material-sensorial puro sem significado; ao contrário, Jesus Cristo é a Verdade mesma, o próprio Logos de que está impregnada totalmente a criação, o Ser no ato de ser de todos os seres.

    Entre estes dois princípios não há alguma conveniência. Conjugá-los só é possível para quem não sabe direito o que é socialismo, desconhece completamente Jesus Cristo pela fé e está munido de uma retórica fatalmente fajuta.

    – Pe. José Eduardo

    #Kum

    Rafael em 01/01/2018 - 16h35 comentou:

    Resumindo, se por ora não entendo nada de socialismo como alguns aqui atribuem à minha pessoa, ouso assim dizer com toda veemência e clareza da Santa Igreja Católica, vós não entendeis nada de Cristianismo!

    Rafael em 08/01/2018 - 14h46 comentou:

    Acusações comuns a Doutrina Social da Igreja:

    1) A DSI é liberal na economia:

    a) CIC 2420 e 2426 (A economia está subordinada às leis morais e aos fins últimos do homem)
    b) CIC 2423 (As relações econômicas não são substitutas das relações sociais comunitárias e orgânicas)
    c) CIC 2425 (As burocracias de Estado e do mercado devem ser direcionadas a favorecer o bem comum)
    d) CIC 2431, 2434, 2435 e 2436 (O Estado deve assegurar ao lado de órgãos médios da sociedade: Salário Justo, Enquadramento jurídico baseado numa ética social cristã, Previdência social, direito de greve em algumas situações, políticas de Pleno emprego.)
    f) CDSI* 291 (Políticas de Pleno emprego)
    g) CDSI 164, 165, 166, 168, 354 e 355 (Estado de bem-estar social e intervenção econômica do Estado em caso de crise ou para prevenção das mesmas)
    h) Centesimus Annus n. 48 (Enquadramento jurídico do Estado)

    2) A DSI é socialista/comunista:

    a) CIC 2425 (Condenação do socialismo e do comunismo)
    b) Divinis Redemptoris e Decreto contra o comunismo (Condenação do comunismo)
    c) CIC 2428 e 2429 (liberdade de trabalho e liberdade de empreender)
    d) CIC 2432 (A responsabilidade do Estado é secundária em relação a da própria sociedade na economia)
    e) CDSI 347, 348, 343, 344, 176 e 173 (Direito de propriedade como legítimo).

    3) A DSI é keynesiana, fascista ou terceira via:

    a) Centesimus Annus, n.43 (A Igreja não apoia nenhuma doutrina em específico e nem tem modelos a propor)
    b) Non abbiamo bisogno e Mit Brennender Sorge (Condenação ao fascismo e ao nazismo)
    c) CIC 2432 (A responsabilidade do Estado é subsidiária em relação a da própria sociedade)

    Sem mais😉

Maria Luiza Candida em 27/12/2017 - 18h49 comentou:

Que mundo é este? Onde defender a vida , a inclusão social, a dignidade de quem vive na marginalidade, exemplo mais cruel, os dos refugiados…entre os sem tetos, sem empregos, sem nada…São classificados como herejes? Um pouco de inteligência , bom senso e consciência social faz falta em tantos empresários e em muitos cidadãos. Antes de fazer críticas aos documentos que o Papa escreve, como a Encíclica, Amoris Laetitia (onde ele trata entre tantos assuntos, do amor matrimonial de forma tão real e apaixonante, é necessário ler com nuita atenção e pedir esclarecimento sobre o conteúdo para quem realmente faz justa interpretação. O papa não mudou nada sobre o matrimônio nesta Encíclica , apenas propoe maior acolhimento àqueles que por uma infelicidade precisaram se separarem, atitude esta que na maioria das vezes é traumática e causa sofrimentos incalculáveis…Isso é viver a fraternidade!

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Sergio em 27/12/2017 - 19h30 comentou:

Salve a Santa Igreja Católica! A doutrina social da Igreja é a saída para esse mundo!

