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Quem envergonha o Brasil aos olhos do mundo é Moro, não Lula

Com Lula no poder, viramos protagonistas; com Lula preso, viramos o cocô do cavalo do bandido

Lula carregado pelo povo hoje em São Bernardo. Foto: Ricardo Stuckert
Cynara Menezes
08 de abril de 2018, 00h14

Hoje o juiz de primeira instância Sérgio Moro conseguiu realizar o que seus patrocinadores na mídia comercial perseguiam há tempos: prender o maior líder político do Brasil. Lula se entregou e agora é mais um petista nas masmorras de Curitiba, a cereja do bolo, o grande prêmio da caça à esquerda travestida de luta contra a corrupção.

De nação emergente, viramos uma república de bananas governada por um presidente ilegítimo, onde líderes opositores são encarcerados para que não disputem eleição

O mundo inteiro olha no que a Lava-Jato e o golpe contra uma presidenta eleita transformaram nosso país em poucos anos. De nação emergente, viramos uma república de bananas governada por um presidente ilegítimo, onde líderes opositores são encarcerados para que não disputem eleição. Um país mergulhado na ignorância do conservadorismo que censura até exposições de arte, que assassina líderes de movimentos sociais e entrega suas empresas públicas a preço de banana a estatais estrangeiras. Com Lula no poder, viramos protagonistas; com Lula preso, viramos o cocô do cavalo do bandido.

As cenas que assistimos hoje provocaram dor, raiva, tristeza e vergonha nos brasileiros. Pesou em cada um de nós a impotência diante da injustiça. Mas quem envergonha o Brasil diante do mundo? Lula, por ser um político que continua amado por milhões de brasileiros conscientes que percebem a tremenda perseguição de que é vítima? Que continua a ser admirado por milhões de brasileiros que sabem o que ele fez por suas vidas e pelas vidas de quem mais necessitava?

Quem envergonha o Brasil diante do mundo? Lula, por ser um político que continua amado por milhões de brasileiros conscientes que percebem a tremenda perseguição de que é vítima?

Não, Lula não nos envergonha. Os jornalistas estrangeiros melhor informados sobre o que está acontecendo em nosso país perceberam e noticiaram, ao contrário da mídia medíocre que temos, as inúmeras falhas do processo do juiz Sérgio Moro contra Lula, a falta de provas, a absurda ausência de conexão entre o tríplex e ações do presidente que beneficiassem a OAS, o que seria considerado crime.

A mídia internacional viu a pressa do TRF-4 em julgá-lo, passando por cima de dezenas de outros processos. Acompanhou a abjeta pressão da Rede Globo sobre os ministros do Supremo Tribunal Federal em editoriais pedindo a cabeça de Lula. Entendeu a chantagem sobre a nação feita por generais admiradores da ditadura em troca da prisão do ex-presidente.

Não, não é Lula quem nos envergonha. O mundo inteiro viu, nas imagens da TVT, milhares de pessoas cercando um político prestes a ir para a prisão. Quem em sã consciência, lá fora, iria achar que o juiz que condenou este homem, o presidente brasileiro mais conhecido internacionalmente na história, está certo e toda aquela gente, errada? No mínimo dirão que alguma coisa muito estranha está acontecendo naquele país outrora tão promissor.

Quem em sã consciência, lá fora, iria achar que o juiz que condenou este homem, o presidente brasileiro mais conhecido internacionalmente na história, está certo e toda aquela gente que cercava ele hoje, errada?

Amanhã, quando Sérgio Moro olhar nos olhos de Lula, terá diante de si um senhor com os cabelos brancos já rareando no topo da cabeça, um senhor digno e muito amado, que tudo que fez nos últimos 40 anos foi se dedicar ao Brasil e aos brasileiros. Um homem inocente, preso injustamente, condenado por razões políticas. Ser o responsável por uma brutalidade dessas, isso sim é motivo de vergonha.

