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Enquanto a cloroquina é suspensa pela OMS, remédios de Cuba mostram eficácia

Remédio propagandeado por Bolsonaro e Trump pode aumentar risco de morte em pacientes com Covid-19

Foto: Endrys Correa Vaillant/Granma
Da Redação
25 de maio de 2020, 19h54

A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou a suspensão dos testes com a cloroquina e a hidroxicloroquina após um estudo da revista científica The Lancet indicar que a medicação, originalmente utilizada para tratar a malária, pode aumentar o risco de morte em pacientes com Covid-19.

Segundo a publicação, em um levantamento feito com 96 mil pacientes, não foram encontradas evidências de que a cloroquina e a hidroxicloroquina os tenham beneficiado. Pelo contrário: o uso do remédio foi associado a arritmia e outros problemas cardíacos.

A hidroxicloroquina tem sido propagandeada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como uma “possível cura” para a Covid-19, numa tentativa de contrabalançar sua inércia em relação à doença. O presidente norte-americano, que segundo o The New York Times é sócio de um laboratório que produz hidroxicloroquina, chegou a afirmar que estava tomando o medicamento para ajudar a prevenir a infecção.

Enquanto isso, em Cuba, o governo anunciou que dois fármacos produzidos localmente, o peptídeo CIGB-258 e o anticorpo monoclonal Itolizumab (Anti-CD6) têm obtido resultados surpreendentes na luta contra a doença. Entre os 52 pacientes em estado crítico tratados com CIGB-258, produzido pelo Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia da ilha, 78, 2% sobreviveram. Entre os pacientes graves, os resultados foram ainda melhores: 92% sobreviveram, contra uma média de 20% em outros países.

Mesmo com a decisão da OMS de suspender o uso do medicamento, o governo brasileiro anunciou que continuará a prescrever a cloroquina e a hidroxicloroquina aos pacientes com sistemas leves de Covid-19

Com o Anti-CD6, de 76 pacientes graves tratados, a taxa de sobrevida foi de 80% e de 87% para os pacientes em cuidados intensivos. No Brasil, segundo um estudo da AMIB (Associação de Medicina Intensiva), apenas um em cada três pacientes graves de Covid-19 que são entubados nas UTIs se recupera e consegue voltar para casa.

“Isso é fruto da ciência cubana, do desenvolvimento de nosso sistema de saúde e da integração que este sistema pode promover para enfrentar a pandemia”, disse o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel. “Estamos fazendo ciência em meio a uma situação de contingência e isso tem um valor a mais.” Cuba teve até agora 1947 infectados e 82 mortos pelo coronavírus. No momento, são 159 casos ativos.

Mesmo com a decisão da OMS, o governo brasileiro anunciou que continuará a prescrever a cloroquina e a hidroxicloroquina aos pacientes com sistemas leves de Covid-19. Na semana passada, o Ministério da Saúde incluiu o medicamento no protocolo de tratamento. De acordo com o novo protocolo, cabe ao médico a decisão sobre prescrever ou não a substância, sendo necessária também a vontade declarada do paciente, com a assinatura do Termo de Ciência e Consentimento.

Com informações da Agência Brasil e do Granma

 


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Samuel Fortaleza em 27/05/2020 - 00h13 comentou:

Oi, pra começar eu mesmo sendo de esquerda, não achei que isso muito crível. Todo mundo que não é alienado tá cansado de saber que pra fazer uma pesquisa vc pega uns 400 pacientes em estado parecido e de preferência grave. Então pra 200 vc dá o remédio e outros 200 vc dá placebo e compara os resultados. Não vi isso aqui.

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Miguel em 12/07/2020 - 15h32 comentou:

Reportagem totalmente tendenciosa, infelizmente 70% de todas as reportagens tem um viés de esquerda ou de direita, ninguém mais se preocupa em passar a informação correta. Só se preocupam com a sua ideologia política. A cloroquina agora tem efeitos colaterais, aqui no Brasil ela é usada a mais de 50 anos, até por grávidas ela é usada, nunca se falou em efeitos colaterais. Já agora ela não serve mais.
Estamos vivendo um jornalismo sem ética e de muito mal caráter

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Douglas Rodrigues em 15/07/2020 - 19h06 comentou:

Ja fiz aos meus alunos de pós graduação.
” Um quadrado, tem três lados “.
Repartir o ” artigo” em três partes:
1) VERDADES
2) mentir@@@@@s
3) VERDADES
Ou seja se o aluno não efetuassem as demostrações no (2) propostas no item (1), iriam caiar em faculdades. Pois no (3), fiz o que falei no (1).
Hoje às ” notícias “, estão assim.
Pergunto ” você é alto ou baixo”, as duas respostas serão verdadeiras, pois cada um tem um referencial, exemplo de conceito.
Vamos para definição 2×3=6, para o baixo ou alto, exemplo de definição.
Resumindo: conceito depende de referencial , definição tem prova ” matemática “.
Cuidem com os conceitos propostos pela imprensa.

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