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Ataque ao discurso de Lula na ONU mostra que o Estadão mantém flerte com a extrema direita

Não devemos subestimar a força das ideias da direita e da extrema direita e como elas ganham credibilidade ao serem escritas nos jornais

Bolsonaro é recebido pelo presidente-herdeiro do Estadão, Francisco Mesquita Neto, em 2019. Foto: Marcos Corrêa/PR
Renata Mielli
22 de setembro de 2023, 11h15

O editorial do Estadão sobre o discurso do Lula na ONU é de um ressentimento ideológico terrível. A direita liberal conservadora, que flerta com a extrema direita, não engole Lula Presidente. Uma salada de adjetivos e ataques gratuitos ao chefe da nação e à sua política externa.

É urgente desmistificar a ideia de neutralidade do jornalismo. Deixar claro de quem é essa opinião: dos banqueiros, da elite predatória, que prefere a subalternidade aos países desenvolvidos do que gerar emprego, renda e independência econômica no Brasil

Para os donos do Estadão, o que foi positivo no discurso do Lula é responsabilidade não dele, mas do Itamaraty, como se o Ministério das Relações Exteriores fosse autônomo e não seguisse a orientação do presidente, e como se Lula fosse apenas um marionete, lendo algo que não passou pelo seu crivo.

O positivo foi a denúncia das desigualdades, porque mesmo para o Estadão seria difícil ignorar essa realidade. Todo o resto reflete a visão “petista” arcaica do sindicalismo, que culpa o neoliberalismo pelas desigualdades. Para o jornal a desigualdade deve ser algo genético.

Incrível ler no editorial que a política externa do Lula é marcada pelos “delírios a respeito de um tal Sul-Global”. Fiquei particularmente chocada com essa frase. Mas depois pensei, claro que isso é coisa do marxismo cultural das universidade do sul-global…

Não devemos subestimar a força das ideias da direita e da extrema direita e como elas ganham credibilidade ao serem escritas em jornais como o Estadão. Por isso é urgente desmistificar a ideia de neutralidade do jornalismo.

Deixar sempre muito claro de quem é essa opinião: é a opinião dos banqueiros, do setor financeiro, da elite predatória, que prefere a subalternidade aos países desenvolvidos do que gerar emprego, renda e independência econômica no Brasil. Dos que fecham os olhos para as desigualdades, que aliás é ótima para vender jornal.

Renata Mielli é jornalista, coordenadora do CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil). Texto adaptado de uma sequência de tweets da autora.


(1) comentário Escrever comentário

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João Ferreira Bastos em 23/09/2023 - 10h12 comentou:

Vamos relaxar, o paulo pimenta vai despejar bilhões e bilhões no PIG

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