 


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Mariluz dos Anjos em 08/04/2018 - 06h48 comentou:

Seu texto é merecido; é a reveleção de uma dor profunda que os brasileiros – aqueles que sabem pensar e discernir – estão sentindo; mas que esta dor não fique só no sofrimento e sim transforme-se em forças para lutar. Você falou muito bem do que significa a vergonha, e eu também espero que outras nações – pelo menos em nome da democracia, falem alto repudiando esse ato de abuso de poder da “justiça” brasileira.

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Gustavo Horta em 08/04/2018 - 08h54 comentou:

LULA, NOSSO HERÓI. LULA, O MÁRTIR DA NAÇÃO DOS BRASILEIROS.
> https://gustavohorta.wordpress.com/2018/04/07/lula-nosso-heroi-lula-o-martir-da-nacao-dos-brasileiros/

Hoje eu estou aqui em Belo Horizonte. Enquanto folgadamente tomo minha cerveja artesanal com pães de queijo, fico a escutar o pipocar de centenas de foguetes a comemorar a prisão do Lula.
Muitos fogos. Que beleza! Fogos emergentes de tantos apartamentos destes pobres burgueses pobres aqui do bairro Luxemburgo. Pobres economicamente, pobres financeiramente, pobres de inteligência, pobres de visão social, pobres de espírito. Pobres, pobres demais e que se acham. Pobres que acreditam que são parte da elite burguesa. Pobres idiotas. Idiotas, canalhas e maus carateres. …

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    ÂNGELA ALMEIDA em 08/04/2018 - 21h35 comentou:

    Puxa! Adorei sua postagem! Veio de fora tomar conhecimento da idiotice da “zelite belorizontina”. Eles têm um bandido de estimação, o aecim do pó, que defendem de unhas e dentes. E adotaram juizeco moro o seu herói.É de dar pena!

Blu em 08/04/2018 - 11h26 comentou:

Vergonha do tamanho dos latifundios do poder. Anticonstitucionalissimamente falando.

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João Junior em 09/04/2018 - 00h42 comentou:

Lá vai um textão, mas a análise independente do processo é necessária e exige a crítica das provas e das motivações. As políticas e as nem tão políticas.

As provas não provam a culpa de Lula, mas a inocência dele. Isso é uma verdade científica porque as provas nos autos sempre têm caráter científico e isso limita a conclusão do juiz por culpa ou inocência. Mas aí, a direita me questiona se acho que um juiz extrapolaria o caráter científico da prova para condenar politicamente. A resposta é que o conflito entre provas e discurso neste processo mostra que este é exatamente o caso.

Também sou perguntado se acredito mesmo que um cara poderoso como um presidente, qual seja, perderia a oportunidade de roubar. Pensar assim é até saudável, desconfiar previne de ser enganado. Mas se isso se torna uma generalização impensada não é política, não é reflexão, é medo, o modo operacional do fascismo. Se a corrupção é algo assim inevitável, por que prender, por que processar, porque termos o judiciário? Mas, calma, não é um manifesto fascista pelo fechamento do judiciário porque não viso propor o fechamento do judiciário, é só uma retórica em defesa do judiciário mesmo, é aonde a minha crítica me leva para dizer que um judiciário eficaz, mas justo, é necessário. Felizmente, a corrupção pode ser combatida, pode ser evitada e para isso também é que existe o judiciário.

Ademais, seria preciso que se mostrassem as provas de que Lula roubou. Se as houvesse, seriam apoiadas por todos os juristas do país e a confiabilidade dessa conclusão está na cientificidade da prova. Se alguém as tem, deve mostra-las para todos. É preciso acabar com o contorcionismo retórico, mormente dos julgadores da Lava-Jato. Impressiona o que tenho ouvido como resposta a esse pedido, as pessoas confiam cegamente no julgamento dos juízes e não têm a menor ideia do que seja prova científica. Ou seja, não existe a crítica das provas, e nem das motivações políticas ou históricas, o que há é uma romaria cega ao lado de alguém em quem confiam bovinamente, o que reforça a possibilidade de atuação política do judiciário.

