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Cultura

A carta-manifesto de Flávio Migliaccio é um alerta sobre o mundo em que vivemos

Ocultar dos brasileiros o derradeiro protesto do ator seria um insulto à sua memória e à luta de sua geração pela democracia

O ator Flávio Migliaccio em cena em "Confissões de Um Senhor de Idade", em 2018. Foto: Neia Faria/divulgação
Cynara Menezes
05 de maio de 2020, 18h28

“Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à questão fundamental da filosofia”, diz Albert Camus nas célebres primeiras linhas de seu Mito de Sísifo, o livro onde resolve encarar o tabu de dar cabo à própria vida como um fenômeno individual, não social. Decidir seguir ou parar é um dilema, antes de tudo, pessoal, Camus defende. “Um gesto como este se prepara no silêncio do coração, da mesma forma que uma grande obra.”

Alguns argumentam que divulgar a carta acionaria “gatilhos” em pessoas com depressão. Entendo, mas não compartilho dessa opinião. Ocultar uma carta que o ator escreveu com o propósito de que viesse à luz seria um insulto à memória e à inteligência de Flávio Migliaccio

Quem sou eu para sondar os mistérios que levaram Flávio Migliaccio a se matar aos 85 anos de idade? O que sei é que, há pelo menos três anos, o ator dava sinais de, homem inteligente, estar questionando sua existência, sua razão de estar neste mundo. Sua última peça, Confissões de Um Senhor de Idade, que ele mesmo escreveu, dirigiu e protagonizou em 2017, mostra exatamente isso: um ser humano no final da jornada olhando para dentro de si e tentando entender, digerir a trajetória que o levou até ali.

Um sentimento normal, trivial em qualquer um que tem a sorte de chegar à “terceira idade”, nas mãos do artista se transformou em obra-prima. A peça, autobiográfica, percorre da infância à velhice do ator, em pleno domínio de suas faculdades mentais e, arrisco dizer, no auge de sua capacidade intelectual. Flávio, o personagem e alterego, em diálogo com Deus na escuridão do quarto, demonstra perplexidade diante do planeta e do país. Reflete sobre a carreira. Manifesta saudades profundas dos pais e da irmã, Dirce Migliaccio, um ano mais velha e também atriz brilhante, que se foi em 2009. Flávio carrega “o sentimento do mundo”, no dizer de Drummond. Sobre o tablado, emociona e ao mesmo tempo faz rir com suas dores e dilemas, virtudes do gênio.

Muita gente se sentiu indignada com a divulgação da carta-manifesto deixada pelo ator após seu suicídio. Invocam “protocolos” da OMS e de conselhos de psicologia que desaconselham divulgar cartas suicidas para não influenciar mais gente a fazer o mesmo, ainda mais num momento como este de pandemia, em que nos encontramos todos em isolamento social. Divulgar a carta acionaria “gatilhos” em pessoas com histórico de depressão. Eu entendo, mas não compartilho dessa opinião. Ocultar uma carta que o ator escreveu com o claro propósito de que viesse à luz seria um insulto à memória e à inteligência de Flávio Migliaccio.

Manuscrito com letra firme e deixado à vista sobre uma mesinha exatamente para que fosse encontrado, o relato breve de despedida diz o seguinte: “Me desculpem, mas não deu mais. A velhice neste país é o caos como tudo aqui. A humanidade não deu certo. Eu tive a impressão que foram 85 anos jogados fora num país como este. E com este tipo de gente que acabei encontrando. Cuidem das crianças de hoje!” Não se trata de uma “carta suicida”, mas de um protesto, um apelo, uma súplica. Um documento histórico dos tempos atuais.

A carta deixada pelo ator. Foto: reprodução

Vivemos numa época tão rasa em termos de pensamento que optou-se pela crítica à divulgação da carta em vez de se destacar o valor das palavras contidas nela. Quando Flávio fala, por exemplo, de a velhice ser “um caos” no Brasil, impossível dissociar da maldita reforma da Previdência ou do profundo desprezo de nossos atuais governantes pelos idosos, a ponto de reduzirem o Covid-19 a uma doença que “só mata velho”. Ou ainda do fato de termos um ministro da Saúde que já defendeu como médico que, entre um paciente jovem e um idoso, não há dúvidas sobre qual priorizar.

O coronavírus evidenciou nossa “velhofobia”, como definiu, com perfeição, a antropóloga e escritora Mirian Goldenberg, da UFRJ, em entrevista à BBC Brasil. “Estamos assistindo horrorizados a discursos sórdidos, recheados de estigmas, preconceitos e violências contra os mais velhos. Esse tipo de discurso já existia antes da pandemia: os velhos são considerados inúteis, desnecessários e invisíveis. Mas agora está mais evidente. Políticos, empresários e até o presidente da República já vieram a público dar declarações ‘velhofóbicas'”, disse. Bolsonaro chegou a defender que apenas os idosos fossem isolados.

Vivemos numa época tão rasa em termos de pensamento que optou-se pela crítica à divulgação da carta em vez de destacar o valor das palavras contidas nela. Não é uma “carta suicida”, é um manifesto, um apelo, uma súplica. Um documento histórico dos tempos atuais

Às vezes me pego pensando que sinto alívio de que Elis Regina não esteja viva para assistir o Brasil entregue de volta aos “gorilas”, como ela chamava os militares contra quem lutou. Elis teria hoje 75 anos… Ou para assistir às “bestas-feras” governando o mundo, como disse Flávio Migliaccio em sua peça, diante de uma foto de Donald Trump. “A gente está sendo castigado, é muita besta-fera que está aparecendo.” O desgosto dele era visível.

Me corta o coração ver todos estes artistas, hoje septuagenários ou octogenários como Flávio, que batalharam e arriscaram a pele durante anos para que a democracia fosse reinstaurada no país, assistindo ao que o Brasil se tornou… Beth Carvalho, Aldir Blanc, Moraes Moreira já se foram, sem direito a sequer uma nota de pesar de um governo que despreza abertamente a classe artística. Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Fernanda Montenegro estão aí, vivenciando o retorno, pelas urnas, do que tanto combateram. Não é para qualquer um questionar a razão de sua existência?

