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PF confirma fim do grupo de trabalho da Lava-Jato em Curitiba; panelas seguem mudas

A Polícia Federal divulgou nota nesta quinta-feira, 6 de julho, confirmando notícia veiculada pelo site da revista Época sobre o fim do grupo de trabalho da Lava-Jato em Curitiba. A justificativa oficial é de que “a medida visa priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário”. No entanto, os delegados deixarão de […]

Rio de Janeiro - Manifestantes fazem ato a favor do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff, contra a corrupção e em apoio à operação Lava Jato, na praia de Copacabana (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Cynara Menezes
06 de julho de 2017, 17h36
Rio de Janeiro - Manifestantes fazem ato a favor do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff, contra a corrupção e em apoio à operação Lava Jato, na praia de Copacabana (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

(Manifestantes a favor do impeachment e da operação Lava Jato no Rio em 2016. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A Polícia Federal divulgou nota nesta quinta-feira, 6 de julho, confirmando notícia veiculada pelo site da revista Época sobre o fim do grupo de trabalho da Lava-Jato em Curitiba. A justificativa oficial é de que “a medida visa priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário”. No entanto, os delegados deixarão de se dedicar com exclusividade à “maior operação contra a corrupção da história”, como a Lava-Jato era chamada antes da queda de Dilma Rousseff. À Época,  investigadores falaram em “asfixia” da investigação.

Em maio, o governo Temer já havia reduzido o número de delegados da Força-Tarefa de nove para quatro e cortado a verba da PF, fato que nunca havia acontecido  durante o governo Dilma. Pelo contrário: em março do ano passado, antes do impeachment, um dos procuradores da Lava-Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima, chegou a elogiar a independência que as investigações da PF e do Ministério Público alcançaram nos governos Lula e Dilma, coisa que não ocorria na época de Fernando Henrique Cardoso.

“Aqui temos um ponto positivo que os governos do PT têm a seu favor. Boa parte da independência do Ministério Público e da Polícia Federal decorre de uma não intervenção do poder político, fato que tem que ser reconhecido. Os governos anteriores realmente mantinham o controle”, disse Santos Lima então.

Desde que o golpe se concretizou, o roteiro traçado no já célebre diálogo entre o senador governista Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, está se cumprindo à risca, reforçando cada vez mais a suspeita de que tiraram Dilma do cargo para acabar com a Lava-Jato. A “sangria” está sendo estancada diante dos olhos dos brasileiros, enquanto o Supremo (“com o Supremo, com tudo”) cuida de libertar políticos acusados de receber dinheiro vivo das mãos de empresários corruptos. Não se ouvem panelas.

jucamachado

Leia a íntegra da nota da PF abaixo:

Sobre a nota “PF acaba com grupo de trabalho da Lava Jato em Curitiba”, veiculada no portal da revista Época, a Polícia Federal informa:

Tendo em vista que cada delegado do Grupo de Trabalho da Lava Jato possuía cerca de vinte inquéritos cada um, essa equipe, juntamente com o Grupo de Trabalho da Operação Carne Fraca, passou a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (DELECOR);

2. A medida visa priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário, uma vez que permite o aumento do efetivo especializado no combate à corrupção e lavagem de dinheiro e facilita o intercâmbio de informações;

3. Com a nova sistemática de trabalho, nenhum dos delegados atuantes na Lava Jato terá aumento de carga de trabalho, mas, ao contrário, ela será reduzida em função da incorporação de novas autoridades policiais;

4. O número de policiais dedicados a essas investigações chega a 70;

5. A iniciativa da integração coube ao Delegado Regional de Combate ao Crime Organizado do Paraná, delegado Igor Romário de Paula, coordenador da Operação Lava Jato no estado, e foi corroborada pelo Superintendente Regional, delegado Rosalvo Franco;

6. O modelo é o mesmo adotado nas demais superintendências da PF com resultados altamente satisfatórios, como são exemplos as operações oriundas da Lava Jato deflagradas pelas unidades do Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, entre outros;

7. Também foi firmado o apoio de policiais da Superintendência do Espírito Santo, incluindo os delegados Márcio Anselmo e Luciano Flores, ex-integrantes da Operação Lava Jato;

8. O atual efetivo na Superintendência Regional no Paraná está adequado à demanda e será reforçado em caso de necessidade;

9. Conforme nota divulgada no dia 21/05/2017, deve-se ressaltar que as investigações decorrentes da Operação Lava Jato não se concentram somente em Curitiba, mas compreendem o Distrito Federal e outros dezesseis estados;

10. Desde o início, a Polícia Federal, de forma republicana e sem partidarismos, trabalha arduamente para o êxito das investigações, garantindo toda a estrutura e logística necessária para o esclarecimento dos crimes investigados.

 

 


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