Pelo lado das motivações, o processo todo em si mesmo é a prova das convicções políticas do judiciário, de que tudo no processo é uma farsa. A celeridade inédita da justiça, o entendimento forçado da prisão em segunda instância (e não falo só da forçação de barra da Rosa Weber), os áudios, vídeos, documentos e dinheiro, muito dinheiro, encontrados com tucanos e emedebistas, sem falar dos 17 condenados em segunda instância pela mesmíssima Lava-Jato e que não estão na cadeia. Tudo isso mostra que o processo contra Lula é uma exceção, característica que resume a motivação política do processo.

Das razões históricas, as que sempre chamam mais a atenção são as que têm raízes nos preconceitos mais profundos, como no caso da ampliação das vagas de universidades e das cotas. Outro dia vi alguém dizer que o mérito de as pessoas ingressarem numa universidade é só delas. Como se Lula tivesse dado de presente a vaga aos pobres. Não, a diferença é que havia 1 milhão de vagas para 1 milhão de alunos meritosos. Hoje, há 3 milhões de vagas para 3 milhões de alunos meritosos. Lula não botou ninguém na universidade pela janela, apenas pôs nas universidades alunos capazes de cursar uma graduação que antes não tinham chance de cursar simplesmente por falta de vagas. O discurso do mérito está sendo desconfigurado para atender ao desejo dos ricos de que apenas os filhos deles tenham diploma, apenas para perpetuar a herança econômica, social e histórica.

Não resta dúvida de que Lula é inocente, perseguido e um preso político.

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Sergio Souza em 09/04/2018 - 09h49 comentou:

Não fosse o Moro, teria sido outro juiz. Problema é incapacidade de lutar!

É golpe? O que se faz? Dilma desce a rampa do planalto como se nada demais tivesse ocorrido. Se é golpe, então vamos caracterizar como golpe! Que me tire à força do planalto.

Prisão é injusta? Então venha me buscar à força!

Vergonha para o Moro? Qual é a vergonha? O cara botou o líder mais popular do país e melhor presidente de todos os tempos na cela!

Vergonha? Para nós! 🙁

Somente agora o Lula falou grosso com a Globo! Presidente??? Por que só agora??? A impressão que tenho é que só descobrimos a Globo no último sábado! Triste isso!

Aprendamos! Aprendamos que não dá para governar sem incomodar a Globo. Aprendamos que não dá para governar aliando-se com PP, MDB… e cia!

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Cristina Silveira em 09/04/2018 - 16h50 comentou:

A Liberdade é Amável, cara Cynara e por isso vc nos engrandece com seus artigos. Beijoca

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Paulo Ribeiro em 10/04/2018 - 09h32 comentou:

A rendição de Lula foi um erro estratégico da equipe petista. Lula deveria ter buscado asilo político em alguma embaixada de um país amigo (como Equador ou Venezuela) e assim ter chamado a atenção da mídia mundial em torno da arbitrariedade cometida pelos fascistas. Ao mesmo tempo, o PT iniciaria um movimento nacional em torno da liberdade de Lula, com piquetes e manifestações em todas as grandes cidades. Com Lula preso, a tendência é que a Justiça sente em cima dos recursos e embargos e conte com o tempo para esfrirar a comoção nacional que se formou. No campo político, o PT precisa ter humildade e aceitar que Ciro Gomes é o único candidato viável que encampa um programa de esquerda. Mas, em contrapartida, Ciro precisa assumir alguns compromissos, em especial o indulto para todos os presos políticos da Lava Jato e a abertura de um inquérito para averiguar as relações entre Sergio Moro, a CIA e a Rede Globo. É fundamental ainda que Ciro decrete um novo modelo de regulamentação da mídia, com a participação de entidades civis e sindicatos no controle dos atuais grupos familiares que compõem o império fascista de comunicação. CIRO 2018

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