Cara de pau: Temer critica que no Brasil “cada um quer derrubar o outro”
Quem ouvisse, pensaria se tratar de alguém com a legitimidade das urnas. Nem parecia o mesmo vice que tramou um golpe parlamentar contra a ocupante eleita do cargo
Em cerimônia com sindicalistas, empresários e ministros, no Palácio do Planalto, o presidente ilegítimo Michel Temer acusou aqueles que, no Brasil, querem “derrubar o outro” e que “problemas são artificialmente criados”. Quem ouvisse, pensaria se tratar de alguém com a legitimidade das urnas. Nem parecia o mesmo vice-presidente que tramou um golpe parlamentar contra a ocupante eleita do cargo.
“Cada um quer derrubar o outro, cada um quer derrotar o outro, cada um quer encontrar o caminho para verificar como atrapalha o outro”, disse Temer.
A declaração veio um dia após a Polícia Federal concluir em inquérito que há indícios de crime por parte de Temer e demais integrantes do chamado “grupo do PMDB da Câmara” e após a prisão do empresário Joesley Batista.
O grupo seria composto pelos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria de Governo, Moreira Franco, além dos ex-ministros Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves, e do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Os três últimos, todos ligados a Temer, já estão presos.
De acordo com a PF, a cúpula do PMDB mantinha “estrutura organizacional com o objetivo de obter, direta e indiretamente, vantagens indevidas em órgãos da administração pública direta e indireta”. Ainda segundo o inquérito, que será enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), o grupo praticou os crimes de corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitação e evasão de divisas.
Pouco antes do discurso, o Palácio do Planalto havia soltado uma nota afirmando que “garantias individuais estão sendo violentadas, diuturnamente” e que “chega-se ao ponto de se tentar condenar pessoas sem sequer ouvi-las”, portanto, “sem se concluir investigação”, “sem se apurar a verdade” e “sem verificar a existência de provas reais”.
O texto dizia ainda que “facínoras roubaram do país a verdade”. Não, não era uma autocrítica.
Com informações da Agência Brasil
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paulo tasso motta em 14/09/2017 - 17h31 comentou:
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