Não é só a depressão que leva ao suicídio. O desespero, o desencanto, também levam. Na Alemanha hitlerista, houve ondas de suicídios, primeiro entre os judeus alemães perseguidos pelo nazismo e, depois da derrota, entre os próprios alemães “arianos”. Suicídios também podem ser uma forma de rebelião, como aconteceu no Vietnã do Sul em 1963, quando o monge Thích Quảng Đức ateou fogo às próprias vestes para chamar a atenção para a repressão dos budistas pelo regime de Ngô Đình Diệm. Acaso sua atitude não é digna de respeito?

Foto: Malcolm Browne/AP

Quando, em sua carta, Flávio Migliaccio lamenta o “tipo de gente” que acabou encontrando nesta vida, como não pensar nos bárbaros de verde e amarelo domingo em Brasília, sem máscara e sem respeito algum pelos mortos pelo coronavírus, a endeusar seu “mito” irresponsável enquanto agrediam jornalistas? Não tem como não perder a fé diante da vida, do futuro, presenciando espetáculos macabros como estes. Quem está criticando a divulgação da carta quer o quê? Que escondamos a absoluta miséria moral, material e espiritual em que nos encontramos em 2020 para que isso não provoque “gatilho”? Se não querem gatilhos, que comecem tirando Bolsonaro de lá.

Quem está criticando a divulgação da carta quer o quê? Que escondamos a absoluta miséria moral, material e espiritual em que nos encontramos para que isso não provoque “gatilho”? Se não querem gatilhos, que comecem tirando Bolsonaro de lá

Nós que temos mais de meio século sofremos com o país, mas olhamos para trás e vemos uma vida inteira. Já vimos o Brasil em tempos melhores e mais felizes. Mas e os nossos filhos? Nossos netos? O que será deles num mundo tão desesperançado como este? “Cuidem das crianças de hoje!”, Flávio suplicou ao final de sua carta amorosa. Divulgá-la não é só defensável, é importante, necessário, fundamental. É uma questão de justiça à vida dele e à sua história, assim como de muitos de sua geração.

Flávio Migliaccio saiu de cena para entrar na História. Viva Flávio!

 


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(87) comentários Escrever comentário

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Rita Silveira em 05/05/2020 - 18h59 comentou:

Belo texto. Concordo plenamente com a abordagem. Flávio Migliaccio é pleno de razão. O Brasil de hoje tripudia, escarnece e tortura o povo. Há muito o que contestar até que a humanidade decida se reinventar e assumir sua condição de humana.

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Gláucio Amaral em 05/05/2020 - 19h03 comentou:

Ótimo texto. Parabéns pela forma como vc linkou a questão do suicídio com os tempos obscuros de hoje.

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Teruska Bickel em 05/05/2020 - 19h30 comentou:

O suicídio e uma escolha. Muitas vezes uma escolha racional, fria e bem pensada. Não é só o desespero. É uma decisão calculada. Flávio decidiu. E teve coragem suficiente para o ato final. Tenho um pouco de inveja.

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Andréa Glória em 05/05/2020 - 22h01 comentou:

Viva, Flávio! Que siga em paz nosso querido e maravilhosos artista! Tristeza o que estamos vivendo! Essa onda traiçoeira tem que passar! Força e fé!

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Rita de Cassia Chinelate em 05/05/2020 - 23h49 comentou:

Concordo com tudo o q vc publicou. Mas apenas um pequeno lembrete,perdemos tbm um dos maiores nomes da MPB q bolsoasno em sua ignorância e estupidez declarou ser “uma pessoa conhecida”:João Gilberto.

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Fraga em 06/05/2020 - 00h47 comentou:

Eu fiquei pessoalmente abalado pelo suicídio do ator.
Cynara parabéns pelo artigo.
Seu admirador.
Atenas_Fracca

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Ryan Sasso em 06/05/2020 - 02h19 comentou:

Cynara excelente texto e análise,sou jovem e muitas vezes me pego nessa indignação e desesperança com o que o país vem passando,com o atraso e a ignorância que parece ter dominado o Brasil. Mas espero um dia ver o país melhor no sentido democrático,mais justo,com desenvolvimento social ,que valorize a cultura e a humanidade das pessoas,essa é a luta.E não é possível que isso não vença o obscurantismo e o fascismo que atravessamos.

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José Hélder Brauna da Silva em 06/05/2020 - 04h23 comentou:

Fico triste pelo Flávio, sua carta diz tudo que estão fazendo com o nosso povo. Parabéns pelo texto. Tem 55anos fico cada vez mais apreensivo com o correr dos anos, se nos tratam assim hoje, imaginemos daqui a trinta anos.

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Dila Ferreira em 06/05/2020 - 05h48 comentou:

Você, me emocionando já às 5h da manhã…
É triste demais ver o imenso número de mortes por Covid-19, mas a saída de Flavio Migliacio é mais triste porque simbiliza a morte de uma nação. Com Flávio, morre o pouco de esperança que nos resta.

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Claudio jacinto de lims em 06/05/2020 - 06h54 comentou:

Simplismente verdadeiro e marsvilhoso tudo que foi escrito!

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Ludmila em 06/05/2020 - 07h28 comentou:

Parabéns! Que texto incrível. A morte desse homem, em um contexto de desesperança pelo que se vi hoje, não pode ser apenas mais uma, precisa servir sim de reflexão para todos nós.

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Paulo em 06/05/2020 - 08h16 comentou:

Nossa !!!
Parabéns pela lúcida interpretação do episodio marco dos nossos tempos atuais. Flavio deixou-nos com um nó na garganta …e me sinto contemplado com suas sabias e sensíveis palavras . Foi a Melhor reflexão para abrir meu dia. Obrigado

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Edson Germano em 06/05/2020 - 08h48 comentou:

Sempre destacando oportunistas para combater o presidente.
Quando roubaram, saquearam o país,deixaram a saúde nessa lastimável situação, que exemplo deram para nossa juventude?
Me desculpe, vc deveria refletir melhor e não se aproveitar desse momento de tristeza da perda de uma vida, para colocar esse seu comentário tão sem nexo!

