Socialista Morena
Cultura

A deprimente verdade sobre os Oompa Loompas

Quem imaginava que A Fantástica Fábrica de Chocolate estivesse impregnado de mensagens de supremacia branca dignas da Ku Klux Klan?

Os Oompa Loompas do primeiro filme, em 1971, eram anões de cabelo verde e pele laranja
Do Alternet
05 de fevereiro de 2019, 21h07

Por Donald Yacovone, no Alternet
Tradução Maurício Búrigo

Um sem-número de norte-americanos cresceu com o cativante livro infantil de 1964, A Fantástica Fábrica de Chocolate (Charlie and the Chocolate Factory), de Roald Dahl, ou com uma de suas duas versões para o cinema –em 1971 e 2005. Quem imaginava, durante esse tempo todo, que esta adoradíssima história estivesse completamente impregnada de mensagens de supremacia branca dignas da Ku Klux Klan? Mas agora sabemos, e é hora de substituir esta narrativa destrutiva por uma que conte verdades restauradoras.

No final de 2018, a Netflix anunciou que vai produzir uma série de animações a partir de 16 contos infantis de Dahl, e o mais célebre dentre eles, A Fantástica Fábrica de Chocolate. Em junho passado, a Newsweek noticiou que Hollywood está considerando ainda uma outra adaptação em filme da história de Dahl, só que desta vez como “uma prequela”, explicando como Willy Wonka “adquiriu suas riquezas e sua legendária fábrica de chocolate”.

Hollywood está considerando uma prequela da Fantástica Fábrica de Chocolate, com o ator afro-americano Donald Glover como Wonka. Será que ele compreende plenamente o que está em jogo?

Invertendo a história de uma maneira que teria chocado Dahl, o novo filme poderá ser estrelado pelo ator, comediante e cantor afro-americano Donald Glover (que bombou ano passado com a canção-denúncia This is America) como Wonka.

A Newsweek citou a viúva de Dahl, Felicity d’Abreu Crosland Dahl, dizendo que a trama original do marido previa que Charlie, o menino que encontra o bilhete dourado que o faz entrar na legendária fábrica de Wonka, fosse “um menininho negro”. Numa entrevista à rádio BBC, ela declarou ser uma “grande pena” que Dahl (que na época era casado com a atriz norte-americana Patricia Neal) tenha se dobrado aos desejos do seu editor e mudado de ideia.

Esta última possível refilmagem iria muito além de qualquer coisa que Dahl pudesse ter imaginado. Mas irá longe o bastante? Donald Glover, ou qualquer outro envolvido nesta nova realização, compreende plenamente o que está em jogo?

A despeito do que Felicity Dahl insinuou, Roald Dahl jamais considerou nenhum papel para negros em sua famosa história que não viesse diretamente da tradição Sambo (livro para crianças do final do século 19 com um personagem negro completamente estereotipado), do imperialismo britânico ou da escravidão. Inclusive os trabalhadores da sua fábrica de chocolate, os Oompa-Loompas, eram escravos.

Os Oompa Loompas desenhados por Faith Jacques para a primeira edição britânica, em 1977

Quando Charlie e os outros quatro portadores do bilhete dourado e seus pais espiam pela primeira vez os Oompa-Loompas, Wonka explica que os trabalhadores não eram feitos de chocolate, mas “são gente mesmo! São alguns dos meus trabalhadores!” Ele tinha importado a pequenina gente negra “direto da África!” Eles pertenciam a “uma tribo de pequeninos pigmeus em miniatura conhecidos como Oompa-Loompas. Eu mesmo os descobri”, Wonka exclamou. “Eu mesmo os trouxe até aqui da África –a tribo inteira deles, três mil ao todo. Encontrei-os na parte deveras mais recôndita e secreta da selva africana, onde nenhum homem branco nunca esteve antes”.

Wonka conta a Charlie e seus companheiros que a tribo estivera passando fome, subsistindo de lagartas verdes, mas que morria de vontade de comer sementes de cacau. “Oh, como suspiravam por elas,” disse. Ele negociou com a tribo e prometeu que, se eles concordassem em “viver na minha fábrica”, poderiam ter todas as sementes de cacau que quisessem: “Pagarei até seus salários com sementes de cacau, se desejarem!”

