Socialista Morena
Politik

Para atingir Maduro, Trump dificulta viagem de coxinhas venezuelanos a Miami

Presidente dos EUA inclui Venezuela em sua "lista negra" afirmando que o foco das restrições serão os funcionários do governo, mas medida atinge todos os cidadãos do país

Foto: Joyce N. Boghosian/Casa Branca
Da Redação
25 de setembro de 2017, 20h27

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu substituir o polêmico veto migratório a seis países de maioria muçulmana, que expirou hoje, por um decreto que impõe restrições a oito nações, entre elas a Venezuela. Em princípio, o endurecimento das fronteiras estadunidenses aos habitantes do país sul-americano teria como foco os diplomatas e funcionários, mas o restante da população também será alvo de um controle maior. Ou seja, para atingir Nicolás Maduro, Trump penalizou os coxinhas venezuelanos, que agora terão dificultadas suas idas a Miami.

Os outros países na “lista negra” do presidente norte-americano são: Chade, Irã, Líbia, Síria, Somália, Iêmen e, claro, Coreia do Norte. De acordo com o texto, o problema com a Venezuela é que “seu governo não coopera em checar se seus cidadãos representam ameaça para a segurança nacional ou para a segurança pública”, o que não parece ser verdade, já que o próprio decreto admite que o país cumpre com as exigências internacionais. Sobrou para as classes mais abastadas, justamente os maiores adversários de Maduro -os “esquálidos”, como dizia Hugo Chávez. Na semana passada, na Assembleia-Geral da ONU, Trump já tinha se referido ao governo Maduro como “ditadura socialista”.

“Tornar a América mais segura é minha prioridade número um. Não admitiremos a entrada daqueles que não possamos verificar com certeza”, afirmou o presidente norte-americano, como sempre, no twitter, seu principal canal de comunicação.

As razões para o veto a cada país são diferentes. Em relação ao Chade, Iêmen e à Líbia, mesmo com seus governos sendo considerados “parceiros” dos EUA no combate ao terrorismo, a entrada de qualquer cidadão natural destes países está suspensa, para turismo ou negócios. Estudantes e intercambistas iranianos podem entrar, embora o país seja considerado “patrocinador de terroristas”. Os norte-coreanos e sírios, cujos governos são considerados “não-cooperantes”, não podem entrar. E os somalis são impedidos de migrar, mas podem visitar sob determinadas condições.

Já em relação à Venezuela, o texto do decreto de Trump diz que, apesar de o país ter adotado muitos dos padrões exigidos pela Secretaria de Segurança Interna, o “governo não tem cooperado em verificar se seus cidadãos representam ameaça para a segurança nacional ou a segurança pública dos EUA”, e “falha em compartilhar informações relacionadas a terrorismo e segurança pública”. O foco das restrições seriam os funcionários do governo e seus familiares, mas “naturais da Venezuela que possuam visto serão sujeitos a medidas adicionais apropriadas”.

O governo do presidente Nicolás Maduro reagiu e disse que a medida é “irracional”. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano afirmou que o país “rejeita categoricamente a irracional decisão do governo dos Estados Unidos de considerar uma vez mais o nobre povo venezuelano como uma ameaça a sua segurança nacional, nesta ocasião sob falsas suposições de que representam uma ameaça terrorista e à ordem pública norte-americana”.

A chancelaria venezuelana criticou duramente Trump por usar a desculpa do terrorismo para “estigmatizar” a população do país, ressuscitando a prática das “listas negras” do macarthismo.

“A República Bolivariana da Venezuela reafirma sua posição de condenar o terrorismo em todas as suas formas e manifestações e denuncia diante da comunidade internacional as ações inamistosas e hostis do governo dos EUA, que buscam estigmatizar nossa nação com o pretexto da luta contra o terrorismo, ao incluí-la em uma lista elaborada unilateralmente e na que se acusa outros Estados de ser supostos promotores deste terrível flagelo”, diz a nota. “Listas deste tipo, cabe sublinhar, são incompatíveis com o direito internacional e constituem em si mesmas uma forma de terrorismo psicológico e político. Se sanciona a nosso povo, além disso, por sua vocação pacifista, assim como pela sua tolerância e respeito às distintas religiões e crenças que são professadas livre e harmoniosamente em nosso país.”

 

 


Apoie o site

Se você não tem uma conta no PayPal, não há necessidade de se inscrever para assinar, você pode usar apenas qualquer cartão de crédito ou débito

Ou você pode ser um patrocinador com uma única contribuição:

Para quem prefere fazer depósito em conta:

Cynara Moreira Menezes
Caixa Econômica Federal
Agência: 3310
Conta: 000591852026-7
PIX: [email protected]
(2) comentários Escrever comentário

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião da Socialista Morena. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Steiger em 27/09/2017 - 10h55 comentou:

Eu realmente queria entender o que tanta gente quer ir pra América. A Venezuela é tão legal…

Responder

Luiz Carlos P. Oliveira em 28/09/2017 - 14h20 comentou:

Não tem problema. Os coxinhas venezuelanos podem ir para a Síria ou para o Líbano. Lá as coisas vão bem.

Responder

Deixe uma resposta

 


Mais publicações

Politik

Alguém na Casa Branca gosta do Lula (e da Janja também)


Nunca antes na história desse país tivemos um presidente dos EUA que não só não apoia um golpe no Brasil como garante que não vai haver um

Mídia

É a esquerda que se cala ou é o El Pais que tem postura…


Quando se trata da Venezuela, diário espanhol assume uma postura colonialista idêntica à da monarquia de seu país, que se acha no direito de mandar calar um chefe de Estado legitimamente eleito