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História de pescador? Os pontos soltos nos relatos dos Bolsonaro sobre a “pescaria”

Não fazem sentido as explicações dadas pelo clã na tentativa de afastar a suspeita de que fugiram para o mar porque pensavam que seriam presos

Ilustra: detalhe do cartum de Cris Vector
Cynara Menezes
01 de fevereiro de 2024, 21h15

Os bolsonaristas atacaram a jornalista Daniela Lima por ter cometido um erro pelo qual se desculpou: disse que a Polícia Federal havia apreendido um computador da Abin na operação de busca e apreensão na casa do vereador Carlos Bolsonaro, o que não se confirmou. Erros acontecem e a jornalista da Globo News se retratou, mas isso não a livrou de virar alvo até de Michelle Bolsonaro.

No entanto, desde que declararam estar “pescando” em alto-mar no momento em que a PF bateu à porta da casa da família em Angra dos Reis, na segunda-feira, 29 de janeiro, são os Bolsonaro que vêm caindo em contradição. Não fazem sentido as explicações dadas pelo clã na tentativa de afastar a suspeita de que fugiram para o mar porque pensavam que seriam presos.

Elencamos neste post alguns dos pontos soltos nos relatos dos Bolsonaro sobre o que aconteceu naquele dia. História de pescador?

1. Bolsonaro disse que estava sem sinal, mas recebeu um telefonema

Em entrevista à Jovem Pan, o ex-presidente afirmou que estava em um ponto do mar em Angra dos Reis conhecido como “ilha deserta” (nenhuma referência na internet a este apelido) por supostamente ser um local onde não há sinal de celular. Na mesma frase, porém, ele acrescenta ter recebido uma ligação do advogado avisando que havia uma ação de busca e apreensão da PF acontecendo naquele momento na casa de seu filho Carlos Bolsonaro na Barra da Tijuca. Ora, se não havia sinal, como ele recebeu a ligação do advogado?

2. O jet ski desaparecido não pertence a Bolsonaro

Bolsonaro e os filhos teriam “saído para pescar” às 5h50 da manhã usando três veículos: um bote e dois jet skis, mas, segundo a PF, apenas dois deles voltaram. Um dos jet skis estava desaparecido. Em entrevista coletiva no Senado, Flávio Bolsonaro contou que a moto aquática não era dele e que ele havia ido devolvê-la ao seu dono e em seguida ido almoçar (às 9h da manhã).

3. O jet ski pertence à família Bolsonaro

Nesta quinta-feira, porém, o advogado do ex-presidente, Fabio Wajngarten, afirmou no twitter que o jet ski pertence à família Bolsonaro. Mostrou inclusive fotos das duas motos aquáticas na garagem. Ué? Mas o jet ski não era de outra pessoa? Wajngarten contradisse Flavio? Quem está mentindo?

4. Que horas exatamente teria sido a “pescaria”?

A família Bolsonaro já falou dois horários diferentes: primeiro disseram ter saído às 5h; e agora o advogado usa 5h50. Tudo para não coincidir com o horário em que a PF costuma fazer seu “toc, toc, toc” na casa de suspeitos, às 6h da manhã.

5. Cadê os peixes?

Ora, se um pescador experiente como Bolsonaro, que já chegou a ser multado pelo Ibama por pesca irregular na região, passou mais de 4 horas no mar até voltar para casa, por que não mostrou nenhum peixe? Mostrar o resultado da pescaria iria dirimir todas as dúvidas sobre se foram avisados da operação ou se estavam mesmo pescando. Ou será que o mar de Bolsonaro não está para peixe?

Este post terá continuidade nos próximos dias, à medida que os Bolsonaro forem acrescentando mentiras, ops, mais informações sobre a “pescaria”.

 


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