Então, os pigmeus negros trocaram sua liberdade pela escravidão permanente e todas as sementes de cacau que conseguissem comer. Depois de o chefe da tribo concordar em parar de comer lagartas verdes e trabalhar por “sementes”, Wonka “despachou-os até aqui, cada homem, mulher e criança na tribo Oompa-Loompa. Foi fácil. Eu os contrabandeei em grandes caixas de papelão com buracos, e todos chegaram aqui em segurança”.

Uma vez que a Grã-Bretanha, a mercadora de escravos, havia declarado o tráfico ilegal em 1807, como aludiu Wonka, ele contrabandeou os escravos para dentro da Inglaterra em caixas de embalagens, em condições que parecem tão horríveis quanto as da travessia do Atlântico. E a fim de que ninguém deixasse de entender, as imagens dos Oompa-Loompas no livro, desenhadas por Joseph Schindelman, representavam-nos como Sambos joviais, cobertos de peles de animais, que simplesmente adoravam seu labuta.

Até mesmo um galeão de escravos aparece no livro, propulsado pelos pigmeus que remam num rio de chocolate. Para dar ainda mais ênfase à analogia escrava, Dahl introduziu chicotes no relato, “CHICOTES – TODOS OS FORMATOS E TAMANHOS.” E para quê chicotes? Bem, “para bater o creme, é claro!” (trocadilho com whip –“chicote, açoite”– e to whip –“bater” ovos, creme de leite, etc. N.T.)

“Remem, remem!” Os Oompa Loompas do segundo filme, de 2005, eram africanos

Absorvendo a ideia de que estes pigmeus negros eram propriedade de Wonka, com os quais ele poderia fazer o que quer que fosse, os Oompa-Loompas foram submetidos a experimentos médicos de crescimento de cabelo e testes de produto que transformaram os pequenos pigmeus em mirtilos. A empresa Wonka inteira contava com a escravidão e a completa subordinação racial.

Dahl, como confessou mais tarde, cresceu com um espírito imperialista. Enquanto estava na escola primária, por exemplo, e sonhando com ouro e uma vida aventureira que podia lhe estar reservada na África, comentou: “Às vezes se tem um grande proveito em viajar para países quentes onde os crioulos habitam.”

“Eu os contrabandeei em grandes caixas de papelão com buracos, e todos chegaram aqui em segurança”, disse Willy Wonka. Até mesmo um galeão de escravos aparece no livro, propulsado pelos pigmeus que remam num rio de chocolate

Levou consigo tal opinião à África pouco antes da Segunda Guerra Mundial, quando trabalhou para a Asiatic Petroleum Company (Companhia de Petróleo Asiática) na antiga África Oriental Alemã, então conhecida como Tanganica. Sua empresa imperial e suas experiências com os serviçais que tinha à disposição, os quais designava por “boy” (também sinônimo de “moleque”, entre outras acepções pejorativas. N.T.) e os africanos nativos com quem se deparou, moldariam suas posições raciais e afetariam quase todos seus escritos futuros.

Os Oompa Loompas da versão original de Schindelman em 1964 e depois de branqueados

Mesmo em 1982, muito tempo depois que a NAACP (Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor, na sigla em inglês) tivesse condenado a maneira como ele apresentava os africanos, e após ter suprimido os Oompa-Loompas negros na revisão do livro, o escritor continuou com o mesmo estado de espírito.

No seu primeiro esboço de O Bom Gigante Amigo (The BFG), o gigante amigo na origem desse livro surgia como a pior imitação da figura do Zip Coon  (personagem que zombava dos negros libertos, pintados como arrogantes e falando de forma arrastada, popularizado na canção de G.W. Dixon em black face nos anos 1830. N.T.): um gigante preto, de nariz achatado, com “grossos beiços borrachudos… como duas gigantes salsichas roxas, postas uma em cima da outra”.