Responder

Carlos Eduardo Bernardo em 27/12/2017 - 20h13 comentou:

Prezada Cynara Menezes,
Primeiramente, boas festas para você e família.
O artigo é interessante, cabe destacar que apesar de toda controvérsia em torno do pontificado do Papa Francisco há muitos equívocos que têm de ser elucidados: há sim certa resistência no interior do Vaticano ao atual Papa e isso é natural, pois os Papas têm que lidar com correntes muito diversas dentro da própria Igreja, não foi diferente com João Paulo II e tampouco com Bento XVI (que em certo sentido afrontavam grupos diferentes). Outro ponto a destacar é que a Igreja não se alinha aos diversos socialismos, e nem às formas de liberalismo econômico, conforme Henri Guitton, ela tem uma doutrina social bem demarcada que a preserva destas fusões. Se esta doutrina social da Igreja se assemelha ao socialismo, deve-se considerar o próprio socialismo nasce como uma alternativa secular e imanente à esperança cristã, donde é possível encontrar paralelismos esvaziados da transcendência – o que destaco, não é demérito algum. Por último, mas não menos importante, destaquemos que o atual Papa é jesuíta, o que por si só o coloca entre a vanguarda do pensamento católico, contrariamente ao imaginário popular, o senso comum, a Companhia de Jesus representa sim uma postura mais progressista, em oposição à Opus Dei, organização cujo propósito fora a substituição da Companhia na vanguarda do pensamento católico e na representação de uma elite intelectual em defesa do catolicismo. Sua formação e vivência latino-americana remete à velha querela suscitada por ocasião do posicionamento da Companhia em relação à teologia da libertação, tudo muito bem documentado pelo padre Malach Martin, vide em: Os Jesuítas.

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Lenice couto dos santos em 27/12/2017 - 20h15 comentou:

Faço minhas as palavras acima. Concordo plenamente.

Responder

Paulo André Braga da Silva em 28/12/2017 - 03h12 comentou:

Desde sua fundação, a Igreja é perita em humanidades e respaldada e guiada pelo Espírito Santo. Por isso qdo o Cardeal Bergoglio foi assunto Papa: foi o Espírito Santo moldando e solicitando um filho de Santo Inácio de Loyola para que guiasse a Igreja nestes tempos tão difíceis… Nós, como filhos de nosso tempo devemos enchergar o Papa, não como uma muleta ou tábua de salvação, mas um Pai mais maduro e experiente que propõe um caminho a fé em Cristo, frente a esse mundo pagão e ateísta…Meu muito obrigado…

Responder

André Mininel em 28/12/2017 - 05h30 comentou:

O papa tem demonstrado muita coragem ao questionar o papel dos poderosos no cenário atual. Basta ler a encíclica Laudato Si (com claras influências de Boff) em que Francisco não poupa críticas ao consumo desenfreado, à ganância do enriquecimento que gera exclusão, dor, fome.
Sou católico, franciscano secular, e vejo, no papa Francisco, uma reserva de coragem, serenidade e sabedoria.
Parabéns, Cynara!

Responder

Ildeu Fernandes de Andrade em 28/12/2017 - 10h53 comentou:

Segundo apocalipse (17)-o Francisco e o sétimo rei e o último . Segundo o monge Malaquias, 0 Francisco é o de número 112, e também, o último. Assim temos duas testemunhas, afirmando e confirmando, que o Francisco, é último papa. Depois do Francisco, virá o oitavo rei. Este será um dos seis anteriores ao Francisco. O oitavo rei ficará no poder, por apenas uma hora, no final desta hora, Jesus virá para levar os escolhídos para o Reino Celestial.

Responder

Jefferson em 30/12/2017 - 18h40 comentou:

Os evangélicos atacam o catolicismo pelo seus atos do passado e com os escândalos dos lideres evangélicos do presente calam-se.

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