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Trabalho

“Cristãos” bolsonaristas cancelam descanso bíblico ao sétimo dia

Câmara aprova Medida Provisória do governo que prevê que trabalhador folgue só um domingo a cada quatro

Detalhe de ilustração bíblica do século 17 com Deus descansando ao sétimo dia
Cynara Menezes
15 de agosto de 2019, 10h39

Os “cristãos” à frente do governo Bolsonaro, cujo lema é “Deus acima de todos”, resolveram revogar o trecho da Bíblia sobre o sagrado descanso do Criador no sétimo dia e que inspirou nosso descanso semanal aos domingos e o dos judeus aos sábados. “No sétimo dia, Deus já havia terminado a obra que determinara; nesse dia descansou de todo o trabalho que havia realizado. Então abençoou Deus o sétimo dia e o santificou”, diz o Gênesis.

A Câmara aprovou nesta quarta-feira a Medida Provisória que estabelece apenas uma folga aos domingos a cada quatro semanas e sem aval do sindicato da categoria. Pior: os trabalhadores não receberão mais o adicional de 100% sobre o domingo. Além disso, a MP do governo prevê que bancários trabalhem aos sábados. A extrema direita no poder continua a tarefa de Michel Temer de rasgar a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que define o descanso semanal aos domingos como regra.

Os comunistas tentaram lembrar aos “cristãos” que o domingo é sagrado. “Preservar o domingo é respeitar as tradições do Brasil. Muitos frequentam a missa, o culto religioso. O domingo é o dia do encontro da família”, disse Orlando Silva, do PCdoB

Bem que os comunistas tentaram lembrar aos “cristãos” que o domingo é sagrado, sem sucesso.  “A ideia de se preservar o domingo é respeitar as tradições do Brasil. Muitos frequentam a missa, o culto religioso. O domingo é o dia do encontro da família. Essa medida desagrega a família, desrespeita tradições do Brasil”, disse Orlando Silva, do PCdoB. O partido tentou, através de um destaque, assegurar a manutenção do texto da CLT, mas ele foi rejeitado por 244 votos a 120.

Assim como na reforma da Previdência, os “milicos do Senhor” contaram com a providencial ajuda dos “trabalhistas” do PDT, como Tabata Amaral. A maioria dos deputados do partido (65%) votou a favor da MP, embora, no início da votação, a liderança da legenda tenha apresentado um destaque que retirava do texto-base a autorização de trabalho aos domingos e feriados. O líder trabalhista Leonel Brizola se revira na tumba. Todos os parlamentares do PT, PSOL e PCdoB  presentes votaram contra a “minirreforma trabalhista”, chamada eufemisticamente de “MP da liberdade econômica”.

Tudo fecha em Jerusalém a partir do final da tarde de sexta-feira até o final da tarde de sábado. Como Deus descansou no sétimo dia, eles respeitam o que diz o Êxodo: “Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus”

Em Israel, o país mais admirado pelos bolsonaristas depois dos Estados Unidos, o Shabbat, repouso semanal aos sábados, é sagrado. Bares, lojas, restaurantes, tudo fecha em Jerusalém a partir do final da tarde de sexta-feira até o final da tarde de sábado. Como Deus descansou no sétimo dia, eles respeitam o que diz o Êxodo: “Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas”.

Pelo visto, os “cristãos” bolsonaristas só seguem ao pé da letra as proibições bíblicas na hora de perseguir homossexuais.

Com informações da Agência Câmara e da Agência  Brasil


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Pedro Gabriel Portugal Junior em 16/08/2019 - 18h09 comentou:

São todos falsos cristãos. Hipócritas! Deturpam o ensinamento de Cristo, que pregou o amor e fraternidade. São uns oportunistas que usam da boa fé do povo. Lamentável. O Mamon acima de todos!

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