Cartaz da canção sobre o Zip Coon, 1830

Pelo menos daquela vez um editor falou abertamente sobre o caso. O então editor de Dahl, Stephen Roxbourgh, da editora Farrar, Straus, and Giroux, denunciou de maneira apropriada a caracterização feita pelo escritor como um “estereótipo insultuoso”. Dahl entregou os pontos, respondendo: “o negócio dos beiços do negro está resolvido”.

Para superar o vil legado de Dahl é necessário o tipo de imaginação que Lin-Manuel Miranda aplicou em seu sucesso arrasador, o musical da Broadway Alexander Hamilton. Mas, para criar uma contra-narrativa da história da origem das Américas que ataque a subordinação racial à supremacia branca, Miranda precisava não apenas de talento e imaginação, mas de percepção, fatos, conhecimento apurado do passado (racial) desta nação. É um propósito elevado, mas não pode ser realizado da maneira certa sem a percepção que a história e o conhecimento trazem.

Para uma análise completa das opiniões de Dahl e seus escritos, ver meu ensaio “Inocência Traída: A Fantástica Fábrica de Chocolate e as Raízes Profundas da Supremacia Branca” (“Innocence Betrayed: Charlie and the Chocolate Factory and the Deep Roots of White Supremacy”).

Donald Yacovone é professor associado no Hutchins Center for African and African American Studies, Harvard University e membro do Athenæum. Este artigo foi publicado originalmente no History News Network.

*APOIE O TRADUTOR: Gostou da matéria? Contribua com o tradutor. Todas as doações para este post irão para o tradutor Maurício Búrigo. Se você preferir, pode depositar direto na conta dele: Maurício Búrigo Mendes Pinto, Banco do Brasil, agência 2881-9, conta corrente 11983-0, CPF 480.450.551-20. Obrigada por colaborar com uma nova forma de fazer jornalismo no Brasil, sustentada pelos leitores.

 


(23) comentários Escrever comentário

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião da Socialista Morena. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

arthur em 14/02/2019 - 17h37 comentou:

EU TO PASSADAAAAAAAAAAAAAAAAA

Responder

ariane em 25/04/2019 - 09h38 comentou:

EU TAMBÉM TO PASSADAA

Responder

MARCOS VINICIUS PEREIRA MOREIRA em 24/07/2019 - 23h35 comentou:

Discordo do post.

Ompa Lompas são criaturas fantasiosas, humanodes, que valorizavam o trabalho e aparentemente gostavam de estar na fabrica.

O ato de participar da manipulação do cacau, atuar nos diversos processos para formar o chocolate, no meu ponto de vista, parecia ser um ato sagrado para eles.

Em varios locais, a fabrica tinha aspecto de floresta. Acredito que não seja algo feito por acaso. Ompa Lompas construiram a fabrica de modo a se tornarem seu proprio paraíso, uma perfeita junção entre o conceito natureza e chocolate. Junção perfeita entre o trabalho edificante e o proposito de vida para eles.

Talvez o Willy não tivesse sido “correto” em pegar uma tribo fantasiosa para trabalhar para ele.. podemos pensar.

Mas temos que lembrar que a própria figura do Willy é bastante esquisita e controversa. O filme propositalmente nos leva a entede-lo como uma figura traumatizada, com sérias dificuldades de empatia e relacionamento com outras pessoas. Uma mente muito racional e desequilibrada emocionalmente que desconta isso no trabalho. Hahaha

Ao meu ver…
As alegações do post, geram análises podem desviar a atenção para os propósitos reais do filme:
– Valor a família, crítica a ganância e alerta para fragilidades do capitalismo e do uso de máquinas para substituir as pessoas. Etc…
– Ausência dos sentimentos dos donos dad fábricas.
– Valorização da humildade e da riqueza não material.

Os filmes também tem elementos interessantes, de pegada psicodélica e e referências de contracultura… em fim.

Desculpem meus erros.. não sei escrever muito bem kkk 😀

Responder

Rodolfo Izidoro em 08/08/2019 - 12h23 comentou:

Sr.Marcos Vinícius Pereira Moreira, interessantíssimo teu ponto de vista.
Parabéns por descordar de um Post sem ser agressivo como tenho visto por aí.

