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Tatto sobre a mídia: “Eles insistem, querem que eu fale mal do Boulos. Não vou falar”

Candidato diz que a animosidade contra o PT diminuiu. "Mesmo quando a pessoa não aceita, não agride mais. Melhorou o clima, a rua está boa para o PT"

Tatto em campanha no bairro de Heliópolis. Foto: reprodução twitter
Cynara Menezes
02 de novembro de 2020, 20h06

A duas semanas do primeiro turno das eleições para prefeito, o candidato do PT em São Paulo, Jilmar Tatto, apostou, em entrevista a Cynara Menezes no Jornal da Fórum, que o quadro está se definindo com Celso Russomanno, o candidato de Bolsonaro, fora da disputa. “O que a gente tem observado é que vai ser uma eleição entre o candidato do Doria, Bruno Covas, e o candidato do Lula. Jilmar Tatto, né? Tem gente que pensa que é o Boulos”, reconhece o petista, rindo.

Tatto contou que é, o tempo todo, provocado pelos veículos da mídia comercial para que ataque Guilherme Boulos, o que se recusa a fazer. “Todos os dias. Eles insistem, querem que eu fale mal do Boulos. Não vou falar. O Boulos tem uma história bonita no movimento sem-teto. E olha que ele me deu muito trabalho, viu? No governo do Haddad eles faziam muita manifestação, fechavam muitas avenidas, ruas… Mas eu entendo o papel social que ele tem, é muito bonito.”

“O que a gente tem observado é que vai ser uma eleição entre o candidato do Doria, Bruno Covas, e o candidato do Lula. Jilmar Tatto, né? Tem gente que pensa que é o Boulos”, reconhece o petista, rindo

Para o candidato, a animosidade contra o PT nas ruas diminuiu nesta eleição. “Mesmo quando a pessoa não aceita, não agride mais. Melhorou o clima, a rua está boa para o PT. O presidente Lula está doido para ir para a rua e não pode”, disse. Por que não um Lulamóvel como o da Erundina: “Não dá, o Lula quando sai na rua o povo endoida, vai para cima, eles vão quebrar tudo para abraçar o Lula.”

Veja alguns trechos e a íntegra da entrevista, que você também pode conferir na íntegra em vídeo.

União da esquerda só no segundo turno

“Dois turnos é para isso, para os partidos apresentarem seus candidatos, suas propostas e disputarem a eleição, disputarem seu legado. E você tem uma situação, principalmente dos partidos menores, do PSOL e PCdoB, que houve mudança de legislação, eles precisam se inviabilizar enquanto partido político, em função da cláusula de barreira, das eleições proporcionais… Vale para mim e vale para o Boulos: é errado achar que ele retirando a candidatura eu vou ganhar os votos dele e também o contrário. Hoje eu não tô crescendo em cima do Boulos, tô crescendo em cima dos votos do Russomanno. Eu falo estrategicamente, do ponto de vista eleitoral: tanto não vale a pena a retirada da minha candidatura quanto a do Boulos ou a do Márcio.”

É errado achar que o Boulos retirando a candidatura eu vou ganhar os votos dele e também o contrário. Hoje eu não tô crescendo em cima do Boulos, tô crescendo em cima dos votos do Russomanno. Estrategicamente, não vale a pena

Márcio França é nosso

“Apesar do histórico do Márcio França, ele é um eterno aliado do PSDB no Estado –ele destoa em relação ao PSB nacional–, mas tem gente que gosta de ficar empurrando o Márcio França cada vez mais para a direita, tentam ligá-lo ao Bolsonaro porque fez uma visita lá em Santos… Eu faço o contrário, tento trazer o Márcio França pro nosso lado, quero o apoio dele. Acho que tem que trazer cada vez mais o PSB, o PDT, para o campo progressista, para estar conosco em 2022.”

“Não tenho por quê falar mal do Boulos”

“Todos os dias. (Os jornalistas) insistem, querem que eu fale mal do Boulos. Não vou falar. O Boulos tem uma história bonita no movimento sem-teto. Olha que ele me deu muito trabalho, viu? No governo do Haddad eles faziam muita manifestação, fechavam muitas avenidas, ruas… Mas eu entendo o papel social que ele tem, é muito bonito. E eu gosto do Boulos. Sou de família grande, geralmente a gente gosta mais do mais novo, do maninho… Né? Não tenho por quê falar mal dele, qual o sentido? Porque ele eventualmente está à minha frente, então eu tenho que atacá-lo para ganhar na pesquisa? Gente, o país está sofrendo, está aumentando a desigualdade, temos que derrotar o fascismo neste país e o neoliberalismo. Derrotar o Bolsonaro, derrotar o Doria… Temos um desafio muito grande, eu me recuso a gastar minhas energias falando mal de parceiros. Prefiro gastar todas as minhas energias para construir um país melhor, porque o povo está sofrendo.”

Não tenho por quê falar mal do Boulos, qual o sentido? Ele está à minha frente na pesquisa, então eu tenho que atacá-lo para ganhar na pesquisa? Gente, temos que derrotar o fascismo e o neoliberalismo, um desafio muito grande. Me recuso a gastar energias falando mal de parceiros

Mamãe Falei

“Eu não conhecia o Mamãe Falei. Tanto que no primeiro debate na Bandeirantes, encontrei com ele no banheiro e perguntei se ele era o (Felipe) Sabará; ou foi o contrário, encontrei o Sabará e perguntei se ele era o Mamãe Falei. Sempre vi que era uma pessoa folclórica, nunca dei atenção para ele. No segundo debate, ele vem com essa história do PCC. Pensei: esse cara quer polarizar comigo ou com o Boulos. Aí, no final, ele chegou e foi me cumprimentar. E eu falei: sai daqui, seu babaca, quem você pensa que é? E ele ficou muito sem graça, achava que era natural falar um monte de inverdades e depois apertar a mão. Não funciona assim. Eu nunca me dei bem com Bolsonaro, fiquei com ele lá seis anos e nunca cumprimentei.”

 

 


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(2) comentários Escrever comentário

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Bernardo Santos Melo em 03/11/2020 - 03h55 comentou:

Com ou sem TRUMP o império beira seu fim , oxalá não tenhamos Guerra Civil explícita , que o Tio Sam tenha juízo !
Esperança existe … UNIDADE .
Fooora Familícia , apertemos 50 !

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José Estanislau Filho em 04/11/2020 - 11h46 comentou:

Pois é. É importante que um candidato da esquerda vá pro segundo turno.

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