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“256 milhões” de Marisa eram 26 mil; quem vai pagar pelas mentiras dessa gente?

O deputado Paulo Pimenta irá processar Carlos e Eduardo Bolsonaro e a atriz Regina Duarte por replicar a informação falsa

Foto: Ricardo Stuckert
Da Redação
15 de abril de 2020, 22h06

O juiz da 1ª Comarca de Família e Sucessões de São Bernardo do Campo, Carlos Henrique André Lisboa, “se confundiu”. O valor dos investimentos em nome de Marisa Letícia Lula da Silva, morta em 2017, é de 26 mil reais, e não 256 milhões, como especulou o magistrado em um “pedido de esclarecimentos”.

O “equívoco” rendeu uma sucessão de ataques a Marisa nas redes sociais. A versão fantasiosa do espólio da mulher de Lula foi amplamente difundida nos últimos dias pelos filhos do presidente Jair Bolsonaro, Carlos e Eduardo, e pela atriz e pseudosecretária de Cultura, Regina Duarte, nas redes sociais. Chegou a ser replicada também pela rádio de extrema direita Jovem Pan, porta-voz do bolsonarismo. Imediatamente, todos os canais de fake news da esgotosfera repetiram como se fosse verdade.

Mais uma vez usou-se o expediente do “processo judicial” para enlamear a memória de Marisa. Quem vai pagar por estas mentiras? Levantar calúnias, ainda por cima sobre uma pessoa morta, não é ser criminoso? Não são eles que afirmam não ter “bandido de estimação”?

Os advogados do inventário de Marisa Letícia enviaram o extrato do Bradesco com o valor dos CDBs: exatamente 26.281,74 reais. Ou 10 mil vezes a menos do que o juiz afirmara.

Os advogados responderam ao magistrado que “não existe qualquer tipo de relação entre os documentos constantes às fls. 394/427 e 428/468 (escrituras de emissão de debêntures) com os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) de titularidade da Sra. Marisa Letícia Lula da Silva, tampouco existe relação entre tais CDBs e o valor nominal de 10 reais”.

“Em razão da aplicação automática de valores que estavam disponíveis na conta-corrente que pertencia à D. Marisa e que já haviam sido trazidos a estes autos, foi identificada a existência de CDBs em nome da falecida, os quais, segundo extrato atualizado do Banco Bradesco, correspondem à quantia (líquida) de 26.281,74 reais (vinte e seis mil, duzentos e oitenta e um reais e setenta e quatro centavos).”

Mais uma vez usou-se o expediente do “processo judicial” para enlamear a memória de Marisa. Quem vai pagar por estas mentiras? Levantar calúnias não é ser criminoso? Não são eles que afirmam não ter “bandido de estimação”?

Os advogados reclamaram que o “pedido de esclarecimentos” tenha resultado numa enxurrada de ataques à ex-primeira-dama. “Tentou-se atribuir a ela, a partir de tal associação, um patrimônio imaginário de 256 milhões de reais (resultado da descabida multiplicação do número de CDBs pelo valor nominal de determinadas debêntures), o que é incompatível com a realidade e com as informações disponíveis nestes autos. Até mesmo membros do Parlamento Nacional, dentre outras autoridades, recorreram a esse reprovável expediente da criação de notícias falsas nas redes sociais.”

A defesa de Marisa esclareceu que “todos os bens e investimentos que pertenciam à falecida e que devem ser partilhados estão arrolados nestes autos e perfazem a quantia total de 1.458.535,49 reais, conforme as últimas declarações protocoladas em 02/03/2020”.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) anunciou no twitter que vai processar Eduardo e Carlos Bolsonaro e Regina Duarte por espalharem a mentira. E que acionará o deputado federal Eduardo e Regina no conselho de Ética da Câmara e da presidência da República, respectivamente.

A pergunta que fica é: mas ainda existe Justiça no Brasil?

 


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(4) comentários Escrever comentário

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Rodrigo em 24/04/2020 - 00h44 comentou:

Precisa ver os processo do Paulinho aqui no RS… Ja te contaram ?

Responder

    Cynara Menezes em 26/04/2020 - 15h10 comentou:

    que paulinho?

Yashi em 27/05/2020 - 09h50 comentou:

Olá, Cynara! Gostaria de deixar minha observação sobre algo que me incomoda profundamente: o uso da palavra MULHER no lugar da palavra ESPOSA. Dá a entender que estamos sujeitas a ser propriedade de alguém.
Meu sonho de princesa é nunca mais ouvir ou ler um “a mulher do fulano”.

Responder

    Cynara Menezes em 27/05/2020 - 17h40 comentou:

    esposa é tão feio… quer dizer “algema” em espanhol, sabia?

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