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Luis angelo em 06/05/2020 - 08h56 comentou:

Nao pode misturar um suicidio com politica! Quem convive com pessoas com tendencias suicidas sabe o quanto essas pessoas sofrem. As vezes por motivos para nos pequenos , mas para eles sao grandes. O senhor flavio estava doente sera que nao faltou alguem ao seu lado nessa hora ? Pessoas depressivas precisam de pessoas ao seu lado dando força nessa vida que nem sempre é facil.

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Jorge Luis Apaixonado Matheus em 06/05/2020 - 08h57 comentou:

Fica Em Casa

PAX!!!

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Antonio pereira em 06/05/2020 - 09h20 comentou:

Existem dois momentos importante na vida, primeiro quando nasce, segundo quando descobre, para que.

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Izabel Benedita de Fátima Oliveira em 06/05/2020 - 09h25 comentou:

Foi exatamente assim que li a carta de “despedida ” do ator Flávio Migliacio , não despedida e assim um protesto consciente da atual conjuntura política do Brasil. Comandado por um psicopata e seus asseclas fanáticos e desvairados .

Responder

SAMUEL DE SA BARRETO em 06/05/2020 - 09h41 comentou:

Crônica perfeita e com uma tremenda carga de verdades e emoção.

Amorosamente

Não é que eu esteja incomodado
Muito menos querendo o que nem sei,
Mas sei muito pouco daquilo ou aquilo
Que em mim nunca foi a minha meta.

As ruas continuam com gente e coisas,
Os agentes de um novo tempo marcados
Pela ganância infinda dos homens…
A carruagem do tempo ainda não passou.

Reparo vagarosamente a pressa das pessoas,
Cada uma sempre querendo alguma coisa
Buscando um lugar ao sol na sombra de alguém,
Alguém anota o seu plano para amanhã.

A humanidade tem fome de querer saber,
Mas ela também come demais tudo aquilo
Que poderia ter partilhado com a natureza.
O coração do planeta pulsa descompassado.

Um dia quis deitar com as tantas estrelas
Só que a lua é ciumenta demasiadamente,
As vezes ela não entende o sentido da partilha.
Quero plantar o amor no coração das pessoas.

Samuel Barrêto

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Ulisses Adirt em 06/05/2020 - 10h48 comentou:

Obrigado, Cy. Isso foi lindo e necessário. Obrigado por ressaltar a velhofobia esquecida em quase qualquer texto que eu li sobre o assunto.

Responder

Rita Colaço em 06/05/2020 - 11h21 comentou:

Nesse momento em que você vem sendo bombardeada por defender o direito político ao suicídio e o de divulgar a carta-manifesto do Flávio, me sinto com o dever (por coerência e posição política) de trazer aqui minha opinião.

Me sinto contemplada com o seu texto. O suicídio, como você destacou, é também, ação política e, acrescento, gesto de profunda liberdade. E, antes que as adeptas da crítica fácil venham com a sua lenga-lenga, mata mais esse insano na presidência do que a divulgação do manifesto de Flávio. E eu tive 2 suicídios na família. Sei bem a dor que é.

Responder

isa em 06/05/2020 - 11h42 comentou:

Disparou meu coração com este texto, morocha.
Lindo, profundo, ao mesmo tempo dolorido.
Viver nestes tempos,ser antiga e amorosa,
somente para os extremamente fortes.
Ou os insensíveis.
Chegarei aos setenta este ano?
Não sei, não sabemos.
Que a carta do artista seja divulgada.
Para todos.
Flávio Migliaccio, presente!

Responder

ROSEMARI KRAFT em 06/05/2020 - 12h23 comentou:

Desculpe… estava indo muito bem falando sobre o Flávio… sobre a velhice. Mas, quando começou a levar para o lado político confesso perdi a vontade de compartilhar. Ser velho e desrespeitado nesse pais nao é um agravo so no governo atual… SEMPRE foi… nao sou Bolsonaro… votei nele sim, mas como protesto. Nao aguentava mais… tudo que vc relatou é real mas nao seja tao contemporâneo assim … os velhos sempre foram esquecidos … faz parte dessa Cultura que precisa ser mudada… essa mudança comeca dentro de nossas casas, na educação que passamos aos nossos filhos.

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Sueli Bonafé em 06/05/2020 - 12h41 comentou:

Cynara, admiro muito seu trabalho, suas opiniões, sua posição diante deste desgoverno ao qual estamos submetidos. No entanto, diante das circunstâncias de pandemia, de isolamento, de sentimento de medo de morte iminente , especialmente da divulgação em massa e alarmante, sobre a condição de vulnerabilidade dos idosos, acredito que seria muito mais adequado difundir palavras de esperança e de crença num futuro mais promissor, visto que até o próprio Flávio deixou esta esperança registrada nas suas últimas linhas: cuidem das nossas crianças, ou seja, do futuro. Evidentemente, o Flávio esteve em profundo desespero, fato que justifica sua atitude. Escreva algo que traga esperança ao ser humano, sei que vc pode fazer isso! Pense na luta para formar pessoas politicamente esclarecidas, nos diversos movimentos comunitários de ajuda, nos profissionais que estão lutando para salvar vidas, nos jornalistas entregando as notícias para informar o público, os militantes que procuram alternativas para resistirmos a todas essas insanidades políticas que estamos sofrendo. Pense na Fernanda Montenegro, que não se curvou diante da situação atual. Faça isso! Por favor! Ofereça uma luz azul de esperança para àqueles que estão trancados em casa com uma data de nascimento antiga.

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Daisy Alves Manzano em 06/05/2020 - 13h57 comentou:

Penso q ele poderia fazer mais pelo Brasil, se estivesse VIVO.

