Bolsonaro governa para o playboy que corre acima do permitido e causa acidentes
Presidente já tomou três decisões que beneficiam maus motoristas; especialista diz que medidas só agradarão "infrator contumaz"
Já sabemos exatamente qual é o perfil do brasileiro para quem Jair Bolsonaro governa: os playboys que dirigem mal, correm acima do permitido e causam acidentes nas ruas e estradas. Enquanto a paralisia é geral em outras áreas, como o combate ao desemprego, o governo anunciou três medidas que beneficiam os maus motoristas: cancelou a instalação de radares nas rodovias federais e pretende dobrar o prazo para renovação da carteira nacional de habilitação de 5 para 10 anos e o limite para a suspensão da CNH de 20 para 40 pontos.
Para José Aurélio Ramalho, do Observatório Nacional de Segurança Viária, essas medidas só beneficiam o “infrator contumaz” e não a sociedade como um todo. “O radar está ali para pegar o infrator contumaz, que pega três, quatro multas por ano. Esse é o mesmo cara que joga o lixo no chão, que não recicla o seu lixo, está no DNA dele a infração. A grande maioria da sociedade, 97%, não comete infração. O grande volume das infrações está concentrado nestes 3%, 4% dos motoristas do país todo.”
No twitter, Bolsonaro justificou a decisão dizendo que os radares só servem para “dar dinheiro” aos Estados.
Ao renovar as concessões de trechos rodoviários, revisaremos todos os contratos de radares verificando a real necessidade de sua existência para que não sobrem dúvidas do enriquecimento de poucos em detrimento da paz do motorista.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 31, 2019
Mas o Observatório rebate o presidente e diz que isso não é verdade. “Os radares estão instalados mediante estudos técnicos. Nenhum radar é instalado antes de ser averiguado local, fluxo de veículos e acidentes que o local propicia. É um contrassenso do governo federal essa atitude”, disse José Ramalho. “O cidadão de bem não se preocupa com o radar, porque o radar está ali para proteger o cidadão.”
Em março, o presidente já tinha criticado as lombadas eletrônicas, que para ele são inúteis. “Há uma quantidade enorme de lombadas eletrônicas no Brasil. É quase impossível você viajar sem levar uma multa. E sabe, ou desconfia, que, no fundo, o objetivo não é diminuir acidentes”.
Bolsonaro justificou a medida dizendo que os radares só servem para arrecadar dinheiro, mas o Observatório de Segurança Viária o desmente. “Nenhum radar é instalado antes de ser averiguado local, fluxo de veículos e acidentes que o local propicia”
Segundo Bolsonaro, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) estava agindo por interesse de políticos antes do início de seu mandato e que o grande número de barreiras eletrônicas está ligada à arrecadação, e não à redução de acidentes.
“Decisão nossa: não teremos mais nenhuma nova lombada eletrônica no Brasil. As que existem, quando forem perdendo a validade, não serão renovadas. Vale lembrar que o DNIT estava, até pouco tempo, na mão de partidos políticos. Isso acabou e esse departamento está, agora, voltado para trabalhar 100% em benefício dos condutores”.
Estudos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) mostram que os equipamentos eletrônicos foram capazes de reduzir em 30% o número de acidentes nos pontos onde estavam instalados e em 60% o número de mortes. Em pontos muito críticos, com grande incidência de acidentes de trânsito, o número de mortos passou a quase zero depois da instalação dos equipamentos de controle de velocidade.
Com informações da Agência Brasil
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