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Os brâmanes do Judiciário: STF e STJ pediram para se vacinar antes de todo mundo

Fiocruz negou pedidos dos tribunais superiores para liberar antecipadamente doses da vacina contra a Covid-19 para seus membros e servidores

Montagem com o Taj Mahal e o STF. Fotos: divulgação
Da Redação
23 de dezembro de 2020, 16h08

A sociedade de castas na Índia, que hoje as autoridades asseguram não existir mais, embora na prática ainda perdure, era originalmente composta pelos brâmanes (sacerdotes), xatrias (militares), vaixias (fazendeiros e comerciantes) e os sudras (trabalhadores que deveriam servir às castas superiores). Aparentemente, o Judiciário brasileiro simpatiza com essa forma de sociedade.

Não bastassem os salários estratosféricos, as vantagens e os privilégios como auxílio-moradia, auxílio-alimentação, auxílio-saúde, auxílio-pré-escola, férias de 60 dias e outros penduricalhos que os fazem ganhar acima do teto dos servidores públicos, os integrantes do Judiciário agora querem se vacinar contra a Covid-19 antes de todo mundo.

Não bastassem os salários estratosféricos e os penduricalhos como auxílio-moradia e auxílio-alimentação, que os fazem ganhar acima do teto dos servidores públicos, os integrantes do Judiciário agora querem se vacinar contra a Covid-19 antes de todo mundo

Primeiro foi um grupo de promotores e procuradores do Ministério Público de São Paulo que manifestou o desejo de que todos os membros recebessem prioritariamente a vacina. Como revelou o jornal Brasil de Fato no início de dezembro, o pleito foi apresentado ao procurador-geral de Justiça do Estado, Mário Luiz Sarrubbo, no dia 24 de novembro, durante reunião do Conselho Superior do MP-SP. Quem fez formalmente o pedido foi o procurador Arual Martins, um dos membros do conselho.

Durante a reunião, o procurador leu trecho de um abaixo-assinado dos membros do MP em que os signatários explicam por que o privilégio de ser vacinado antes da população. “Não é uma questão de egoísmo em relação a outras carreiras, mas tendo em vista notadamente os colegas do primeiro grau, que trabalham com audiências, atendimento ao público e outras atividades em que o contato social é extremamente grande e faz parte do nosso dia a dia”, dizia o trecho.

Agora foram os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal)  que encaminharam pedido à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para que fossem reservadas 7 mil doses da vacina para seus membros e servidores e os do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). No ofício enviado à fundação, o diretor-geral do STF, Edmundo Veras dos Santos Filho, justifica furar a fila dizendo que os servidores desempenham “papel fundamental no país” e que muitos deles fazem parte do grupo de risco do coronavírus.

A Fiocruz negou ambos os pedidos. “A produção dessas vacinas será, portanto, integralmente destinada ao Ministério da Saúde, não cabendo à Fundação atender a qualquer demanda específica por vacinas”, disse, em nota

“Tal ação tem dois objetivos principais. O primeiro é a imunização do maior número possível de trabalhadores de ambas as casas, que desempenham papel fundamental no país e têm entre suas autoridades e colaboradores uma parcela considerável de pessoas classificadas em grupos de risco”, diz um trecho do documento, revelado pelo jornal O Estado de S.Paulo. O STJ havia feito pedido similar, segundo a revista Veja. Após a divulgação do pedido, o STJ divulgou nota negando que queria furar a fila e afirmando que se referia à compra de vacina.

A fundação negou ambos os pedidos dizendo que não há previsão de atender demandas específicas pela vacina. “A Fiocruz esclarece que, como uma instituição estratégica do Estado brasileiro, visa garantir a produção nacional da vacina contra a Covid-19 para a população brasileira, pelo SUS, e atender à demanda do PNI (Programa Nacional de Imunização). A produção dessas vacinas será, portanto, integralmente destinada ao Ministério da Saúde, não cabendo à Fundação atender a qualquer demanda específica por vacinas”, disse a Fiocruz em nota.

 

 

 


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(2) comentários Escrever comentário

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PAULO ROBERTO MARTINS em 29/12/2020 - 20h39 comentou:

Não faltava mais nada.Filosofia do “farinha pouca,meu pirão primeiro”.Cada dia que passa tenho mesmo vontade de ir para Cuba,ou para a Venezuela.O que antes os fascistas achavam que era uma ofensa,cada dia que passa prova-se uma medida de bom senso.Pelo menos lá toda a população já começou a ser vacinada! Em que conseguiram transformar este país! Viramos uma junção de tribos canibais . Obrigado,classe média!

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Bernardo Santos Melo em 30/12/2020 - 07h44 comentou:

CADÊ o RAIO XIS do queixo ?
Sintomático questionamento do NEFASTO TENENTE outrora excluído do Exército , este ELEMENTO INSANO ENDEMONIADO que persiste com saudade dos porões da ditadura, encontra-se na encruzilhada familiar dos MILICIANOS , rodeado de militares de pijama e tb fardados que o abandonarão ao primeiro ordenamento do novo patrão , sem seu superego amoroso o “MR I LOVE YOU “a casa fétida arderá muito em breve .
Ao procurar o RAIO X da ex presidente torturada , O iNOMINÁVEL rasgou sua última possibilidade de eleger o futuro presidente da Câmara dos Deputados , perdeu MANÉ !
O Brasil está pronto para exigir sua exclusão do cenário político , talvez venha até ser preso, tamanho o rastro de imbecilidade criminosa que te cerca ao longo da vida .
Janeiro de 2021 trará a centelha da falta de vacina e o fogo crescerá , talvez em Fevereiro tenhamos um novo tipo de carnaval pandêmico , Março surgirá a BALEIA indesejada , Abril a fervura do CAPETÃO estará consumada e gritaremos em UNÍSSONO : Foooooora FAMÍLICIA .

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