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Katia Teivelis em 06/05/2020 - 14h39 comentou:

Concordo, com a maioria das coisas que Flavio Migliaccio disse na carta. Tb acho que esse fato deveria ser mais divulgado. Só não concordo( lamento) culminar no suicidio. Se ele desse valor para a vida que teve, e sua trajetória, provavelmente ainda estaria entre nós, revoltado, crítico, como fosse. Grande pena!

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Rafael Lima em 06/05/2020 - 14h51 comentou:

Olha só…. você tá esquecendo que é a carta de uma pessoa QUE TIROU A PRÓPRIA VIDA.

Quando você diz que o BRASIL tirou a vida dele, que ele TEM RAZÃO de se sentir assim, que a gente PRECISA EXPOR AO MUNDO como ele estava se sentindo…..

… você tá dizendo que ele tem razão em tirar a própria vida.

Uma pessoa conhecida, com uma carreira bem-sucedida, tem razão em tirar sua vida.

Você sabe QUE PORRA isso faz com a cabeça de quem já tem ideações suicidas, já se sente um lixo, já pensa em tirar a própria vida faz algum tempo?

Sejam responsáveis, cacete. Acho que a militância é válida, mas não a partir de um suicídio, caramba. Isso é tão irresponsável quanto o desgraçado do saco de bosta que colocaram pra ser presidente do país estar mandando as pessoas irem pra rua no meio da pandemia.

SEJAM RESPONSÁVEIS coma vida dos outros!

Responder

Narciso Santos em 06/05/2020 - 15h18 comentou:

A questão defendida pelo autor é a burguesia , o povo cansou de ser explorado por essa classe hipócrita como o próprio autor defende, quem criou a velhofobia , foi o mimimi , chega de abismos entre as classes sociais .
Sugestão descabida tirar o presidente honesto e voltar a velha ,Lula , PT , PSDB , esses sim “valorizavam” a casta artística.

Responder

Magali em 06/05/2020 - 15h22 comentou:

Sinto-me triste pela partida de Flávio! Da para ler nas entrelinhas de sua carta o que fez para sair desta vida. Que Deus o receba em sua santa glória. Sou idosa também e às vezes fico deprimida sem ver luz no fim do túnel. Mas, tenho fé e trago Deus no coração. Ele é a minha fortaleza!

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GIL CLEBER DUARTE CARVALHO em 06/05/2020 - 16h38 comentou:

Que a humanidade não deu certo já sabemos desde o dilúvio. O século XX foi exemplar: uma ascensão científica extraordinária associada a uma verdadeira decadência no campo das artes e o apogeu da monstruosidade no cenário político: nesse século de grandezas e misérias temos o prazer de constatar o surgimento de homens como Albert Einstein, Niels Bohr, Erwin Schrodinger, Werner Heisenberg, Stephen Hawking, Edward Witten, dentre tantos outros cientistas brilhantes; e o horror de ver proliferar toda sorte de facínoras, como Lênin, Stálin, Hitler, Mao, Idi Amin, Pol Pot, Fidel…
Embora seja possível compreender o desencanto do ator (desencanto do qual compartilho) é preciso não deixar de considerar que seu gesto final foi um ato também de egoísmo: a perda de um artista como ela é uma lástima, e se essa perda ocorre antes do tempo é ainda pior. É de pessoas idôneas que o mundo precisa, e não de hipócritas e mentirosos; portanto, quando ele resolve abandonar o barco, trata-se de um gesto que tende a deixar o barco ainda mais à deriva. Que morram os facínoras, os hipócritas, os mentirosos e os artistas e cientista vivam para criar um mundo pelo menos aceitável.

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Wilma.ary em 06/05/2020 - 16h58 comentou:

Agradeço a publicação da carta de Flávio Migliaccio. Desde que soube de sua morte perguntei como, porque? A carta responde a tudo. Não sou a favor do suicídio, mas as razões da atitude dele são importantes pra nós sabermos que muitos estão sofrendo com o que estamos vivendo. Deus proteja ao Flávio onde ele estiver.

Responder

EUGENIO DRUMOND em 06/05/2020 - 17h18 comentou:

Pôr fim à própria existência sempre será um tabu para os vivos. Vale lembrar a carta de Paul Lafargue, genro de Karl Marx. Talvez Camus o tenha citado, não sei.
Segue rápida biografia e a missiva suicida. A fonte: Wikipédia.

Paul Lafargue (Santiago de Cuba, 15 de janeiro de 1842 — Draveil, 26 de novembro de 1911) foi um revolucionário jornalista socialista franco-cubano, escritor e ativista político.
Lafargue foi genro de Karl Marx, casando-se com sua segunda filha Laura. Seu mais conhecido trabalho foi O Direito à Preguiça, publicado no jornal socialista L’Égalité. Nascido em Cuba numa família franco-caribenha, Lafargue passou a maior parte de sua vida na França, e um período na Inglaterra e Espanha. Aos 69 anos de idade ele e Laura morreram juntos em um pacto de suicídio.
Antes de morrer, Lafargue deixou uma carta, explicando o suicídio:[1]
“ Estando são de corpo e espírito, deixo a vida antes que a velhice imperdoável me arrebate, um após outro, os prazeres e as alegrias da existência e que me despoje também das forças físicas e intelectuais; antes que paralise a minha energia, que quebre a minha vontade e que me converta numa carga para mim e para os demais. Há anos que prometi a mim mesmo não ultrapassar os setenta; por isso, escolho este momento para me despedir da vida, preparando para a execução da minha decisão uma injeção hipodérmica com ácido cianídrico. Morro com a alegria suprema de ter a certeza que, num futuro próximo, triunfará a causa pela qual lutei, durante 45 anos. Viva o comunismo! Viva o socialismo internacional!.!

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Tânia Regina Silva de Santana em 06/05/2020 - 18h34 comentou:

Eu concordo plenamente com as últimas palavras de Flávio, sou uma admiradora de seu trabalho exemplar.
Acho que esse mundo não tem mais jeito, triste fim mas suas poucas palavras resumem o caus que o mundo e os idosos vivem..
Sem mais….
Tenho 55 e adorava seu programa Shazam e xerife.

