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Lula desafia Moro e Dallagnol para debate ao vivo e ex-ministro de Bolsonaro foge

Em entrevista a blogueiros e youtubers progressistas, Lula disse ainda que só assinará manifesto que defender impeachment de Bolsonaro

Foto: Ricardo Stuckert
Da Redação
11 de junho de 2020, 18h51

Na live com blogueiros e youtubers progressistas nesta quinta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou um desafio a seus algozes, o ex-juiz e ex-ministro do governo Jair Bolsonaro, Sérgio Moro, e ao procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava-Jato: chamou-os a participar de um debate ao vivo na rede Globo com ele.

“Eu tô provocando o Moro e o Dallagnol pra debater comigo, ao vivo. Se a Globo quiser fazer, eu topo. Porque é preciso desmascarar esses canalhas e mostrar o que eles fizeram ao país”, disse Lula. “Eu ainda vou provar ao povo brasileiro que o Moro é um embuste, um ídolo de barro criado pela rede Globo de televisão, que é quem sustenta ele, quem sustenta as mentiras do Ministério Público. Moro é marionete do Departamento de Justiça dos EUA.”

O perfil oficial de Lula no twitter postou a frase com o desafio, e Moro respondeu em seu perfil, utilizando um print do tweet do ex-presidente, para dizer que prefere “ignorá-lo” –ao mesmo tempo que, contraditoriamente, demonstrou que está seguindo de perto os movimentos daquele a quem condenou sem provas.

Lula cutucou Moro e a emissora de novo ao prometer: “Eu farei das tripas coração para evitar que um candidato da Globo ganhe a eleição”. Ele acredita que o ex-juiz pode ser o candidato que a rede de TV da família Marinho prepara para 2018, caso o projeto Luciano Huck não vingue.

Na entrevista a 10 blogueiros e youtubers, inclusive a editora do Socialista Morena, Cynara Menezes, Lula também alfinetou Ciro Gomes e FHC. “A nova narrativa é ‘o Lula é responsável pela eleição de Bolsonaro’. O Fernando Henrique Cardoso não tem vergonha, um cidadão de 80 anos anular o voto. O Ciro Gomes embarcar para Paris e ficar dizendo que o Lula é que é culpado. Tem dó, né?”

A nova narrativa é 'o Lula é responsável pela eleição de Bolsonaro'. O Fernando Henrique Cardoso não tem vergonha, um cidadão de 80 anos anular o voto. O Ciro Gomes embarcar para Paris e ficar dizendo que o Lula é que é culpado. Tem dó, né?

Sobre a adesão aos manifestos contra Bolsonaro, o petista voltou a dizer que só vai apoiar frentes que deixem claro ser favoráveis ao impeachment do presidente. “Muita gente que defende a criação de uma ‘frente’ não defende o impeachment”, disse. “Não defende a mudança do governo, da política econômica. Ora, frente contra o quê, então? O ideal seria uma frente para tirar o Bolsonaro e o Mourão e fazer novas eleições. O TSE pode julgar o processo das fake news e cassar a chapa Bolsonaro/Mourão. Se tiver argumento jurídico e coragem política pra isso… Agora é brigar e pressionar.”

Lula foi questionado se não tinha se arrependido por não romper com o PMDB em 2013, quando já se prenunciavam problemas. “O meu sonho em 2014 era que o PT não tivesse mais relação com o PMDB em 2014, que não tivesse mais aliança, que o PT tivesse uma aliança com o Eduardo Campos. ele ser candidato a vice e em 2018 ser candidato a presidente. Não deu certo, Eduardo Campos se desentendeu com a Dilma, resolveu ser candidato e o PT manteve a aliança com o PMDB.  E revelou que a ex-presidenta Dilma Rousseff nunca se levou bem com o vice.

Muita gente que defende a criação de uma ‘frente’ não defende o impeachment. Não defende a mudança do governo, da política econômica. Ora, frente contra o quê, então? O ideal seria uma frente para tirar Bolsonaro e Mourão e fazer novas eleições

“Eu não sei qual era a relação no palácio mais íntima entre Temer e Dilma, o que eu sei é que não era boa. Uns dois meses de o Temer fazer aquela carta para a Dilma, eu estive com Sigmaringa Seixas na casa do Temer conversando com ele sobre a relação dele com a Dilma. E ele dizia que era quase insustentável, que ela não gostava dele, um monte de queixas. Eu falei: mas você é o vice, não pode fazer loucura. E ele fez”, contou Lula. “Na prática, a gente não precisava do PMDB em 2014. Essa é a verdade”, reconheceu.

O ex-presidente não poupou os militares que ocupam cargos no governo Bolsonaro. “Eu lamento que a gente não tenha empresários nacionalistas, militares nacionalistas. Devia haver uma lei proibindo general que não seja nacionalista”, disse.

Assista à integra da entrevista. Além de Cynara Menezes, participaram Altamiro Borges, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Ana Roxo, do canal O Mundo Segundo Ana Roxo; Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, João Antonio, do Click Política, Leonardo Stoppa, Rogério Anitablian, Ronny Telles, Samuel Borelli e Thiago dos Reis, do Plantão Brasil.

 


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