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Petistas pedem investigação de filme sobre a Lava-Jato por usar armas e até avião da PF

Imaginem, apenas imaginem, se Dilma Rousseff fosse presidente e a Polícia Federal cedesse agentes, helicópteros, armas, uniformes e até um avião para um filme contra Fernando Henrique Cardoso ou contra Aécio Neves. Segundo os deputados petistas Wadih Damous, Paulo Teixeira e Paulo Pimenta, foi isso que aconteceu com o filme sobre a Lava-Jato que está […]

Cynara Menezes
05 de abril de 2017, 21h59
pimentadamous

(Os deputados Damous, Pimenta e Teixeira. Fotos: Lula Marques/Agência PT)

Imaginem, apenas imaginem, se Dilma Rousseff fosse presidente e a Polícia Federal cedesse agentes, helicópteros, armas, uniformes e até um avião para um filme contra Fernando Henrique Cardoso ou contra Aécio Neves. Segundo os deputados petistas Wadih Damous, Paulo Teixeira e Paulo Pimenta, foi isso que aconteceu com o filme sobre a Lava-Jato que está sendo produzido e que tem Lula como “protagonista”. Os deputados vão entrar com uma representação junto ao Ministério Público Federal para investigar o filme, que conta com um “investidor secreto” além da “gentileza” da PF.

Segundo os petistas, uma série de irregularidades foi cometida por delegados e agentes da Polícia Federal ao se associarem, de maneira informal, à produção de um filme que diz retratar os “bastidores” da operação. Para os deputados, foi estabelecida uma “relação promíscua” entre a PF e a produção do filme –que se chamará Polícia Federal: A Lei é Para Todos”– e os agentes públicos envolvidos devem ser responsabilizados criminalmente.

O empréstimo informal de viaturas, armas, uniformes, carros, combustível, helicóptero e até um avião, além da cessão de agentes, e o fechamento da sede da Superintendência da PF em dia de expediente para gravação de cenas são algumas das ilegalidades que os parlamentares apontam, inclusive a partir de registros oficiais dos sistemas administrativos da corporação. “Este filme integra o cenário de Estado de exceção no qual nos encontramos”, disse Damous na coletiva para anunciar a representação que será protocolada nesta quinta, 6 de abril. “Queremos que tudo seja rigorosamente apurado, esse tipo de promiscuidade com particulares para enaltecer o papel da PF.”

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De acordo com os parlamentares, há imagens de agentes da PF confraternizando com a equipe do filme numa das unidades do restaurante Madero, na capital paranaense (coincidentemente, a rede de restaurantes apareceu na operação Carne Fraca como tendo pago propina a fiscais). Há ainda informações de que agentes da Polícia Federal teriam se deslocado até São Paulo durante o carnaval para participar do filme. Pelo menos 10 agentes da PF estariam envolvidos diretamente na produção.

“Há um delegado, de nome Reinaldo, que teria sido instado pelo diretor-geral da Polícia Federal a ajudar no patrocínio do filme, para arrumar patrocinadores”, afirmou Damous. Os deputados pedem que seja investigada a possibilidade de terem sido cometidos os crimes de improbidade administrativa, abuso de autoridade, prevaricação e peculato por parte do diretor geral da PF, Leandro Daiello, do delegado Igor Romário de Paula e de alguns agentes. Com base na Lei de Acesso à Informação, os parlamentares destinaram a Daiello, no dia 24 de fevereiro, um pedido completo de informações relacionadas ao episódio. Até o momento, não houve qualquer resposta do diretor geral.

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(Ary Fontoura como Lula no filme. Foto: divulgação)

O juiz Sérgio Moro também será denunciado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por não ter tomado qualquer atitude efetiva para impedir a cessão ilegal de imagens da Lava-Jato para uso pelo filme. “Embora tenha havido proibição judicial por parte do juiz Sérgio Moro, as filmagens do sequestro do presidente Lula não só foram feitas como foram cedidas à equipe de filmagem”, afirmou Wadih Damous, baseando-se em declarações à imprensa de integrantes da equipe, como o ator Ary Fontoura, que disse à revista Veja ter tido acesso às imagens de Lula sendo conduzido coercitivamente, em março do ano passado. Em seu despacho, o juiz Moro havia deixado expresso que os agentes não poderiam filmá-lo.

Segundo Wadih Damous, não se trata de “impor censura”, como justificou Moro sobre o uso das imagens pela equipe do filme. “Ele diz que não pode funcionar como censor, mas deve funcionar como juiz e fazer obedecer suas próprias determinações judiciais.”

(Com informações da Agência PT)

 

 

 


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