Responder

Juliana Monteiro de Andrade em 06/05/2020 - 18h38 comentou:

Quem nunca?
Deixar o destino nas mãos de quem não quer ver sua vida prosseguindo, vendo a idade ser
tratada como fardo?
Eu escolho o direito à escolha, muito mais digna do que esperar pelo sofrimento inevitável aliado à solidão, ao abandono.
Não escolho a morte, não sou um samurai, não sei se é um ato de coragem ou de covardia, deixo as discussões filosóficas, religiosas e etc pra quem ainda tem fôlego, não importa
Quanto aos censores de plantão, eu quero que vão TODOS pro inferno!

Responder

Alessandro em 06/05/2020 - 19h36 comentou:

Que belíssimo texto, mas ao mesmo tempo em memorial a Flávio, PARABÉNS descanse em PAZ 🙏

Responder

Michele em 06/05/2020 - 19h39 comentou:

Perfeito! Parabéns, a carta tem que ser divulgada sim, viva Flávio!

Responder

Helio em 06/05/2020 - 20h17 comentou:

Grande Flávio! O conheço desde quando fazia dupla com o ator Paulo José, no seriado Xazan e Xerife.

Responder

Sérgio Pereira em 06/05/2020 - 20h56 comentou:

Quando ele escreve da impressão de ter jogado fora seus 85 anos de vida, tenho certeza que não está se referindo somente ao último ano de sua vida! Pense nos últimos 30 também que fizeram o país chegar onde esta!

Responder

Marcel Sérgio Albino em 06/05/2020 - 21h39 comentou:

Triste, pois tudo começa com as crianças, com o educar, educadores, universidades, educação de base, bem estar e aí sim não estaríamos aqui, tristes pelo seu Flávio!😔

Responder

PAULO DE TARSO CELEBRONE em 06/05/2020 - 22h02 comentou:

Sempre te vejo no 247. AbraSUS.

Responder

Torres em 06/05/2020 - 23h47 comentou:

Democracia ? Esse suicídio é solidão. Falta de amigos e amor. Onde estava toda essa manifestação de amor após sua morte? Ele tinha depressão e cade os amigos ? Hipocrisia… Só dão valor depois que morre.

Responder

Ivair Matias em 07/05/2020 - 00h06 comentou:

Divulgar a carta é homenagear Flávio. Ele a escreveu com esse intento. No mais, perdoe-me, divagastes demasiadamente. Em absolutamente nenhuma hipótese pode um suicida por na conta de outrem a responsabilidade por seu ato.

Responder

Jeff em 07/05/2020 - 00h35 comentou:

Só li um monte de baboseiras, querendo politizar a morte de ator, ridículo isso!

Responder

Hermógenes S Filho em 07/05/2020 - 01h06 comentou:

Seu artigo é perfeito! Tive um problema com uma pessoa em meu facebook por ter postado a carta para uma terceira pessoa. Antes de ler a minha resposta, em que me ofendeu, eu havia sugerido que lesse o livro “Um Crime da Solidão: Reflexões sobre o Suicídio”, de Andrew Solomon, o mesmo autor de “O Demônio do Meio-Dia”, em que ele mostra por A+B que a tese de não divulgar o suicídio se mostrou equivocada e que hoje existe a tese da necessidade de debater abertamente sobre o tema.

Responder

Leila Costa. em 07/05/2020 - 02h32 comentou:

“ A humanidade não deu certo”… Como assim? E as inúmeras pessoas que estão por este mundo afora fazendo a diferença na vida de tantos?? . Eu conheço pelo menos uma dúzia que estão aí, dando mto e o melhor de si para mtaa gente.
Sim, é certo que com tanta confusão, tanta notícia ruim, parece que tá tdo perdido… E quem nunca desanimou geral, que atire a primeira pedra… Tem horas que parece não haver solução. Mas, é a gente que não amplia o olhar. Há mto mais coisas boas acontecendo. A humanidade deu certo sim. Ou melhor, está dando certo… É um caminho, não chegou ainda.
Envelhecer faz parte do processo de viver. E é triste ver alguém tão próximo de cumprir, desistir. Eu me compadeço. E não sei qual real motivo, mas, é certo, a culpa não não é da humanidade. A gente deveria aprender logo a parar de culpar o mundo e os outros pelas nossas escolhas, pela nossa vida. O mundo nem ninguém nos deve nada, portanto, não são culpados, seja a nossa vida ou escolha qual for. Não são. Nem devem.
O certo seria a gente, mo decorrer da vida, ir buscando se conhecer, para poder lidar com os problemas que aparecem , até pq, eles não somem com o passar dos anos, o contrário , se evidenciam….Portanto, esperar que as coisas se ajeitem láá no final, por si só, sem esforço, busca, sem auto conhecimento, é ilusão das “brabas”…
Pó de pirlimpimpim e “bonitim” funciona nos contos, na vida, e mto menos na velhice, funciona não…Pode confiar no que digo.
Que Deus conceda clareza e ajuda a este irmão que decidiu partir. E que a a gente, apesar de tudo, consiga forças para resistir… Forças para ficar por aqui.

Responder

Edemilson em 07/05/2020 - 03h40 comentou:

Gostei muito da matéria e concordo plenamente com o texto Flávio Migliaccio deu uma lição para todos nós este ato dele foi heróico de uma pessoa vivida e que em poucas palavras falou tudo para podemos ter um mundo melhor

Responder

Diego Ferraz em 07/05/2020 - 04h24 comentou:

Eu não me contive em lágrimas do começo ao fim desse texto. É triste, é sincero, é difícil. A realidade de hoje nos coloca numa posição desesperadora em que você se sente de mãos atadas sem saber o que fazer. Eu entendo o Flávio.
Viva Flávio!

Responder

Silvio Ferreira em 07/05/2020 - 11h23 comentou:

Obrigado Cynara.
Obrigado Flávio por não ter ido sem encenar sua última e definitiva fala, com o realismo de quem diante da repressão não se cala.

