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Dilma acusa a Globo de assumir o papel de poder judiciário

A presidenta eleita também acusa o Grupo Globo de ter participado do acordo que levou Eduardo Cunha à presidência da Câmara em troca de mandar arquivar regulação econômica da mídia

O atual presidiário Eduardo Cunha e João Roberto Marinho em homenagem à Globo em 2015. Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Da Redação
23 de setembro de 2017, 18h59

A presidenta eleita Dilma Rousseff divulgou nota neste sábado em que ataca frontalmente a Globo por atribuir a si mesma o papel de polícia, promotor e juiz na tentativa de manchar sua imagem. “O Grupo Globo vem se investindo de forma ilegítima –e por razões inconfessáveis– em poder judiciário. Tenta de qualquer jeito manchar a honra da presidenta eleita Dilma Rousseff. Para isso, vem assumindo um papel pretensioso para o qual não tem investidura nem legal nem ética”, disse, em nota divulgada por sua assessoria.

Dilma se queixava do editorial publicado pelo jornalão dos Marinho intitulado Papel de Dilma ganha espaço na corrupção. Como se estivesse tentando mais uma vez justificar seu apoio ao golpe que derrubou a presidenta, O Globo diz no texto, baseado na denúncia do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, que a presidenta “não poderia mesmo estar fora do esquema de corrupção do petrolão”.

“Confirma-se que a presidente da República, de fato, vazou informações confidenciais da Polícia Federal para alertar seus marqueteiros João Santana e Mônica Moura de que a Lava-Jato se aproximava deles. Crime sério”, vaticina o jornal, sem esperar por investigação ou condenação.

O papel anti-democrático de empresas jornalísticas como a Globo é sempre lembrado pelo povo, que não esquece a raiz do fascismo nas hostes dos falsos moralistas de plantão

A presidenta eleita do Brasil não deixou por menos e acusou a Globo de haver jogado “um papel decisivo na construção do impeachment”, e de ter participado do acordo que permitiu a ascensão de Eduardo Cunha à presidência da Câmara dos Deputados, possivelmente “em troca de um bloqueio à lei de regulação econômica da mídia”, coisa que de fato o atual presidiário sempre garantiu aos donos de meios de comunicação.

Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, pouco antes de assumir, Cunha diz, com todas as letras: “Regulação de mídia jamais. Eu colocaria na gaveta. Não faz parte do meu propósito. Eu sou muito claro, transparente, para que todos saibam que eu, eleito presidente da Câmara, não darei curso a um projeto de regulação de mídia”. Um indubitável aceno às famílias midiáticas em geral e aos Marinho em particular, já que Dilma afirmara, em 2014, que a regulação econômica da mídia seria central em seu segundo mandato.

Em outubro de 2015, Cunha assegurou o apoio de seus patrões na imprensa ao participar do 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, onde novamente prometeu que não iria permitir a regulação. “Qualquer tentativa de calar a mídia por regulamentação tem que sofrer repulsa. Enquanto for presidente da Câmara nenhuma matéria dessa natureza estará presente na pauta. Isso é muito claro”, afirmou.

Na resposta ao editorial, Dilma ainda cutucou a Globo por apoiar golpes e depois pedir desculpas, como aconteceu em 2013, quando publicou um mea culpa por ter sido cúmplice dos militares em 1964. “O papel anti-democrático de empresas jornalísticas como a Globo é sempre lembrado pelo povo, que não esquece a raiz do fascismo nas hostes dos falsos moralistas de plantão. Depois, não adianta pedir perdão”, provocou a presidenta.

Leia a íntegra da nota aqui.

 

 


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