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“Boa noite, presidente Lula” de Haddad fez apresentadores do JN perderem a compostura

Para Jean Wyllys, a entrevista com o petista deveria ser estudada nas faculdades de jornalismo "para ensinar como não se faz uma entrevista"

Foto: reprodução TV Globo
Da Redação
15 de setembro de 2018, 18h08

Como dissemos anteriormente, as organizações Globo se assumiram como partido político de oposição ao PT nesta campanha e a entrevista de Fernando Haddad ao Jornal Nacional nesta sexta-feira à noite comprova isso. Visivelmente irritados, os apresentadores Renata Vasconcelos e William Bonner deram um show de interrupções e falta de profissionalismo. O histórico “boa noite, presidente Lula” de Haddad, tão logo assumiu o microfone, fez a dupla perder a compostura.

A partir daí, o que os telespectadores assistiram foi um candidato que não conseguia completar a maior parte dos raciocínios. Cada vez que chegava perto de apontar a responsabilidade da oposição a Dilma Rousseff pela crise econômica, era interrompido por Renata e Bonner. O âncora do telejornal dos Marinho chegou a gritar com o candidato para chamar sua atenção. O único foco das perguntas era retratar o PT como um partido corrupto, o que incluiria Haddad.

Numa entrevista, você, jornalista, começa fazendo uma pergunta — e a palavra “pergunta” significa aqui pergunta mesmo, e não uma longa exposição da sua opinião, porque numa entrevista, a opinião que interessa é a do entrevistado, não a do jornalista

Não houve nem sequer uma pergunta sobre projetos e propostas para o Brasil, apenas afirmações no sentido de fazer o brasileiro crer que estava com um corrupto diante de si e que terá um corrupto à frente do governo se elegê-lo, mesmo que Haddad jamais tenha sido condenado por nada em sua carreira política.

No facebook, o candidato à reeleição à Câmara Federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, Jean Wyllys, que é professor de jornalismo, comentou que a entrevista do JN com Fernando Haddad deveria ser estudada nas faculdades de jornalismo “para ensinar como não se faz uma entrevista”.

“Numa entrevista, você, jornalista, começa fazendo uma pergunta — e a palavra “pergunta” significa aqui pergunta mesmo, e não uma longa exposição da sua opinião, porque numa entrevista, a opinião que interessa é a do entrevistado, não a do jornalista. Depois de fazer a pergunta, você deixa o entrevistado responder”, escreveu.

“Cada vez que o candidato não respondia o que eles queriam (ou seja, todas as vezes), além de interrompê-lo, os entrevistadores usavam ‘perguntas’ do tipo: ‘Então o senhor não vai pedir desculpas ao povo brasileiro?’, ou ‘Então o senhor subestima os eleitores e acha que não sabem votar?’. Outra vez, isso não é uma pergunta!”, criticou o deputado.

Veja os melhores trechos da entrevista e confira com seus próprios olhos como os apresentadores do Jornal Nacional trataram o candidato de Lula. A entrevista foi editada para mostrar o que Haddad queria dizer se não tivesse sido interrompido a todo o momento pelos cabos eleitorais, perdão, pelos jornalistas da Globo.


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(3) comentários Escrever comentário

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Maria em 15/09/2018 - 18h28 comentou:

A bancada do Jornal Nacional é arrogante e agressiva! Lamentável!

Responder

Dan Moche Schneider em 15/09/2018 - 19h01 comentou:

Por questão de saúde deixei ha anos de assistir à Globo. Me sinto mais leve, livre e forte. Recomendo!

Responder

Sergio em 17/09/2018 - 10h55 comentou:

Gênio Jean! Só agora você percebeu isso? Todos os candidatos entrevistados, sem exceção, não conseguiram se expressar.

Agora uma pergunta: Ele disse? “Boa noite presidente Lula! Que é quem de verdade deveria estar aqui em meu lugar. E não está, porque foi condenado sem provas e pela mídia, a qual faz parte a Rede Globo”.

Se não falou isso… Não falou nada!

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