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Will Sununga em 07/05/2020 - 11h56 comentou:

Justamente, você diz que não compartilha com a opinião de que carta de suicídio é gatilho por si Só, desrespeitando e deslegitimado a dor e as angústias do outro, corpos depressivos já vivem no silêncio tumultuado de seus corações, mas hoje em dia, o complexo de heroísmo egocêntrico travestido de militância toma voz, havia mil possibilidades de se falar sobre, você escolheu logo deslegitimar a dor do outro em nome do protesto.

Essa esquerda “morena” intelectualmente evoluída e mais avançada cada dia mostra mais de que lado está, qual a diferença disso para um presidente que estimula manifestações em época de pandemia?
É se colocar num lugar de poder destrutível em nome da sua crença.
Aqui da favela vejo 100 de problematizações legítimas, mas nunca um diálogo. Se nós não dialogamos quem é que irá garantir que o “corre de um é o corre de todos” quando uma “morena” estiver no poder?

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Fernanda de Maio em 07/05/2020 - 11h57 comentou:

Que beleza este texto! Bela homenagem! Tenho 58 anos e é bem assim que me sinto! Abraços.

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Frank Dellon em 07/05/2020 - 12h57 comentou:

Quando lemos mais,nossos conhecimentos aumenta a leitura e o alimento pra alma ( LEIA MAÍS…)

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Anésia em 07/05/2020 - 13h00 comentou:

Não sei o que levou a tira sua própria vida,mas digo que não é Presidente ou uma pandemia ou até mesmo falta de sentimentos.
Porque isso vivemos a séculos falta de um governo que governe para o povo, epidemia já passamos por várias falta de amor , respeito poucos conhece esse sentimento.
Ele deviar te voltando para o seu criado, ao médico ao familiares ao amigos.
Mas que Deus tenha misericórdia da vida dele.

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maria do carmo nery em 07/05/2020 - 14h56 comentou:

Muito lindo o seu artigo, me emocionei muito. Creio que todos que amavam e respeitavam Flavio Migliaccio se emocionaram com o seu texto. Valeu a divulgação . Estamos sim, passando no Brasil e no mundo por um período muito triste e sem luz no fim do túnel. Perigoso, principalmente na periferia do sistema com um psicopata a conduzir essa nave chamada Brasil .

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André em 07/05/2020 - 15h18 comentou:

“Tipo de gente que acabei encontrando ” se refere ao meio artístico. Onde não teve uma amizade verdadeira, não se despede nem do filho. Talvez vergonha por sempre ter se posicionado na esquerda. Que nesse momento de pandemia vê a oportunidade de derrubar um presidente eleito democráticamente.

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Lauro Dehira em 07/05/2020 - 16h09 comentou:

Sensacional o texto: viva Flávio Migliaccio!

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Willams em 07/05/2020 - 16h57 comentou:

Triste ver um site com uma boa escrita, mas, fazendo da dor do outro um manifesto ao próprio pensamento, é como o ladrão que ao entrar para roubar e ser pego sem nada seja considerado um suspeito, ora a carta é clara , um homem que escolheu morrer só, do que dividir sua dor com a família, afinal , ninguém pode julgar o seu ato, porém não pode o torná-lo algo a ser seguido . Respeito a dor da família, mas o site tem que ter responsabilidade, outrora uma pessoa a beira do abismo vai encontrar no ” texto” o empurrão da coragem !!!

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Edmilson em 07/05/2020 - 17h49 comentou:

É engraçado como as mesmas pessoas que se dizem “sensatas” ao criticar o Presidente por não seguir protocolos da OMS, são as mesmas que criticam tais protocolos da OMS quando é interesse deles. Essa guerra de opiniões é mesmo uma hipocrisia: cada um sustenta somente aquilo que é verdadeiro para si mesmo. Mas usar o suicídio de uma pessoa que sofria de depressão como argumento político é no mínimo desconhecimento da doença ou então pura maldade de um coração desumano.

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Moisés Gomes dos reis em 07/05/2020 - 18h29 comentou:

A humanidade não deu certo de fato ,isso é inquestionável!
As aflições neste mundo toma todos e na maioria das vezes nos surpreende.
A carga,o julgo que existe no funcionamento das maneiras que adotamos para viver é pesado e desproporcional.
Damos para nós e esperamos alcançar melhorias,as quais nós custa esforços,desgastes que resultam em frustrações, decepção. Daí a tudo que nos é contrário,nós esforçamos para manter o bem que continuamente é combatido.
Por conta viver neste contexto no qual se encontra o mundo é cruel pois,quando nos realizarmos queremos nós manter nas realizações,mas infelizmente somos decepcionados ,traídos e frustados.
A questão é que não somos devidamente preparados para enfrentar todo o mundo e suas mutações que tende sempre a nós iludir.
O que se espera daquilo que aqui neste mundo não deu certo?
Concluo :
Nosso dever é ser o bem contra o mal mundo e viver a vida que temos,da qual é curta.
Nada surgido neste mundo pode de fato nós realizar.
Somos realizados e ajudados quando de fato procuramos quem nos criou e sabe de tudo.
Se ficarmos por conta padecemos!

Responder

Moisés Gomes dos reis em 07/05/2020 - 18h34 comentou:

A infinidade de pensamentos ,posicionamentos, éticas diversas e dúvidas humanas é o vilão das nossas vidas.
Continuar desse modo arcaico é continuar a não dar certo.
Ousemos depender de Deus!!!

Responder

Walter em 07/05/2020 - 19h07 comentou:

Belo texto. Sempre gostei do Flávio Migliaccio. Mas agora ele se tornou um herói nacional. Se ele teve a intenção de sacrificar a própria vida como maneira de protestar contra um mundo tão injusto, acho que ele merece todo o nosso respeito e reverência. Que seu ato jamais seja esquecido. Que sirva como símbolo de nossa resistência contra um sistema que não visa o bem de todos, mas apenas de uns poucos eleitos por esta ou aquela condição.

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Márcia em 07/05/2020 - 19h49 comentou:

Que escondamos a absoluta miséria moral, material e espiritual em que nos encontramos em 2020 para que isso não provoque “gatilho”?
O que já foi puxado pelo presidente, quando incita a violência, aglomeração , quando fala que isso é uma gripezinha.