Responder

Max em 28/04/2020 - 14h53 comentou:

Marcos Vinicius,

Vc se equivoca pq o artigo se refere ao livro e não às adaptações cinematográficas. Que, obviamente, como adaptações podem suavizar ou mesmo alterar alguns aspectos da obra.
Roald Dahl tem sua obra estudada na Academia, e há consenso que em alguns aspectos ela é racista, sim.

Responder

Crismacleiton em 12/07/2020 - 10h44 comentou:

Acho que isso é apenas questão de cultura e adaptação de tempo.

Responder

Luana garcia em 12/09/2020 - 22h08 comentou:

Marcos Vinicius ,
Achei muito educado de você ter descorado de um post sem palavrões igual outras pessoas por aí na internet. E também concordo com seu comentário

Responder

Rafael Elarrat em 12/11/2020 - 08h07 comentou:

Eu lembro que senti a mesma coisa que a maioria quando assisti a uma defesa de TCC que abrangia o tema O RACISMO NA OBRA DE MONTEIRO LOBATO. E embora muitos defendam que ele era, sim, racista, penso que essa visão pode vir a ser subjetiva. Eu nunca vi as coisas desse jeito com a história de Charlie e Willy Wonka. Mas lembro que sempre achei estranho o fato dos Oompa-Loompas terem trocado sua liberdade por uma vida de servidão na fábrica, sendo pagos com cacau.

Responder

matheus knopf em 21/08/2021 - 22h31 comentou:

eu pensei que os Oompa-Loompas sofriam preconceito do filme para fazer um trabalho e achei esse post, agora fiquei intrigado com o livro talvez no final da pandemia eu tente comprar na amazon para lelo.

Responder

WILLIAM MORAES CORRÊA em 23/09/2021 - 20h25 comentou:

Eu fico com a primeira versão para o cinema, com a qual eu cresci. Filme maravilhoso, um clássico dos clássicos, com o sensacional e genial Gene Wilder. Um filme nota dez em tudo. A segunda versão, de 2015, é muito fraco se comparado à obra-prima de 1971. O Wonka mostrado era parecia mais um debiloide surtado. No resumo da ópera, Wonka era um gênio, pois idealizou com pureza e maestria uma sensacional fábrica de maravilhas, avante em seu tempo por muits gerações vindouras, onde discriminação, ganância e violência não tinham vez. E as lições morais do filme são fantásticas – como a própria fábrica.
Já sobre o livro, com certeza o escritor era racista sim. Como muitos europeus e norte-americanos. Como muitos brasileiros, inclusive. Estava impregnado no DNA. Como ainda está. Refletiam a realidade da época, situação que até hoje perdura. Com certeza…

Responder

Israel borges em 01/11/2021 - 15h33 comentou:

Na minha opinião, com base ao livro foi totalmente alterado assim criado uma nova história mais tirado do livro certas ideias 💡como sempre todos diretores de filmes eles alteram os roteiros assim podendo ver que o filme quer mostrar, que crianças mal educadas logo não ganhão nada e o culpado são os pais por mimar e que no final do filme a humildade é simplicidade vence, sabe o que aconteceu com o menino que desejou tudo que quis ele viveu feliz para sempre.

Responder

claudia martins em 28/09/2022 - 18h56 comentou:

Interessante o post! Eu acho a obra fantasiosa dimais, acho que não tem parâmetros para medi-lá com nosso mundo…

Responder

Henrique Silva em 09/01/2023 - 09h55 comentou:

Não é sobre o filme é sobre o livro, a história real q teve q ser adaptada!! Pq realmente eu já achava os Oompa Loompas escravos kkkk
Agora depois de conhecer a real história(livro)

Mas o filme é legal

Responder

Alexandre em 07/11/2023 - 01h47 comentou:

Pelo que eu entendi, uma história não pode retratar de forma subliminar a escravidão?
As crianças não podem saber que nós fizemos isso?
O medo é que elas façam de novo?

