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Senadores da oposição CENSURAM discurso de Nobel da Paz que denunciou golpe no Brasil

Prêmio Nobel da Paz de 1980, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, de 84 anos, teve sua fala no Senado censurada a pedido de senadores da oposição, após denunciar que há uma tentativa de golpe no Brasil. “Venho ao Brasil trazendo a solidariedade e o apoio de muita gente na América Latina para que se respeite a […]

Cynara Menezes
28 de abril de 2016, 17h00
dilmaesquivel

(Esquivel e Dilma. Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Prêmio Nobel da Paz de 1980, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, de 84 anos, teve sua fala no Senado censurada a pedido de senadores da oposição, após denunciar que há uma tentativa de golpe no Brasil. “Venho ao Brasil trazendo a solidariedade e o apoio de muita gente na América Latina para que se respeite a continuidade da Constituição e do direito do povo de viver em democracia. Há grandes dificuldades de um golpe de Estado, que já  aconteceu em outros países do continente, como Honduras e Paraguai. Espero que saia o melhor deste recinto para o bem da democracia e da vida do povo do Brasil”, disse Esquivel, da tribuna da Casa.

Imediatamente, os senadores da oposição exigiram que o discurso inteiro fosse retirado das notas taquigráficas, mas o senador Paulo Paim, do PT gaúcho, que presidia a sessão, ordenou apenas a exclusão da palavra “golpe”. O tucano Ataídes Oliveira, do Tocantins, disse que a fala de Esquivel “não deveria ter sido permitida” e chegou a sugerir uma moção de censura. Cássio Cunha Lima, do PSDB da Paraíba, disse que apenas senadores deveriam ter direito à palavra. “Vou trazer um convidado meu, que não tem voto popular e que fará um discurso?”, criticou Cunha Lima, aparentemente esquecendo que a dissidente cubana Yoani Sánchez discursou na Congresso a convite da oposição, em 2013.

Alguns senadores da oposição se queixaram que Pérez Esquivel estivesse se imiscuindo em assuntos internos brasileiros, também mostrando fraca memória, já que uma comissão liderada por Aécio Neves e Ronaldo Caiado chegou a ir à Venezuela em junho do ano passado para tentar se meter na política do país. Acabaram hostilizados e retornaram a Brasília.

Pouco antes de ir ao Senado, o Nobel argentino se encontrara com Dilma no Palácio do Planalto e criticara o “golpe brando” em curso no Brasil. “Está muito claro que o que se está preparando aqui é um golpe de Estado encoberto, o que nós chamamos de um golpe brando”, afirmou Esquivel. Na opinião dele, não há diferença entre a tentativa de derrubar Dilma com o que ocorreu com o presidente hondurenho Manuel Zelaya, em 2009, e o paraguaio Fernando Lugo, em 2012. “Agora, a mesma metodologia, que não necessita das Forças Armadas, está sendo utilizada aqui no Brasil. A metodologia é a mesma, não há variação”.

O alvo dessa nova modalidade de golpe, segundo ele, são os países com políticas sociais. “Seria um retrocesso muito grave para o continente. Sou um sobrevivente da época da ditadura. Nos custou muito fortalecer as instituições democráticas. Aqui se está atacando as instituições democráticas”, disse o Nobel argentino, que contou também da “preocupação” do papa Francisco com a crise brasileira. “O papa Francisco está muito preocupado com o que acontece aqui no Brasil.”

O que a oposição e a mídia brasileira estão planejando? CALAR todas as vozes que vierem falar em golpe? Vão começar a torturar também?

Não adianta censurar, já está na rede!

 


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