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Tânia Ferreira em 07/05/2020 - 20h04 comentou:

Trabalho Voluntario,sempre ajuda a fortalecer nossa vivência.Aposto que lá no Retiro dos Artistas,suas visitas fariam bem para as duas partes.

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Walquiria Santos de Oliveira em 08/05/2020 - 00h06 comentou:

Ficam os legados de muito respeito, amor e solidariedade. Coração imensamente grato pela partilha dessa leitura!

Responder

Valter MOURA em 08/05/2020 - 01h06 comentou:

Síntese da obra : Alguém disse:” partida precoce” ( aos85 anos ? ) um mundo de asneiras . As muitas letras fazem os homens delirar.

Responder

Angela em 08/05/2020 - 09h29 comentou:

A flavio, quantos idosos passando fome, jogado no hospital ou no asilo, sem uma visita se quer de um ente querido,
Vc flavio viveu um mundo de glorias, luxo. e tantos anos o povo morrendo de fome, agora pq o senhor envelheceu ou talvez se decepcionou, vc vem dizer que nao valeu a pena?? Ou se valeu
Eu tbm me decepcionei com escola de samba sujando a imagem de Cristo em pleno carnaval, mulheres fazendo manifesto contra o Bolsonaro e brincando com as igreja, debochando do nosso Pai maior
Isso é decepção chegar aos 55 anos e ver os país não endinar aos filhos , respeitar os mais velhos, os negros e etc..
Lideres defedendo um cara que robou o pais, deixou o Brasil na miséria, como Sr. LULA.Nao vamos ser hipócritas
Não valeu p vc, pra mim vale apenas viver

Responder

Venerice LACERDA em 08/05/2020 - 11h34 comentou:

Espetacular! Parabéns pela iniciativa de trazer à luz essa carta e tbm a mostra do trabalho do ator que tanto descortina nossa realidade, nossas vidas, apreensões e a paradoxal singeleza de alguns corações.
Valeu!

Responder

DANIEL em 08/05/2020 - 18h00 comentou:

Belo texto, agora, o suicídio sempre será um mistério individual e carrega sentimentos cumulativos…e, num determinado momento a finitude é o que resta. O desalento é presente com esse IMPOSTOR na presidência que está levando milhares a morte…muitas prematuras e as dos idosos a vala comum…a hora dele chegará !!!

Responder

Thais Di Lima em 08/05/2020 - 18h53 comentou:

Belo texto, sensível e com o respeito que Flávio merece.
Viva Flávio!

Responder

Anna Cecilia Koebcke de Magalhães Couto Simões em 09/05/2020 - 02h34 comentou:

Flávio, Presente!
Vamos juntos! Onde estiveres, mais do que nunca, segura a nossa mão! Ninguém solta a mão de ninguém, que como nós, acreditamos na Luta permanente em Defesa da Democracia, da Liberdade Responsável e dos Direitos Humanos, como fundamento da Vida plena de sentido, com transcendência e emoção, com SENTIDO, para todas, todos e todxs! Viva a Educação Pública! Viva a Cultura! Viva a Arte! Viva a sensibilidade! Viva o AMOR! Um beijo de profundo respeito e grande admiração! Anna Cecilia Simões, Professora e Advogada

Responder

Carlos Zanini em 09/05/2020 - 08h34 comentou:

A carta dele diz “A velhice é um caos como tudo aqui” mas na notícia é transcrito como “tudo agora” com a intenção de imputar o caos ao presente e não ao passado. Mas a carta é claramente uma crítica aos 85 anos que ele viveu, ou seja, boa parte em governos ditos de esquerda.

Responder

    Cynara Menezes em 12/05/2020 - 00h21 comentou:

    corrigido. o erro na transcrição da carta não muda em nada a concepção do texto

Marcia Pereira Pena em 09/05/2020 - 11h08 comentou:

Ótimo texto… triste a partida de um grande artista, meus sinceros sentimentos…. Porém anexar a gestão de Bolsonaro é piada… Poderia ter mais sentido se a frase fosse: Tirem todos os corruptos, ladrões e assassinos de lá!!!!! Comecemos com pessoas de bem, que amam pessoas sem acepção, que amam o País….

Responder

Denise Szeckir em 09/05/2020 - 17h39 comentou:

O Flávio disse:que não suportava mais, viver em um país como está o Brasil. Vendo seu corpo se deteriorando com a velhice (que ninguém vê).Foi uma escolha, o cara encheu o saco de viver em um país de ladrões, assassinos,insanos,e de um povo que só reclama,mas incapaz de fazer de fato alguma coisa pelo seu país, pelo ser humano que está ao seu lado na fila do banco, pra receber um salário de fome!
Quem vive com $1.000,00 reais? Pqp indigno!

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VALNICE SOUSA PAIVA em 10/05/2020 - 15h21 comentou:

O ARTIGO MUDOU UMA PALAVRA DA CARTA. E, assim perde fidedignidade. Em respeito a memória de Flávio e seriedade necessária à exposição de uma carta histórica como esta, qualquer troca de palavra pode denotar intencionalidade na transcrição e mudança no teor da exposição. A carta fala por si só, para que cada um chegue às suas conclusões. Contudo, quando ocorre a troca da palavra “aqui” por “agora”, alterou o sentido. Possivelmente, ele tenha chamado atenção para problemas desse desde sempre. E, não apenas o de “agora”.