Será que não é importante que elas saibam para não fazer de novo?
Ou é melhor que elas não saibam para não terem a idéia novamente?

Falar a verdade e aprender com ela?
Ou econbrir a verdade e deixar que elas aprendam sozinhas?

Responder

Alexandre em 07/11/2023 - 01h57 comentou:

O fato é que a história foi escrita em um momento em que não se podia falar diretamente sobre a escravidão. Então foi por isso que o autor colocou de forma subliminar.
Não foi porque ele está agindo a favor da escravidão.

Só queria falar sobre ela e fazer as pessoas analisarem sobre ela em seu pensamentos.
Olhar para a escravidão e como ela aconteceu, só dá medo em quem não sabe entender porquê ela aconteceu.

Responder

Alexandre em 07/11/2023 - 02h06 comentou:

Vamos aprende a interpretar a arte. Igual Elis Regina falava sobre como a ditadura era parecida com a “geração ultrapassada”, mas se falar a palavra “ditatura”

Responder

gaiusgaius em 10/12/2023 - 12h01 comentou:

Sério isso? Você quer comparar as críticas a ditadura com apologia a escravidao e supremacia branca que o autor defendia? O próprio autor se referiu as pessoas de cor de países tropicais de crioulos. Tome vergonha na cara!;

Responder

gaiusgaius em 10/12/2023 - 12h09 comentou:

Alexandre, falso sua fala! Nunca houve uma proibição de discutir a escravidão ou outros temas sensíveis na sociedade. No entanto, é importante reconhecer que o racismo, a supremacia branca, a homofobia e outros preconceitos dominaram e continuam a influenciar a sociedade.

Autores, como o autor de “A Fantástica Fábrica de Chocolate,” são apenas exemplos de indivíduos que expressaram suas visões preconceituosas em suas obras. Abordar essas questões de forma crítica é essencial para promover a conscientização e a mudança social.

Responder

gaiusgaius em 10/12/2023 - 12h10 comentou:

Alexandre, Uma obra pode abordar temas como a escravidão e o preconceito de maneira construtiva, combatendo essas práticas em vez de incentivar ou atacar alguém. Ao apresentar esses temas com sensibilidade e empatia, a obra pode desafiar as normas discriminatórias, promovendo a compreensão e a conscientização. A intenção é não perpetuar estereótipos prejudiciais, mas sim inspirar reflexão e contribuir para a quebra de barreiras culturais, educando o público sobre a importância da equidade e da justiça social.

Responder

gaiusgaius em 10/12/2023 - 12h16 comentou:

Rafael… O preconceito nunca pode ser considerado uma forma subjetiva de se enxergar; é uma questão objetiva e que afeta profundamente as relações sociais. Obras como as de Monteiro Lobato são notórias por conterem falas racistas, como ao associar a cor da pele da personagem Anastácia à sujeira de carvão. O próprio autor, na mesma linha de muitos de sua época, fazia apologia à eugenia e à supremacia branca.

Analogias preconceituosas, como as presentes em “A Fantástica Fábrica de Chocolate,” refletem o contexto discriminatório da época em que foram produzidas, destacando a importância de analisarmos criticamente obras literárias à luz dos valores contemporâneos e da busca por uma sociedade mais inclusiva.

Responder

gaiusgaius em 10/12/2023 - 12h30 comentou:

Senhor Marcos Pereira. Ninguém está falando dos filmes que cortaram e tiraram as partes podre do livro e deixaram ou colocaram outras coisas para melhorar já que seria inaceitável para o mundo moderno. “A Fantástica Fábrica de Chocolate,” escrita por Roald Dahl, é uma obra que, infelizmente, carrega consigo estereótipos racistas e representações problemáticas. O autor retrata personagens negros, como os Oompa-Loompas, de maneira estereotipada em suas ilustrações originais, refletindo a mentalidade predominante em sua época. Embora a narrativa contenha algumas mensagens positivas, é crucial reconhecer e confrontar os problemas preconceituosos presentes na obra.

