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OPAS: Américas têm o maior número de profissionais de saúde infectados por Covid-19

Quase 570 mil homens e mulheres na linha de frente do combate ao vírus foram contaminados e mais de 2,5 mil morreram

Médicos fazem treinamento no hospital de campanha do Ibirapuera em SP. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Da Redação
03 de setembro de 2020, 21h48

A diretora da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), Carissa F. Etienne, declarou em entrevista coletiva nesta quarta-feira que a região das Américas concentra “o maior número de profissionais de saúde infectados no mundo”. “Nossos dados mostram que quase 570 mil profissionais de saúde em nossa região ficaram doentes e mais de 2,5 mil sucumbiram ao vírus”, disse.

Com quase 13,5 milhões de casos de COVID-19 e mais de 469 mil mortes notificadas nas Américas (4 mil mortes por dia), a escala desta pandemia não tem precedentes. “Nenhum outro grupo sentiu isso de forma mais aguda do que os próprios homens e mulheres que compõem nossa força de trabalho em saúde”, disse Etienne.

No Brasil, desde o início da pandemia, 226 profissionais de saúde morreram e outros 257 mil foram infectados. Entre as mortes, as categorias mais vitimadas foram os técnicos e auxiliares de enfermagem (38,5%), médicos (21,7%) e enfermeiros (15,9%)

A diretora da OPAS observou que nos EUA e México –que têm uma das contagens de casos mais altas do mundo– os trabalhadores de saúde representam um em cada sete casos de contágio. Estes dois países respondem por quase 85% de todas as mortes por COVID-19 entre trabalhadores de saúde em nossa região.

No Brasil, desde o início da pandemia, 226 profissionais de saúde morreram e outros 257 mil foram infectados, segundo balanço apresentado no final do mês passado pelo Ministério da Saúde. Entre as mortes, as categorias mais vitimadas foram os técnicos e auxiliares de enfermagem (38,5%), médicos (21,7%) e enfermeiros (15,9%). Já entre os casos de contágio, os mais atingidos foram técnicos e auxiliares de enfermagem (34,4%), enfermeiros (14,5%), médicos (10,7%) e agentes comunitários de saúde (4,9%).

A diretora da OPAS citou vários motivos para as altas taxas de infecção entre profissionais de saúde nas Américas. Um deles foi a falta de treinamento suficiente para se protegerem enquanto tratavam pacientes com COVID-19. Conforme o número de pacientes aumentava, “os hospitais ficavam superlotados e muitos demoraram para implementar protocolos de triagem. Isso significa que os pacientes com COVID-19 foram expostos a outras pessoas que podem ter procurado atendimento para diferentes condições. Logo, todos corriam o risco de infecção, deixando os profissionais de saúde mais vulneráveis.”

“Surpreendentemente, dezenas de profissionais de saúde foram agredidos nos últimos meses como resultado do medo, desinformação ou frustração do público com esta pandemia”, lamentou a diretora da organização

No início da pandemia, os suprimentos de EPI também eram escassos. “Os profissionais de saúde foram forçados a reutilizar máscaras e aventais, buscar alternativas ou renunciar totalmente à proteção para cuidar dos necessitados”, contou a diretora.

A organização conclamou os países a garantir segurança aos profissionais de saúde, com equipamentos de proteção individual e treinamento em controle de infecções para evitar que arrisquem sua própria saúde. “Isso é particularmente importante para as mulheres, maior parte de nossa força de trabalho em saúde, que devem ser apoiadas a participarem plenamente e liderar a resposta a esta pandemia.”

Meses operando sob enorme pressão também tiveram fortes impactos mentais e psicológicos sobre os profissionais de saúde, incluindo o isolamento da família e amigos. “Surpreendentemente, dezenas de profissionais de saúde foram agredidos nos últimos meses como resultado do medo, desinformação ou frustração do público com esta pandemia”, lamentou.

Etienne também destacou um alerta epidemiológico recente publicado pela OPAS que afirma: “À luz do aumento de casos e mortes por COVID-19 entre profissionais de saúde nos países e territórios da Região das Américas, a OPAS/OMS) insta os Estados Membros a fortalecerem a capacidade dos serviços de saúde em todos os níveis e a equiparem os profissionais de saúde com os recursos e treinamento apropriados para garantir uma resposta adequada e oportuna à pandemia dentro do sistema de saúde.”

Com informações do site da OPAS e da Agência Brasil


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