Responder

    Cynara Menezes em 12/05/2020 - 00h21 comentou:

    corrigido. o erro na transcrição da carta não afeta em nada a concepção do texto

Mauricio em 12/05/2020 - 12h57 comentou:

Obviamente a carta não se referia ao agora, ou a classe politica, mas a essa gente, qual gente, a carta diz, deste pais, ou seja, essa gente é a gente brasileira. Uma constante na antropologua brasileira?Talvez, reflitam dois precedentes, um dos quais também suicida, refiro-me a Paulo Prado e seu “Retrato do Brasil”. O outro, Stephan Zweig, um austriaco, aquele mesmo que escreveu “Brasil, um país do futuro”, veio para o Brasil, poucos meses depois comete suicidio junto com a esposa. A constante é essa gente, que se acha ainda um povo alegre e que recebe bem os outros, será?Hoje no exterior há muitas reservas em relação aos brasileiros, não mais são os tempos de outrora. Obviamente nada a ver com os politicos ou eleitores da atualidade, mas à essa gente qie forma um povo que em quase toda sua história escravizava oficialmente seres humanos e ainda tem em seu geist o estigma da escravização, humilhar o semelhante, assim foi formado o Brasil, acho que esse seria o significado dessa gente.

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Glauce em 18/05/2020 - 07h46 comentou:

Gratidão pelo seu texto responsável. Fiquei muito abalada com a morte de Flavio Migliaccio e tudo o que ela representa. Um gigante que escolheu sempre ser um espelho de quem somos. Somos mais feios que nunca. Ele escancarou isso. Obrigada, Cynara. Suas palavras trouxeram justiça ao Migliaccio e me fizeram sentir menos só.

Responder

Ana Helena em 24/05/2020 - 00h32 comentou:

Excelente a forma como você abordou esta questão fundamental do suicídio e muito obrigada pelo link da peça teatral do Flávio. Assisti agora mesmo, ri e me emocionei. Estou sentindo falta de mais movimentação no seu blog. Você é ótima!

Responder

    Cynara Menezes em 25/05/2020 - 15h53 comentou:

    esta semana teremos várias postagens novas. obrigada!

Susie Fonseca de Souza em 25/05/2020 - 09h25 comentou:

Belo texto, muito contundente. Compartilho da sua lúcida opinião. Já sabia q existia uma carta de “despedida”, mas não imaginava como a mensagem, em poucas palavras, nos deixaria, pelo menos a mim, perplexos e tristes. Respeito ao Flávio e lamento q ele tenha razão. Fico imaginando em como as coisas vão seguir ainda. Não estou otimista, nem com o país, nem com a minha vida.

Responder

Seme Boulos em 21/07/2020 - 17h43 comentou:

…no “tipo de gente” que mencionou em sua carta, não estariam incluídos os seus ex patrões globais e alguns “colegas” de trabalho? Alguém sabe informar em quais circunstâncias ele saiu do emprego?

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Marilande Costa em 27/07/2020 - 12h08 comentou:

A humanidade de um modo geral não deu certo, por muitos motivos! Já começa na própria família o desprezo pelos mais velhos. O Brasil não deu certo muito antes do governo atual!!!
Por favor, menos hipocrisia

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Diego Gracia em 04/08/2020 - 12h46 comentou:

Inacreditável você politizar e colocar tua ideologia em cima de uma obra genial e que deveria ser respeitada pela única menagem que traz, a descrença em Deus e a crítica à humanidade. Faltou respeito no seu texto, mas não é de se estranhar, é o que os rasos viraram, militantes incondicionais. Salve Flávio, com sua crítica clara, linda e não ideológica. Aos militantes, vocês não entenderam nada.

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Luiz Claudio Verlangieri em 15/09/2020 - 22h49 comentou:

Li hoje, 15/09/2020, a reportagem acima que fala da carta do grande ator Flávio Migliaccio, que aos 75 anos, mesma idade que tenho eu hoje, se cansou da vida, dos absurdos, das mentiras e da volta a ditadura que ora vivemos. Nós que não estamos velhos, mas com mais idade, vivemos tempos difíceis que ora voltam de uma forma cínica, desrespeitosa e principalmente violenta. A mentira deslavada que se falava em 1964 até 1985, vemos hoje, quando dizem que não há queimadas na Amazônia, no Mato Grosso, as reportagens estão ai, fotos, filmes nos mostram diariamente. Um general ser nomeado Ministro Da Saúde, somente porque obedece os desatinos de um Presidente doente mentalmente, uma família doente pelo poder, o país laico que é cristão, um ministro totalmente cristão no STF… Que Deus se apiede de nos, principalmente desses doentes crônicos, vá com Deus Fávio Migliaccio, faça alguma coisa por nós!

Responder

ramon em 16/09/2020 - 00h33 comentou:

A superação do tabu – seja do suicídio ou outro – tem que dar espaço a uma discussão sóbria, não à romantização.
A morte de Migliaccio é sim uma morte política. Mas se, frente ao monstro do fascismo, nos curvamos ao niilismo não entendemos nem Migliaccio, nem Camus nem Drummond.
Pra além das posições contra ou a favor da divulgação da carta, o fundamental é que não nos apoiemos em narrativas catastrofistas como “querem evitar gatilho, dêem fim ao Bolsonaro”. Existe horizonte. Mas ele não vai ser pra todos. Esse fato e esse peso se farão presentes no nosso futuro coletivo. Na nossa esperança e no nosso ódio. Isso não é ruim.

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Vinícius em 14/03/2022 - 13h35 comentou:

Parece que usar a morte de pessoas famosas como palanque de lacração está virando modinha em nosso país, LAMENTO PELA morte do ator, gostei de muita coisa que ele fez, mas culpar o Bolsonaro por tudo o que acontece e de uma COVARDIA E SUJEIRA MORAL TÃO DESNECESSÁRIAS, QUE se torna algo totalmente desnecessário! E lamentável que usem da morte deste grande ator pra esse tipo de palanque, QDO temos em nosso país, CERTOS SUJEITOS DE UM ÓRGÃO QUE COMEÇA COM A LETRA S, prefeitos e governadores que RASGAM A CONSTITUIÇÃO NA CARA DA POPULAÇÃO INTEIRA E AINDA INSISTEM EM CULPAR APENAS O PRESIDENTE, QUE TANTO ESTÁ TENTANDO FAZER PELO NOSSO PAÍS! MEUS PÊSAMES A MORTE DO ATOR, MAS MEUS PÊSAMES TB A ESTE SENSACIONALISMO BARATO PROMOVIDO NESTE TIPO DE REPORTAGEM SEGUNDO O QUE EU ACHO!

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