As ilustrações originais dos Oompa-Loompas apresentam estereótipos prejudiciais que perpetuam visões simplificadas e caricaturadas de pessoas negras. Essa representação, somada a outras falas e elementos da obra, evidencia a presença de preconceitos arraigados na narrativa.

Quando se considera as adaptações cinematográficas, é importante notar que os filmes muitas vezes optam por omitir aspectos problemáticos do livro. Essa seleção seletiva pode resultar em uma representação mais palatável da obra para o público, mas também significa que partes da narrativa original, que perpetuam a apologia ao racismo e preconceito, são deixadas de lado.

A crítica às representações preconceituosas em “A Fantástica Fábrica de Chocolate” não busca anular mensagens positivas que a obra possa conter, mas sim promover uma discussão mais profunda sobre como lidamos com criações artísticas que possuem tanto elementos valiosos quanto problemáticos. Reconhecer as falhas e confrontar esses estereótipos é um passo fundamental para uma apreciação mais consciente e crítica da obra, permitindo um diálogo enriquecedor sobre inclusão e representatividade na cultura.

Responder

gaiusgaius em 10/12/2023 - 12h31 comentou:

Luana… “A Fantástica Fábrica de Chocolate,” escrita por Roald Dahl, é uma obra que, infelizmente, carrega consigo estereótipos racistas e representações problemáticas. O autor retrata personagens negros, como os Oompa-Loompas, de maneira estereotipada em suas ilustrações originais, refletindo a mentalidade predominante em sua época. Embora a narrativa contenha algumas mensagens positivas, é crucial reconhecer e confrontar os problemas preconceituosos presentes na obra.

As ilustrações originais dos Oompa-Loompas apresentam estereótipos prejudiciais que perpetuam visões simplificadas e caricaturadas de pessoas negras. Essa representação, somada a outras falas e elementos da obra, evidencia a presença de preconceitos arraigados na narrativa.

Quando se considera as adaptações cinematográficas, é importante notar que os filmes muitas vezes optam por omitir aspectos problemáticos do livro. Essa seleção seletiva pode resultar em uma representação mais palatável da obra para o público, mas também significa que partes da narrativa original, que perpetuam a apologia ao racismo e preconceito, são deixadas de lado.

A crítica às representações preconceituosas em “A Fantástica Fábrica de Chocolate” não busca anular mensagens positivas que a obra possa conter, mas sim promover uma discussão mais profunda sobre como lidamos com criações artísticas que possuem tanto elementos valiosos quanto problemáticos. Reconhecer as falhas e confrontar esses estereótipos é um passo fundamental para uma apreciação mais consciente e crítica da obra, permitindo um diálogo enriquecedor sobre inclusão e representatividade na cultura.

Responder

gaiusgaius em 10/12/2023 - 12h35 comentou:

“A Fantástica Fábrica de Chocolate” traz consigo estereótipos racistas que refletem a mentalidade de seu tempo, incluindo ilustrações originais que retratam personagens negros de maneira estereotipada, como os Oompa-Loompas. Embora a obra contenha algumas mensagens positivas, é crucial reconhecer e confrontar os problemas preconceituosos presentes. Vale ressaltar que os filmes baseados no livro não reproduzem fielmente todas as facetas da obra original, muitas vezes omitindo elementos de apologia ao racismo e falas discriminatórias presentes nas histórias do autor. Dessa forma, é essencial abordar criticamente tanto a obra literária quanto suas adaptações, promovendo discussões que busquem uma compreensão mais completa e consciente dessas narrativas.

Responder

Deixe uma resposta

 


Mais publicações

Cultura

Mês da Consciência Negra: 10 docs sobre artistas negros para assistir no Netflix


Para conhecer, conscientizar e inspirar as novas gerações de talentos

Politik

12 coisas banais que podem fazer você levar um tiro se for negro nos…


Por Narjas Zatat, no Independent 1. Carregar um caminhão de brinquedo Charles Kinsey, um terapeuta que estava tentando ajudar seu paciente autista, foi baleado pela polícia na quarta-feira 20. O paciente dele estava segurando um…